Uma dança para o amor [CONCLUIDA]

CAPÍTULO 1

Aviso antes de começarmos: O livro das irmãs Williams são de tempos diferentes. Sugiro que leia primeiro o da Ashley e depois o da Emma, apesar de talvez lá na frente não fazer tanta diferença.

Prontos para dar início? Deixe o votinho! (e leia as notas finais)

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ASHLEY

Frustração é o que me guia neste momento. Esperei longos anos para ter o meu lugar e agora tudo está dando errado. Briana era minha inimiga em todas as faces do planeta, ouvir que ela estaria fora da apresentação por machucar um dos bailarinos foi um alívio para mim.

Estávamos todos nos preparando para a grande apresentação do Lago dos Cisnes, ser a protagonista me rendeu horas longas de falta de sono e ensaios extras em meu apartamento. Lucca, melhor amigo e parceiro de dança, aparecia quando podia.

Dançar era a minha forma de expressão e agora eu só queria jogar tudo para fora. Ser entendida como só a dança pode fazer, mas me encarando nos grandes espelhos da sala, eu mal consigo me mover.

Lucca se machucou por minha causa.

Ele não vai poder se apresentar por minha culpa.

Agora tudo estava em risco, não havia bailarinos devidamente preparados na opinião da minha professora. A música baixa do meu celular parou de tocar, agora tenho certeza de que a bateria acabou.

Fecho os olhos, sendo inundada por tudo que aconteceu. A notícia aos meus pais, o orgulho nos olhos de toda família, Lucca mais que feliz por me ver ganhar um lugar que eu merecia, Liam me ligando por chamada de vídeo completamente orgulhoso, uma noite das irmãs em comemoração e então... Lucca de novo. Mas algo bem ruim dessa vez.

Estávamos apenas ensaiando, como sempre. A professora nos chamou e demos início, de repente... tudo começou a dar errado.

Tiro as sapatilhas dos pés, eu sei que hoje não irei conseguir dançar nada para me aliviar de toda a frustração. Suspiro outra vez, não ajuda muito, apenas me deixa ainda pior.

Sigo para a pequena mala, tirando meus sapatos dali e guardando as sapatilhas. Nesse horário, Emma deve estar na casa dos meus pais, ela nunca deixou de visitá-los quando partiu para o apartamento aos vinte anos.

Ela ganhou aos dezoito, mas quis ficar para ficar de olho em nossa mãe. As coisas não ficaram legais quando eu tinha dezessete. Acontece que, tragédias pareciam nos perseguir. Hannah quebrou o braço uma semana antes do casamento, Aston perdeu o anel de casamento na lua de mel, os gêmeos esconderam a chave do carro e nunca mais acharam.

Mas, olhando para todas elas, nenhuma se compara à dor que ficou quando tudo aconteceu. Estávamos felizes porque teríamos um bebê a caminho, a possibilidade de mais um irmão ou irmã me deixava eufórica, mesmo que preocupadas pela gravidez arriscada.

Contei todos os dias, planejei o quarto com ajuda da Emma. Olhei os nomes com os meus pais. Até sonhei em como ele ou ela seria. Quando soubemos que era um menino, colocamos o nome de Stephan. Não parávamos de falar dele, minhas redes sociais estavam cheias de fotos dos presentes que ele teria.

Stephan foi o bebê mais esperado, e foi o mais doloroso de perder.

Foi em uma noite de falas desesperadas, tentávamos manter a calma, mas era impossível. Hospitais não são o meu lugar preferido, e aquilo ficou claro desde aquele dia.

Stephan virou uma estrela naquela noite.

Depois disso, o estado da minha mãe se agravou. Ela não queria sair do quarto do bebê, apertava as roupinhas, os ursos de pelúcia. Eu a assistia definhar aos poucos com a dor. Foi a primeira vez em muito tempo que a vi tão ruim.