Bood Intentions - Beauany

⇝24.

                               Any Gabrielly

Eu sabia ele estava me olhando, eu podia sentir seus olhos ardentes vidrados em meu corpo. Eu não vejo mais sentido em nada, já não sei mais qual o rumo que as coisas estão tomando, a sensação que tenho em mim agora é apenas o desejo da morte. Quero sumir, ir para um lugar melhor aonde eu não traga preocupações para os meus familiares, aonde eu não sofra mais e não carregue todos esses medos e todas essas inseguranças e traumas comigo. Eu queria sentir a paz, queria sentir a plenitude de descansar pra sempre. Consigo me ver, num lugar todo branco e completamente silencioso, deitada no chão, apenas com algo macio sobre minha pele, e a cabeça tranquila. Eu só precisava disso. Por que Deus não nos ouve no momento em que mais precisamos?

Depois daquele erro em que cometemos na casa do Josh, eu só consegui pensar em correr, sem rumo algum, a chuva molhou a roupa em que eu estava novamente, meu corpo estava ardendo em frio, sentia que a qualquer momento eu podia congelar. Corria abraçando meus braços na tentativa de me esquentar, mas nada adiantava. Minhas pernas já estavam doloridas, parei para descansar, olhei em minha volta e não consegui reconhecer o lugar. Um barulho alto de carros e motos aumentava cada vez mais, a luz dos faróis iluminavam a rua e toda a minha volta. Virei de costas e avistei 2 carros pretos grandes e 4 motos vindo a minha direção. Será que Deus ouviu minhas preces? Vão me atropelar?

— Ora ora ora, se não é a rainha da festa — Um cara que não me era estranho disse, enquanto tirava o capacete. — Oque uma moça tão linda faz sozinha na rua, na chuva, uma hora dessas?

— É da sua conta? — Eles riram. — Rainha da festa? Da onde você tirou isso?

— Está com a mente tão esquecida desse jeito princesa? Eu ia te comer ontem, mais infelizmente nos atrapalharam.

— Graças a Deus.

— Essa ai tá muito atiradinha chefe. — Um ruivo disse da janela do carro.

— Relaxa, sou acostumado a domar cadelas como essa. São nessas que eu me amarro.

— Olha, o papo foi completamente agradável, mais eu preciso ir, licença. — O cara forte com os braços tatuados segurou meu braço com força, me machucando. — Caralho isso ta doendo.

— Achei que garotinha do Josh fosse mais forte. — Todos riram.

Oque o Josh tem a ver com isso?

— Legal, agora eu preciso mesmo ir embora. — Tentei correr, mas acabei levando um tapa na cara de um dos que estavam na moto.

— Caralho. — Coloquei a mão no rosto enquanto com a outra, enxuguei a lágrima.

— Bota o remedinho na princesa.

— REMÉDIO? QUE REMÉDIO? — Gritei na expectativa de alguém me ouvir.

— Só fica quieta, insuportável. — Um pano foi colocado sobre meu nariz, a força, me deixando sem respirar, e fazendo minha visão embaçar, até que...

\-*quebra de tempo*-/

Meu corpo inteiro dói, e não consigo me mover. Meus olhos abriam lentamente, mas já conseguia visualizar o local, não sei aonde estou, mas o lugar fede, é todo escuro e sem móveis algum. Só tenho iluminação por conta de um simples abajur, do lado da cadeira em que estou definitivamente presa. Meus braços estão amarrados para trás, minhas pernas juntas no pé da cadeira, e na minha boca um pano, que por sinal tem um cheiro horrível a beça.

— Acordou lindinha? — O mesmo cara da moto, colocou uma cadeira e se sentou a minha frente. — Você deve estar se perguntando por que está aqui claro, e eu vou ser bem claro. Ontem você estava subindo comigo, para que eu pudesse te comer, você não tem noção do quanto eu estava duro só de pensar de eu estar dentro de você — Que nojo que nojo, eu quero vomitar. — Só que seu queridinho Josh, nos interrompeu de ter uma foda incrível, com um lindo soco na minha cara. — Puta que pariu, esse é o Billy??? Oque Saby me disse que eu acertei o pau? — E esse desgraçado precisa me pagar por tudo que deve, além das incontáveis vezes em que fiz a droga fiado pra esse vagabundo, ele me deve uma linda e gostosa foda com você.