Capítulo 18

5.5K 506 54
                                    

🔥

1 mês depois

- Oi gente. - Disse saindo do meu carro.

- Oi. - Todos responderam, exceto Alice que veio pulando em minha direção.

- Ola Jennie! - Disse me dando um apertado abraço. Era assim que ela me recebia todas as manhãs.

Os últimos dias estavam sendo um pouco estressantes. Com o final do trimestre vieram vários trabalhos que eu tenho certeza de que os professores combinaram de passar no mesmo dia e ainda tinha as provas.

Como eu não tinha muita coisa pra fazer, passava boa parte do meu tempo estudando, o que me ajudou muito, mas mesmo assim a pressão de tirar uma boa nota me deixava tensa.

- Vamos? - Disse Jasper pegando minha mochila. Eu já disse pra ele que não precisa carregar ela, mas não adianta.

- Vamos. - Quase todos os dias, nossa primeira aula é a mesma, então virou um costume nosso irmos juntos.

Mesmo depois de tanto tempo, as pessoas ainda ficam nos encarando enquanto passamos, algumas semanas atrás todos estavam convencidos de que estávamos namorando e não importava o quanto eu dissesse que éramos apenas bons amigos, as pessoas ainda comentavam sobre nós.

- Jasper, vamos ter que cancelar o treino de hoje.

- Por quê? - Mesmo contra a minha vontade, Jasper me convenceu a treinar pelo menos duas vezes por semana. Ele garanti que eu estou fazendo progresso, coisa que duvido muito já que semana passado eu coloquei fogo na mochila dele, sorte que ele foi rápido e assim que percebeu a enterrou na fina camada de neve que restou do inverno.

- Tenho uma entrevista de emprego hoje a tarde.

- É mesmo? Onde?

- No fliperama. Minha tia conhece o dono e conseguiu a entrevista pra mim.

- Fliperama? Tem certeza de que é uma boa ideia? - Jasper é muito parecido com a minha mãe, ele sempre fica preocupado quando estou perto de muito gente.

- Essa é a melhor parte! O dono de lá precisa de alguém pra ajudar na lanchonete, eu vou ficar nos fundos fazendo milk shake o dia inteiro, o que poderia dar errado?

- Posso pensar em um milhão de coisas que poderiam dar errado.

- Estou cansada de ficar o dia inteiro em casa. Além do mais, eu não posso ser sustentada pelos meus tios pra sempre.

- Tem razão. Boa sorte. - Disse antes de virar pra frente quando o professor entrou na sala.

Jasper nunca mais tentou me beijar, no começo achei que o clima entre a gente ficaria estranho, mas depois do que aconteceu na frente da minha casa no mês passado, ele agia como se nada tivesse acontecido.

As próximas aulas foram o mais monótonas possíveis. Por mais que eu quisesse prestar atenção no que era falado, não conseguia. Eu nunca tinha feito uma entrevista de emprego antes, não faço ideia do que vão me perguntar e isso me deixou nervosa.

- Já disse que você vai se sair bem. - Disse Alice, enquanto passava sua lata de refrigerante pra mim.

- O que eles vão me perguntar? - Disse deixando de lado meu lanche e me concentrando inteiramente em tudo que Alice me dizia.

- Nada demais. Algumas coisas sobre você e o que exatamente você fazia no restaurante dos seus pais. Você vai ser contratada, não precisa se preocupar.

- Posso te acompanhar se quiser, para mantê-la calma. - Disse Jasper.

- Não precisa. Eu acho que vou me sair bem. - Disse mais confiante depois do que Alice me falou.

Assim que sai do refeitório fui até minha aula, como sempre, tomei cuidado pra não esbarrar na Lucy ou em algum amigo dela, principalmente depois que contei pra diretora que foram eles quem picharam meu armário e meu carro, fazendo todos ficarem o mês inteiro de detenção.

Quando a aula acabou, me encontrei com a Alice pra que ela me desse algumas dicas, mesmo ela dizendo que não era necessário e que eu estava me preocupando a toa.

Me despedi de todos e fui até minha casa, mais confiante do que nunca.

- Você pegou todos os documentos? - Minha tia perguntou.

- Sim.

- Ótimo. Boa sorte.

Enquanto dirigia até o fliperama, me peguei pensando em meus pais. Me pergunto se eles estariam felizes por mim ou decepcionados? Quem sabe preocupados?

- Jennie Kim? - Disse o homem que esperava na porta do Fliperama.

- Sim senhor.

- Entra, vamos conversar.

O dono do Fliperama, que descobri que chamava Joe, era um homem de aproximando trinta e cinco anos. No momento em que começamos a conversar entendi o porque da Alice me garantir que eu não teria problemas pra conseguir o emprego. Joe era a pessoa mais tranquila que conheci na minha vida.
Sinceramente, em alguns momentos da conversa, eu poderia jurar que ele estava chapado.

Minha tia já tinha falado pra ele que eu tinha experiência já que ajudava meus pais no restaurante, então depois de no máximo três minutos de conversa fui contratada, só não sei se é porque ele me achou perfeita pra vaga, porque estava desesperado por ajuda ou se é porque provavelmente estava drogado.

O fliperama não era muito grande, eu passaria o maior parte do tempo na lanchonete e quando fechasse eu ajudaria na limpeza.

Depois de uma rápido apresentação ao lugar, Joe me deixou ir embora. Eu começaria na semana que vem e já estava ansiosa e esse foi o início do problema.

Não sei se foi a estrada escorregadia ou a música que tocava tão alta que era difícil ouvir meus próprios pensamentos, mas em determinado momento enquanto dirigia senti quando o carro passou por um enorme buraco na estrada, furando um dos pneus da frente.
Freei o carro o mais rápido que pude enquanto sentia meu coração acelerado.

Por mais forte que tenha sido o susto, estava grata por ter saído desse pequeno acidente com apenas um pneu furado, mas como a sorte parece me esquecer de propósito, a alguns metros de distância, pude ver um carro vermelho vindo na minha direção. Era o carro da Lucy.

- Olá Jennie! Que surpresa! - Ignorar Lucy, embora nunca funcionasse, sempre era a melhor opção.

- Estou vendo que está com problemas. Quer uma carona?

Ouvi quando ela saiu do carro e veio até mim.

- Que estranho te ver sozinha. Você está sempre com os seus guarda-costas.

- Lucy, talvez você não percebido mas eu estou um pouquinho ocupada agora. - Eu estava agachada em frente ao pneu furado conferindo o estrago, então foi realmente uma surpresa enorme quando senti Lucy pichando o meu cabelo, me fazendo ficar de pé e me empurrando contra o meu carro.
- Ficou louca? Me solta!

- Já tem um tempo que eu queria falar com você. - Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, senti meu rosto arder por causa do tapa que ela me deu, me fazendo cair no chão.
- Um mês inteiro de detenção! Você tem ideia do que é isso? Garota, eu vou fazer da sua vida um inferno.

Eu nunca senti tanto ódio em toda a minha vida. Quando ela parou de falar foi em direção ao seu carro então não vou minhas mãos em chamas.
Era inútil tentar me acalmar, eu só conseguia pensar em como eu odiava ela

Depois que ela entrou no carro, tudo que eu podia ouvir era o barulho do motor, mas em poucos segundos esse barulho foi substituído pelos gritos dela quando o carro começou a queimar com ela presa lá dentro.

🔥

Girl on Fire • Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora