CAPÍTULO 7

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Bora pra leitura!

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HENRY

Voltar para casa seria dar início a sessão de tortura. Eu sabia disso assim que passei pela porta e encontrei Victória, olhando seriamente para a pequena e velha televisão. Uma caixa de pizza estava sobre o braço do sofá, faltando dois pedaços para terminar. A essa hora, Alexander deve estar em casa. Se Ashley não tivesse me oferecido algo para comer assim que retornamos para sua casa, com certeza minha barriga estaria roncando agora e aquela pizza seria negada de mim, como sempre.

- Você demorou muito para voltar - resmungou, finalmente tirando os olhos da tv e focando em mim. - Acha certo tentar matar os outros de fome?! - gritou.

Eu respiro fundo. Tudo que faço aqui é respirar e suspirar. Não há outro meio de expressar tudo o que sinto quando volto para casa. Se não fosse pelo pedido do meu pai, eu teria ido embora e os deixado viver como bem quisessem.

- Não está morrendo de fome já que comprou algo para comer - respondo, apertando a alça da mochila. - E eu te disse que entregaria currículos até mais tarde.

- Não achei que fosse demorar tanto assim. Alexander já estava ficando irritado porque você não estava aqui para fazer o jantar. Tive que tirar o dinheiro do salão para isso! - sua mão se ergueu, movendo-se para cima e para baixo com o dedo indicador. - Você tem que me pagar depois, hein! Sabe que não posso ficar sem ir ao salão.

Queria perguntar por que eu deveria pagar algo que ela mesma cedeu para o filho. Se pudesse, ousaria perguntar se Alexander está bravo por não ter o jantar pronto ou porque foi banido da maioria dos lugares que frequenta e teve seu rosto socado diversas vezes bem na porta da nossa casa.

Meu querido meio-irmão tinha trago mais um problema para casa. Uma pessoa que gosta do errado sempre vai andar com as pessoas erradas, Alexander é um desses.

Victória agarra os dois últimos pedaços de pizza, mordendo-os juntos. Eu sei porque ela faz isso.

Ela não quer que eu coma.

Um castigo por não estar aqui para fazer o jantar.

Quando meu pai se casou de novo, ela fazia a mesma coisa comigo depois que eu chegava da escola. Com meu pai trabalhando, era fácil me deixar sem comer, principalmente quando ela usava correntes e cadeados para trancar a geladeira. Para comer, tem que fazer algo em casa. Para comer, tem que deixar a casa em ordem e ser um bom enteado.

Meu pai desconfiou uma vez da minha magreza repentina, mesmo que tivesse gastado demais me levou ao médico. Depois disso, as coisas melhoraram por um tempo. Eu nunca soube se ela tinha consciência do que ela fazia comigo, mas caso tivesse, esse seria mais um ponto para a lista de decepções na vida.

- Precisa ir ao mercado.

- Amanhã cedo eu passo lá.

- Vão cortar nossa energia, você viu?

- Já vou dar um jeito, Victória.

- Ótimo - sorriu, desviando os olhos para a novela. - Continue sendo o bom garoto que seu pai adorava, Henry. Assim ele ainda pode sentir orgulho de você.

Automaticamente minha cabeça se move para cima e para baixo, meus pés entram em ação, levando-me de volta para o meu quarto. Um peso toma os meus ombros sempre que volto para casa, nunca foi diferente, ou melhor, foi, mas quando minha mãe ainda era viva.

Uma dança para o amor [CONCLUIDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora