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Capítulo 34

Christopher Vélez

ARQUIVO 2018

— Estamos de volta com os meninos do CNCO, que já nem são tão meninos assim como vimos anteriormente, quando todos contaram alguns acontecimentos e curiosidades de suas vidas aqui no nosso programa. Deixamos para a volta do break somente a história de Christopher, o mais experiente do grupo, ao menos em termos de idade, porque segundo os amigos, ele tem a melhor história e se trata desse colar que ele usa.

A apresentadora do programa introduziu a volta do intervalo e eu sorria enquanto ela falava de mim, aguardando por sua pergunta direta.

— E então, Christopher, qual é a história por trás desse acessório? É um amuleto? Algo que você possa compartilhar conosco e com o público de casa?

Respiro fundo e tomo a coragem para contar a história e tocar nesse assunto.

— É... Na verdade, esse colar quem me deu foi uma pessoa muito especial pra mim no passado, e desde então nunca tirei. Virou meu amuleto mesmo — comecei a falar, tentando não ficar nervoso, já que dar entrevistas era casual, não tinha porque estar nervoso somente porque vou falar disso.

— Ela me deu para que eu me lembrasse de que enquanto eu estivesse vivo os meus sonhos também estariam e que eu iria sim poder realiza-los, não importa o que acontecesse ou o tempo que levasse para que eles chegassem até mim. Essa pessoa me deu esse presente como uma forma de me fazer lembrar das minhas paixões, da música... Para que eu nunca deixasse de lado o que eu sonhava, para que a cada vez que eu olhasse para ele me lembrasse do porque estava fazendo aquilo, já que na época eu estava trabalhando em algo completamente longe da música.

— Sempre fico emocionado quando escuto isso... — Richard fingiu uma voz de choro, quebrando o clima nostálgico do ar, trazendo as risadas da plateia.

— E hoje eu olho pra esse colar e penso "Uau, eu realizei o meu sonho", isso me traz uma nostalgia muito grande porque muita coisa mudou daquele tempo pra cá. Então quando olho pra esse pingente me vem toda a minha história na cabeça, todas as palavras que aquela pessoa me disse e que agora tem um significado muito maior porque eu carrego não só pendurado no pescoço, mas estampado no meu corpo também o amor que eu tenho pela música, por CNCO, pelas nossas fãs e tudo que envolve isso. Então esse colar é, basicamente, um lembrete de onde eu vim e aonde eu cheguei, para que eu me orgulhe da minha trajetória.

E agora eu estava frente à pessoa que me deu esse presente, e que depois dessa entrevista passou a ser questionada, procurada pela internet, e até onde eu sei, nunca descoberta. Que também havia prometido me acompanhar na realização dos sonhos, e não tinha conseguido cumprir. Ela estava na minha frente outra vez, enquanto por anos eu imaginei que nunca mais voltaria a vê-la. Linda. Ainda mais do que antes, se era possível. Seu corpo marcado pela roupa justa e curta me levou rapidamente a uma viagem pelo passado. Estamos nos vendo de novo. Não do jeito que eu esperava, numa situação completamente aleatória, porque, meu Deus, quais eram as chances?

Giulia Moraes, a noiva do famoso empresário Bernardo Schneider. Ao menos, era isso que eu quero confirmar, se ela realmente estava noiva e ela já tinha me esquecido por completo, como vim tentando fazer todos esses anos, e assim que levantei meus olhos para encontrar os dela vi que foi uma tentativa inútil. Nada, absolutamente nada, mudou com relação a ela. Minhas mãos suavam somente de tê-la perto de mim de novo.

Fugi da conversa como ela, e corri para o banheiro feminino, trancando a porta atrás de mim para que ninguém entrasse e pensasse algo pior de mim, até porque a brasileira estava chorando. Exatamente como da última vez que nos vimos. Assim que ela me ouviu e virou seu olhar na minha direção, recordei imediatamente do mesmo olhar angustiado e triste do dia em que saí de seu apartamento batendo a porta. Tentei fingir que não estava tão abalado com esse reencontro enquanto notei que ela se preparava para me responder.

Best Part • Christopher VélezOnde histórias criam vida. Descubra agora