Capítulo 49
Giulia Moraes
A noite unindo os amigos de Chris e as minhas amigas foi realmente incrível. Ainda que alguns não reconhecessem, somos impecáveis juntos. A nossa energia era igual por ser caótica e bem humorada, com aquele tipo de humor péssimo bem de tio do pavê. Por um momento, pensei em Bernie ali. A vibe dele também encaixava perfeitamente com a nossa. Quando todos foram embora já era tarde, e isso porque tínhamos até aberto um vinho, deixando todos ainda mais soltos e alegres.
Finalmente, éramos só eu e o loirinho. E Ollie, que fazia questão de mostrar que fazia parte desse momento.
— Obrigado por hoje — falou enquanto se desfazia da toalha molhada, que antes estava em sua cintura — Foi por sua causa que tivemos essa noite tão divertida — completou, deitando-se sobre mim, que já vestia uma de suas camisetas após a nossa ducha juntos.
Pausei rapidamente meus pensamentos para denotar mais uma vez quão lindo ele é. Todas as tatuagens que ele havia feito somente haviam o deixado ainda mais irresistível. Ainda não sabia decidir qual era a minha favorita entre todas, mas com certeza a do peito estava chegando perto desse posto. Ele pareceu ter percebido que eu estava observando-o dessa forma porque exibiu o seu sorriso desconcertante, que fazia o que eu pensava ser impossível: deixava-o ainda mais lindo.
— O que tanto você vê em mim? — perguntou sorrindo e eu lhe deixei um beijo estalado nos lábios antes de responder.
— Você é lindo — respondi passeando com meus dedos por seu rosto, e parece que eu havia conseguido envergonhá-lo, coisa que raríssimas vezes acontecia, porque seu rosto corou brevemente.
— Obrigado, meu amor — me devolveu o beijo — Você está me deixando sem jeito com esse olhar — sorriu envergonhado.
— Meu Deus, Christopher você também fica com vergonha! — zombei — Até que enfim esse dia chegou, pude, ao fim, constatar que você é um ser humano normal e também se envergonha às vezes.
— Bobinha — mostrou a língua, formando uma careta, e eu sorri zombando ainda mais dele.
— Por um momento pensei em Bernie aqui conosco. Ele combina com o nosso grupo — mudei de assunto, respondendo sua fala inicial sobre a noite de hoje.
— Você acha? — perguntou deitando-se ao meu lado, eu imagino que para fugir do meu olhar — Nem pensei nisso — deu de ombros.
— Ele já é amigo das meninas, mas pensei em como ele entre vocês daria muito certo também. Até porque pelo que eu peguei nas conversas, quando vocês se falaram entre todos na inauguração vocês se deram bem... — compartilhei alto o meu pensamento e o silêncio se instalou.
— Bem, de qualquer forma, obrigado pela surpresa — desconversou, virando-se para mim — Você é a melhor. Tenho sorte de te ter — sussurrou ao meu pé do ouvido, me fazendo arrepiar. Era incrível como eu nunca me acostumaria ao seu toque. Sem retornar seu olhar para mim, aterrou seu rosto em meu pescoço, onde deixou inúmeros beijos molhados. Puxei seu rosto para o meu e passei a receber tais beijos na boca, podendo retribui-los com a mesma sensualidade e destreza.
Eu era completamente viciada em seus beijos, em ter sua boca sob a minha. Ainda mais quando logo depois eu podia encostar minha cabeça em seu peito e dormir abraçada a ele, escutando seu coração bater acelerado por mim, sem se acostumar com a minha presença. Assim como o meu. Eu nunca me acostumaria a tê-lo, sempre bateria o nervosismo e o frio na barriga, assim como o coração acelerado.
***
Era o aniversário de Talita, ela havia combinado de comemorarmos no El Tucán, um gastrobar incrível e que era exatamente o tipo de ambiente que nós amávamos ir, pela boa comida e principalmente pela boa música. Era provável que enchêssemos o lugar somente com os convidados da minha amiga, já que algumas de suas primas vieram do Texas para festejar e suas amigas de infância, além das colegas de trabalho, Bernie, e nós, o grupo que havíamos formado involuntariamente, apesar da resistência da própria Tali e de Rich da presença um do outro nesse contexto de grupo.
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Best Part • Christopher Vélez
Hayran KurguDizem que os melhores amores são aqueles que nascem de uma amizade, mas nunca disseram se esses amores resistem às provas de fogo. Provas que muitas vezes colocava o amor em cheque em prol da realização pessoal, como se entre sonhar e amar não houve...