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Capítulo 43

Giulia Moraes

Depois da noite que parecia ter sido numa realidade alternativa, de tão única e mágica que foi, tive que contar com uma sessão de perguntas inseguras que continham uma mínima porcentagem de ciúme de Christopher, mas que por já esperar que isso acontecesse em algum momento, não tive problemas em conversar, em lidar com isso. Também lidei mentalmente com o fato de que eu precisava procurar Bernardo o quanto antes para colocar um ponto final, oficialmente, na nossa relação.

Ao amanhecer, lidei com outra faceta que eu adoro em Christopher, que era o lado grudento e carinhoso, do tipo que me faz cancelar a agenda do dia para fazer algo que nem sei o quê ou não fazer nada, só estar juntos. E no fim das contas, eu também amava isso. Ele e Ollie foram ótimas companhias matinais, eu me sentia a vontade ali com eles.

— O que vamos fazer agora? — falei me sentando ao lado do platinado no sofá, logo depois de lavar a louça, como tínhamos combinado: ele cozinha, eu lavo. Eu cozinho, ele lava.

— Como assim? — respondeu sem tirar os olhos da televisão, onde jogava Mortal Kombat contra o robô.

— Você me fez cancelar a agenda para ficar vendo você jogar o dia inteiro?

— Lógico que não! — pausou o jogo — Foi pra ficar comigo.

— Só isso? — brinquei.

— Ah, então a senhorita acha pouca coisa ficar só aqui comigo? — disse começando a deitar sobre mim, que já estava dando risadas da sua frase — Responda, mocinha.

— Não me mal interprete, perguntei apenas para saber se sairíamos para algum lugar... — respondi provocando-o, olhando para seus lábios, vendo como ele desconcentrava com esse olhar.

— Isso não se faz, sabia? — Antes que eu pudesse desviar, ele mordeu meu lábio inferior, me fazendo sorrir ainda mais.

— Eu não fiz nada! — dissimulo.

— Meu Deus, ela ainda finge! — fingiu espanto, mas não durou por muito tempo porque logo se uniu às minhas risadas — Você pode tentar me vencer no Mortal Kombat, se quiser. Não pensei em mais nada, só queria que você ficasse mais aqui... — confessou saindo da nossa brincadeira e eu me derreti um pouco mais por ele com essa resposta. Não lhe respondi inicialmente por preferir beijá-lo, mas antes que ele se animasse muito com isso, nos separei para que pudéssemos jogar.

— Vamos ver se você ainda é péssimo no Mortal Kombat — desafiei antes de tirá-lo de cima de mim para que nos sentássemos para jogar.

Christopher estava aquecido e começou vencendo, mas depois de inúmeras partidas e de muitas horas não cronometradas, eu havia vencido no nosso placar pessoal, por ter mais vitórias em partidas.

Havíamos combinado que quem perdesse pagaria o almoço no restaurante escolhido pelo vencedor, e como eu havia ganhado, escolhi o meu restaurante favorito, de comida brasileira, que ficava próximo da praia. E como eu me neguei a ir com a mesma roupa da noite passada, fomos até a minha casa para que eu pudesse me vestir adequadamente.

Pedi feijoada para mim e Christopher e confesso que estava bastante ansiosa para vê-lo provando o prato. E não me surpreendi quando vi que ele tinha amado a comida. Mérito brasileiro, mas, também dele por gostar de absolutamente qualquer coisa.

— Agora você está mais que convidado a ir comer essa iguaria no Brasil — falei ao final da refeição.

— Você vai me levar? Senão, não conte com isso — Sua mão encontrou a minha em cima da mesa e eu sentia seu polegar acariciando o dorso da minha mão. Eu sorri com o que ele havia dito por que era inevitável não fazê-lo, e eu em nota mental anotei quanto sentia falta desses momentos leves com ele — Eu já fui ao Brasil algumas vezes para fazer show, sabia? Mas nunca tinha comido esse prato. E quero ir da próxima vez com você.

Best Part • Christopher VélezOnde histórias criam vida. Descubra agora