Capítulo 36

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Jasper e eu não trocamos nenhuma palavra desde que entramos no carro. Eu não entendo muito bem como essas coisas funcionam, mas sei que ninguém pode simplesmente ir para outro continente sem mais nem menos, mas ao ouvir Jasper conversar no telefone com um tal de Jason Jenks, tive a impressão de que não teríamos problemas pra sair do país.

- Já está tudo resolvido. - Ele disse depois que desligou o telefone.

Eu acenei com a cabeça e voltei a olhar para a janela, não conseguia parar de pensar nos meus tios e nos gêmeos. Como eles reagiriam quando eu não voltar pra casa? E se Jasper tiver razão e eles pensarem que eu fugi com ele? Cada opção era pior que a outra e fazia eu me sentir cada vez pior.

- Para. - Disse quando senti uma calma que sabia que não era minha.

- Só quero ajudar. - Jasper disse, sem parar.

- Jasper, para com isso.

Ouvi Jasper respirando fundo e logo voltei a sentir toda insegurança e ansiedade que vem me atormentando o dia inteiro. Não é justo que eu fique tranquila sabendo que todos que eu amo estão prestes a pensar que eu fugi deles.

- Me desculpa por hoje mais cedo na minha casa. Eu estava em pânico e não conseguia pensar direito.

- Tudo bem. - Respondi.

- Sei que devia ter sido mais cuidadoso, é uma situação ruim pra todos nós e eu só tornei as coisas ainda mais piores pra você.

- Jasper, está tudo bem. Cada um reage de um jeito. Você não teve culpa.

- Então porque está magoada comigo?

- Não estou magoada com você. - Disse tirando minha atenção da janela e olhando pra ele.

- Jennie, eu sinto que você...

- Estou magoada comigo mesma. Não acredito que estou fazendo isso com meus tios, eles vão ficar desesperos.

- Aquilo que eu disse, sobre eles acharem que fugimos, eu não devia ter dito aquilo. Sinto muito. - Ele disse me entregando seu celular.
- Liga pra eles. Diga o que quiser, é você quem está presa bem no meio de tudo isso, tem todo o direito de contar pra eles se quiser.

Eu peguei o celular da sua mão, ainda pensando em qual desculpa eu iria dar aos meus tios.

- Vou inventar alguma coisa só pra eles não colocarem a polícia atrás da gente. - Eu disse.

- Confio em você.

Mesmo sem conseguir bolar nada convincente, comecei a discar os primeiros dígitos no telefone de casa quando a tela começou a vibrar com o nome da Alice piscando.

Sem ter que dizer nada, Jasper agarrou o celular e atendeu a ligação.

- Alice...

- Jasper! - Eu conseguia ouvir ela gritando. - Da meia volta agora! Estão aí!

Jasper não teve tempo nem de desacelerar quando ele colocou um dos braços na minha frente, me prendendo firmemente contra o banco, milésimos antes de sentir um forte impacto.

Por um segundo não conseguia ouvir nada além de um irritante zumbido. Com a visão um pouco embasada, vi quando a porta do meu lado foi arrancada e Jasper me pegou no colo.

Fechei os olhos quando ele começou a correr. Não fazia ideia da direção em que ele corria, se era em direção ao aeroporto ou de volta pra casa.

Dez segundos, no máximo, depois de começar a correr, Jasper de repente se agarrou ainda mais forte em mim, pouco antes de novamente sentir como se ele tivesse batido em uma rocha, coisa que eu sabia que era impossível. Ele caio no chão e começou a rolar por vários metros.

Tudo estava acontecendo muito rápido, desde o momento em que estávamos no carro até aqui foram só alguns segundos. Eu realmente não sabia onde estávamos e não sabia se eu estava muito machucada. Eu não tive tempo nem de verificar meus ferimentos.

Quando paramos de rolar pelo chão, minha mente parecia está em outra dimensão, nada fazia sentido pra mim e era impossível pensar em qualquer coisa além do irritante zumbido que ainda não tinha parado.

Senti quando alguém deu leves batidas no meu rosto e escutei meu nome ser chamado várias vezes, cada vez ficando mais auto e claro, até que percebi que era a voz do Jasper.

- ... está me ouvindo? Jennie?

- Estou. - Sussurrei quando minha audição e visão voltaram ao normal.

Quando eu consegui ficar de pé, ignorando a dor na minha perna esquerda, Jasper se colocou na minha frente na mesma hora em que seis pessoas apareceram.
Eu só reconhecia a Ana, a garota que estava no banheiro do fliperama.

- Onde está Maria? - Jasper perguntou.

- Ela já está a caminho. Ela teve que ficar longe o máximo de tempo possível pra que a vidente não a visse. - Ana respondeu.

Eu realmente estava muito confusa, quer dizer, eu entendia a gravidade da situação, mas estava com dificuldade para focar em apenas uma coisa. Ao mesmo tempo em que minha cabeça pensava em um milhão de coisas, eu não conseguia me aprofundar em nenhuma delas.

Em determino momento, Jasper se inclinou um pouco, como se estivesse se preparando pra atacar.

- Não entendo porque você está limitando todo o potência que ela tem. Não seria mais fácil pra todos se ela fosse imortal?

- Por quanto tempo ela seria imortal antes de ser despedaçada pelos Volturi? - Jasper disse.

- Estamos confiantes...

- Se eu fosse vocês fugiria para o mais longe possível. Vocês são muito ingênuos se acham que tem chance de vencer. Maria é a mentirosa mais habilidosa que já vi em toda a minha vida. Eu não sei o que ela disse, mas vocês não tem chance, nem mesmo com a Jennie. No momento em que os Volturi decidiram ir atrás de vocês, já podiam se considerar mortos. Nada nem ninguém vai mudar isso.
A única centelha de chance que vocês tem é fugindo para o mais longe possível.

- Esse é o último aviso. - Um homem disse. - A garota vem com a gente, se quiser pode vir também, toda a ajuda é bem vinda, mas se não, então saia da frente.

Todos esperaram por alguns segundos, mas quando Jasper não se moveu, esse homem deu o primeiro passo em nossa direção, sendo acompanhado logo em seguida pelos outros. Jasper se aproximou um pouco mais de mim e falou.

- Agora é uma boa hora pra você perder o controle.

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Desculpa não ter postado, mas com as festa de fim de ano eu não tive muito tempo, e ainda por cima peguei uma gripe desgraçada.

Beijos




Girl on Fire • Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora