- Quem é ela? - o homem alto questionou assim que chegamos à sala.
- Ela é a minha surpresa, André. - bateu palminhas e o olhar do homem pousou em mim. - Bem, ele também.
- Olá. - cumprimentei a todos com um aceno.
- Pensei que fosse nos dizer que estava noiva. - outro homem murmurou.
- Todos pensamos, Max. - André pontuou.
- Onde está o tal Samuel? - uma menina perguntou revirando os olhos.
- Ele está viajando, Ana.
- Oh, claro. Ele só quis fazer um filho de qualquer forma. - sem papas na língua. Os homens dessa família são diretos.
Olhei em volta analisando a quantidade de pessoas presente no local. Por cima, eu contei umas doze, no entanto posso ter deixado passar algumas crianças no meio do caminho.
- Consigo lembrar de alguns deles. - Camila sussurrou para mim.
- Vai nos contar quem é ela ou vamos esperar até amanhã? - o mais alto resmungou sentado.
- Calma, estou esperando mamãe voltar.
- Claro, por que ela foi fazer o seu trabalho. - murmurou deixando o clima da sala ainda mais pesado.
- Eu vou lá ver se ela precisa de ajuda. - rumou a uma porta parando na metade do caminho. - Se quiserem me acompanhar... - olhou para nós em um pedido mudo para que fossemos com ela. Era nítido que ela não queria que eles nos interrogasse e descobrissem, antes da hora, quem realmente nós somos.
- Onde estamos indo? - Camila questionou.
- Vou te apresentar primeiro à mamãe. - abriu uma porta no final do corredor. - E à minha filha. Está é a Mila. - Camila sorriu. - Mamãe veio trocá-la para que eu atendesse a porta. - sorriu.
- Você me chamava assim quando eu era pequena. - sibilou. - Oi, Mila. - segurou a mão da pequena menina deitada na cama.
- Ellen, minha filha, Mila está ressecada, você precisa dar um pouco de água a ela. - a senhora entrou no quarto parando assim que nos viu. - Oi. - acenou. - Sou a Karla, prazer. - estendeu a mão e eu a cumprimentei antes de Camila puxá-la para um abraço.
- Mamãe. - Ellen a chamou da porta da cama. - Essa é a minha surpresa.
- Oh! - sua boca se abriu em um círculo perfeito. - Eu pensei que
- Que ela fosse se casar. - completei entediado. O que essa família tem com casamentos?
- Isso. - me olhou.
- Mamãe. - Ellen a conduziu até a cama. - Essa é a Camila.
A confusão estampada em seu rosto me divertiria se eu não estivesse com tanto medo da sua reação. Isso poderia destruir a minha mulher.
- Você está falando sério? - gaguejou.
- Estou falando surper sério.
- Oh meu Deus. - colocou as mãos na boca. - Minha menina. Minha doce menininha. - disse passando a mão no rosto de Camila.
- Oi mamãe. - derramou uma lágrima solitária que logo foi seca pela mão calejada da mais velha.
- Eu não acredito que você está aqui. - a abraçou. - Oh meu Deus, seu pai a levou para um futuro melhor e... - a primeira lágrima desceu por sua bochecha. - Jesus, você está aqui. Aquilo não aconteceu de verdade. Como você... não faz sentido. - olhou para mim. - Como ela escapou com vida? Alejandro disse que a tempestade foi muito forte.