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Louis se encontrava frente à porta branca da cerca e olhava fixamente a enorme casa branca. Situada longe da rua, tinha verdes pradarias de grama em declive, caminhos de flores bem cuidados e grandes árvores de sombra, um dos quais tinha um balanço pendurado num de seus grossos ramos. No alpendre, vários jovens estavam sentados em cadeiras de vime, bebendo o que parecia ser chá gelado e mantendo uma animada conversa. Ao ver os rápidos movimentos de suas mãos, Louis sorriu ligeiramente. Era óbvio que tinha que praticar muito se queria dirigir com tal facilidade a língua de sinais.

A porta rugiu com força quando a abriu. Nenhuma das pessoas que se encontravam no alpendre se voltou para ele. Enquanto Louis subia pelo caminho de entrada, escrutinava com o olhar as janelas da casa, esperando ver Harry. Ao chegar à escada, um jovem arrumado notou sua presença e ficou em pé para recebê-lo.

— Olá. Posso ajudá-lo em algo?

Sobressaltado, Louis vacilou um momento atrás ao apoiar o pé no primeiro degrau. O homem falava com voz monótona e curiosamente fanhosa, mas pronunciava cada palavra à perfeição e com toda claridade.

— Talvez. Sou Louis Tomlinson. Meu esposo, Harry, estuda aqui.

Os olhos azuis do homem se avivaram ao ouvir o nome de Harry. Sorriu, sem deixar de observar com evidente curiosidade Louis.

— Você não é tão bonito como ele diz.

Este comentário desconcertou Louis e soltou uma gargalhada.

— Lamento decepcioná-lo.

— Não estou decepcionado. Eu o considero meu rival. — Um inconfundível brilho iluminou seus olhos. Estendeu a mão direita — Chamo-me Bruce Johnson.

Louis ficou olhando a mão estendida. Depois de vacilar um momento, a estreitou.

— Ouvi esse nome. Minha governanta, Maddy, mencionou-o em várias cartas. Entendo que está cortejando ativamente meu esposo.

Bruce riu.

— Tentei.

— Teve um pouco de sorte?

— Ainda não.

Louis riu a seu pesar. Embora não gostasse de reconhecer, aquele homem lhe resultava simpático.

— Tranquiliza-me sabê-lo.

— Harry é muito fiel. Somos bons amigos, nada mais.

Louis continuou subindo as escadas.

— Ele está aqui, verdade?

— Está em aula neste momento. — Tirou um relógio do bolso de seu colete — Em dez minutos terá terminado.

Louis não queria esperar dez minutos, mas supôs que não tinha mais remédio. Apoiou-se contra o corrimão do alpendre e cruzou os braços.

— Há quanto tempo que estuda aqui?

— Sou professor.

— Ah.

Bruce sorriu abertamente.

— Muitos dos professores desta escola são surdos. Embora não acredite, isso facilita nosso trabalho. Entendemos melhor a situação. Também há professores que não são surdos. Os necessitamos para as aulas de pronúncia. Como é óbvio, eu não poderia saber se um estudante está pronunciando corretamente uma palavra.

Louis assentiu com a cabeça.

— Como vai Harry?

O sorriso de Bruce se apagou.

Harry's Song - Adaptação Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora