Capítulo 16
Giulia Moraes
— Feliz Natal! — Dessa vez era um grito um pouco mais forte, já que o coro era maior. Estamos no salão de festas do prédio na ceia de Natal coletiva. Acabei conhecendo mais algumas pessoas e descobrindo que assim como eu, muitos são estudantes estrangeiros e me senti menos mal por não poder estar junto a minha família de verdade nessas datas importantes. Abracei forte a Chris e a Yenny enquanto nos desejávamos feliz natal em meio ao barulho de pessoas fazendo o mesmo que nós.
— Estamos felizes por ter você neste natal, Giu. — a minha sogra, pode-se dizer, me disse enquanto abraçava de lado ao filho e me olhava com ternura.
— Eu quem agradeço por terem me recebido. Já falei isso outras vezes, mas quero insistir na premissa de que vocês são minha família aqui e eu sou grata por tamanho acolhimento. — falei contendo as lágrimas, porque era impossível pra mim não me emocionar nesses momentos. Começamos a comer e a confraternizar com o resto do grupo, e era uma dinâmica diferente da que eu estava acostumada, só que um diferente bom.
Eu estava acostumada a passar essas datas importantes junto da minha família e grande parte dos parentes. Muitos que eu nem conhecia direito e outros que eu só via nessas ocasiões, alguns que nem se gostavam e que eu sequer considerava, mas que no fundo, diziam-me que era família. Agora, estando numa situação diferente, vejo que isso não era família. Família é quem te faz bem, quem te escolhe, quem te acolhe, quem te ama, independente da ligação sanguínea. E aqui eu estava provando isso. Somos uma grande família que se acolheu nesse prédio. Uma família de amigos. E não deixa de ser especial. É ainda mais próximo daquilo que os filmes mostram como magia de Natal.
— Feliz Navidad! — falei tentando surpreender um pouco a Chris com meu espanhol fajuto.
— Feliz Navidad, pequena — disse nos aproximando, ao colocar suas mãos em minha cintura. — Finalmente ganhei um pouquinho da sua atenção... — fez beicinho. Um dramático puro — Achei que teria de pedir a Papai Noel para poder tê-la — sorri com sua capacidade de atuação e lhe deixei um beijo casto nos lábios.
— No próximo natal, eu vou pedir a papai Noel para você ser menos dramático. — foi sua vez de sorrir, mas por pouquíssimo tempo, já que ele usou nossos minutinhos a sós para me beijar e dançar as músicas lentas que tocavam no especial de natal da rádio.
Já depois de comer bastante, beber um pouco, rir, fazer a nossa troca de presentes e algumas brincadeiras de Natal, eu e Christopher decidimos ir até o meu apartamento, já que no Brasil estão duas horas na frente e eu ainda queria ligar para minha família e vê-los por facetime.
— Ho! Ho! Ho! Feliz Natal! — meu pai disse atendendo a chamada. Sorri pensando em como sentia falta de seu bom humor...
— Feliz Natal! — respondi — Como estão vocês?
— Estamos bem! Sentindo sua falta para o amigo oculto — saber que eles sentiam a minha falta quase o mesmo tanto que eu, me deu uma pontada forte no coração. E mesmo que eu não tivesse dito uma palavra, Chris pareceu ter notado o meu pensamento e acariciou minha mão, enquanto ouvia atento o restante da conversa.
— Também senti muito a de vocês quando fomos trocar os presentes — confessei
— É Giu? — Pude ouvir minha mãe perguntar enquanto via meu pai falando com a tela. Sem esperar muito por sua resposta, ela apareceu na chamada e eu pude ver como ela estava muito estilosa, como em todos os anos — Minha Giulinha! Como você está? Feliz natal, meu amor!
— Feliz natal, mãe! — tentei falar tão animada quanto ela — Estou muito bem. Estava comentando com meu pai como foi a nossa ceia de natal aqui.
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Best Part • Christopher Vélez
Fiksi PenggemarDizem que os melhores amores são aqueles que nascem de uma amizade, mas nunca disseram se esses amores resistem às provas de fogo. Provas que muitas vezes colocava o amor em cheque em prol da realização pessoal, como se entre sonhar e amar não houve...