CAPÍTULO 27

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HENRY

Figurinos.

Eles são tão detestáveis quanto os treinamentos intensivos de Prince. Ashley estava do outro lado da sala, provavelmente rodopiando naquela roupa pomposa que só a deixaria ainda mais bonita. Nosso dia estava se aproximando, e não sei dizer em palavras como me sinto sobre isso. Claro que me sinto aliviado por saber que depois desse dia, Ashley e eu ainda seremos oficiais, mas ainda tem algo indefinido dentro de mim. Ainda parece que uma história precisa ser encerrada, e sinto que isso tem a ver com minha antiga família.

— Você realmente odeia ficar provando roupas.

Elevo os olhos para o espelho, encontrando Ashley parada um pouco atrás de mim. Ela está como eu imaginava, fabulosa, linda, impressionante. Giro os calcanhares, torcendo para que meus olhos entreguem o quanto eu a admiro.

— Se o resultado for o mesmo que o da última vez, fico feliz em provar quantas roupas quiser, linda.

A loira balançou a cabeça, fingindo me repreender, mas a julgar pelo seu sorriso sem vergonha, ela adoraria repetir a dose. Talvez eu devesse mesmo repetir.

— Vou sair com Emma e Lucca depois da aula — diz, caminhando para mais perto. — Se quiser, pode ir para casa com o carro, Emma pode me levar para casa depois.

— Eu busco você — Sussurro, deixando um beijo em sua testa. — Podemos comprar algo para comer hoje, de repente, Lucca ou Emma queiram ficar para jantar.

— Está convidando eles? — Diz, risonha. — Você não é do tipo que gosta de visitas, Daugherty.

— Mas gosto da sua família. E eles não são visitas. Só faça o convite, tudo bem?

Ela ri, jogando os braços por cima dos meus ombros. Acredito que era a primeira vez que exibimos um contato tão íntimo perto de nossos colegas de turma, podia ver por rabo de olho alguns olhando, e outros cochichando, mas já estava mesmo na hora de saberem que Ashley Miller era minha, e que eu, por incrível que pareça, pertencia a ela como nunca pertenci a ninguém.

Volto a olhar para a loira em minha frente, ela sorri como se o mundo fosse brilhante e lindo. E talvez seja, mas seria por causa dela.

— Você é tudo para mim, loirinha.

Seu sorriso é maior, é quase como palavras mágicas. Toda vez que dizia o quanto ela significava para mim, Ashley parecia explodir de tanta alegria, e eu gosto de vê-la assim. Feliz. Amada. Despreocupada.

— Você é tudo para mim também, bailarino.

A voz de Prince nos interrompe, ela é alta e autoritária, e todos sabemos que se não seguirmos, estaremos todos ferrados. De repente, todos estão amontoados, tentando olhar para ela. Há um monte de elogios da maneira Prince de dizer, assim como críticas lançadas apenas para apagar sua imagem intocável e severa.

Após um breve discurso, todos somos obrigados a tirar os figurinos e a seguirmos de volta para sala de aula. Eu a chamo de tortura. Logo, Ashley e eu estamos sentados no fundo da sala, observando outros alunos a fazerem as correções que Prince fez questão de alertar a sala toda.

Nós não teríamos descanso.

— Está com dor de barriga ou é muito difícil para você sorrir? Ande, mostre os dentes!

Ashley se encolhe, cobrindo a boca para não deixar que o riso escape e acabe chamando atenção. Eu até lhe dou uma cutucada para que fique quieta, mas nem mesmo isso serviu para escaparmos do olhar atento de Prince. Ela nos mataria quando tivesse a chance, e Ashley seria a culpada.

Uma dança para o amor [CONCLUIDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora