CAPÍTULO 32

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Oi! Por ser o último capítulo, quero muito aproveitar para agradecer todo carinho. Quero ler os comentários de todos, ok? É triste, mas obrigada por me trazerem até aqui. Amo todos vocês.

HENRY

A minha vida toda, estive à procura de um sentido. De algo pelo que o meu coração pudesse bater mais forte, e que esse sentimento pudesse me trazer o que eu nunca tive. Ashley foi o meu acerto mais inusitado, o meu romance proibido, a minha paixão avassaladora, o meu incentivo de me levantar da cama e continuar mais um dia. Quando pensamos em nos apaixonarmos, nos vem à memória algo capaz de nos tirar do eixo, de ultrapassar os nossos limites, mas a verdade é que o amor nunca esteve realmente ligado somente a uma paixão avassaladora e louca, mas a paz que se sente quando se está vulnerável, completamente despido para outra pessoa, e não estou falando no literal.

Ashley e eu temos uma relação muito diferente das outras, ao mesmo tempo que às vezes queremos tirar a roupa, nós só queremos compartilhar o silêncio, os sorrisos, o verdadeiro lado mais puro do que é se apaixonar por alguém de verdade. Fazer sexo é bom demais, mas estar ao lado de quem multiplica tudo, que te transborda e que te permite fazer coisas estúpidas, como dançar debaixo do chuveiro, tirar fotos bobas com argila no rosto, qualquer coisa... estar ao lado dessa pessoa torna tudo diferente.

— Pode entrar.

Levo o olhar para o guarda que agora aponta para a porta aberta. Eu agradeço com um murmuro e passo por ele. Estive esperando por esse momento desde que recebi a notícia de terem encontrado Alexander. Meu meio-irmão está sentado do outro lado da mesa, acorrentado para não tentar fazer algo estúpido.

— Decidiu me salvar? — cospe as palavras. — Filho da mãe, você deveria ter vindo antes!

Meus olhos vagam por todo corpo machucado, o rosto extremamente fodido, o corpo quase tão magro quanto da última vez que preguei meus olhos nele. Estou puramente satisfeito com o que vejo, e não me sinto mal por isso.

— Não vim te salvar, Alexander. Na verdade, vim só olhar para você uma última vez — desdenho, sentindo o repuxar do canto dos lábios. — É maravilhoso ver você do outro lado, sabia? Ver você arrebentado como merece, seu grande merda infeliz.

— Decidiu ficar corajoso, irmãozinho? Logo agora que estou preso?

— Fiquei muito antes de você vir parar aqui. Ou se esqueceu da surra que dei em você por quase matar a minha mulher?

Seu corpo se estica contra mesa, escuto a sua risada falha por causa da dor, mas nem assim ele parece se importar de deixar ser o grande idiota que é.

— Eu não deveria ter avisado merda nenhuma. Quem sabe assim você tivesse aprendido o seu lugar, não é? Mas olha só para você agora... bancando o maldito herói, agora deve limpar a merda da sua bunda com dinheiro graças a ela, não é?

— Você sempre foi agressivo — digo, tombando a cabeça para o lado. — Já sabia desde cedo que sua vida seria uma merda, não é?

— Não se orgulhe tanto.

— Ah, eu me orgulho sim — aceno com a cabeça. — Você me fez passar por um inferno, assim como sua mãe, mas eu decidi sair do mesmo buraco que vocês. Eu aproveitei a minha oportunidade de sair da maldita prisão em que me colocaram. Eu fui surrado, maltratado, impedido de comer a minha infância inteira desde que pisaram naquela casa. Passei fome dentro da minha própria casa, fui espancado e tratado como merda, mas a verdade disso tudo é que você só me tratava assim porque não sabia como lidar com o grande desastre que você é, certo? Como é se sentir tão inferior a ponto de precisar machucar outra pessoa?

Uma dança para o amor [CONCLUIDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora