13 • O festival

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Um dos momentos mais aguardados por todos daquela cidadezinha, o evento que abalava o cotidiano pacato dos moradores ali, era o festival de início de inverno.

Todos os fazendeiros dos arredores ficavam animados para expor seus produtos mais vistosos nas diversas barracas e tendas erguidas no lado da cidade que levava para a floresta. A comemoração era tão popular que até pessoas de outras cidades próximas iam para participar. Sendo assim, Kenma não tinha desculpas para não ir.

Akaashi demonstrou animação, à sua maneira, a semana toda com a aproximação do festival e como vê-lo daquele jeito era o ponto fraco de Kenma, ele aceitou acompanhá-lo no sábado sem precisar de muita insistência. Também era verdade que Kenma estava cansado de passar horas encarando o teto de madeira do chalé, mas isso não era algo que iria admitir.

Chegando lá, acabaram se surpreendendo com a grandiosidade da estrutura do evento. As barracas foram armadas em ambos os lados da rua e seguiam por várias outras até perder de vista. Ao fundo, em uma região mais aberta, enormes brinquedos infláveis e mecânicos tinham sido montados e já era possível ver algumas filas se formando.

Mesmo com a quantidade de pessoas no local aumentando rapidamente, Akaashi e Kenma não demoraram muito para encontrar Bokuto e Kuroo. Eles estavam em uma das diversas barracas de comida, já se empanturrando de yakitori.

— Agaashe! Kenma! — Bokuto acenou com os braços erguidos, chamando a atenção deles.

— Ele nunca acerta seu nome? — Kenma comentou baixo com o amigo enquanto se aproximavam dos outros.

— Não — Akaashi sorriu, nem um pouco incomodado com esse fato.

— Vocês precisam provar isso aqui — Bokuto indicou os espetos de carne em suas mãos quando eles já estavam próximos —, está maravilhoso.

Kuroo, ao lado dele, apenas balançou a cabeça e murmurou em acordo, pois sua boca estava cheia demais para falar. Bokuto também não estava em perfeita ordem, em sua empolgação e afobamento para comer, ele acabou ficando com o rosto sujo e nem notara.

Sem pensar muito no que estava fazendo, Akaashi pegou alguns guardanapos no balcão da barraca e, segurando cuidadosamente o queixo de Bokuto, tratou de limpar o molho ao redor da boca dele que ficou quieto o tempo todo com os olhos fechados e as sobrancelhas erguidas esperando que Akaashi terminasse.

Observando aquela cena, os pensamentos que ocorreram a Kuroo e Kenma foram: "fofos" e "parece uma criança", mas nenhum deles disse nada.

— Obrigado — Bokuto sorriu, aquele sorriso gentil e tão contagiante.

— Não foi nada — Akaashi amassou o papel e o jogou no lixo.

— Aqui — ele ofereceu um dos yakitori. — Para você também, Kenma.

A partir daí, eles seguiram aproveitando várias das diversas atrações do festival. Andaram em alguns dos brinquedos, também se arriscaram nas barracas de tiro ao alvo e acabaram ganhando algumas pelúcias como prêmio. A que Kuroo ganhou para Kenma — e ele só aceitou depois de alguma insistência — era um gato branco com manchas pretas e amarelas, já a que Bokuto ganhou para Akaashi era uma coruja marrom com o peito branco.

Mais para o fim da tarde, eles ainda caminhavam pelo evento à procura de algo para fazer antes da grande atração da noite: a queima de fogos. Kenma e Kuroo andavam mais a frente, conversando distraidamente, o que dava a abertura perfeita para Bokuto segurar gentilmente o pulso de Akaashi, chamando sua atenção e fazendo com que ele parasse.

— Está tudo bem? — Akaashi perguntou, analisando-o rapidamente.

— Sim, eu só... — ele desviou o olhar por alguns segundos e coçou a nuca, estava nitidamente nervoso. — Eu estava pensando, e ficaria muito feliz se você aceitasse, mas se não quiser, tudo bem também, eu vou entender e não precisa ficar chateado, você tem todo o direito de falar não...

Refúgio - BokuAkaOnde histórias criam vida. Descubra agora