A ausência - Bônus

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THE JAPAN NEWS
Esportes

O atleta de vôlei Bokuto-Akaashi Koutarou (36) está chegando ao fim do seu contrato de 5 (cinco) anos com o MSBY Black Jackal na divisão alfa.

Bokuto se mostrou um talento antes mesmo do contrato e durante esses cinco anos ajudou a trazer inúmeros títulos para o clube ao lado de seus colegas de time.

Neste momento todos os fãs do atleta se perguntam e esperam que ele renove seu contrato e continue trazendo vitórias para a casa.

•••

Depois de quatro meses viajando para comitivas e campeonatos, Koutarou estava finalmente voltando para casa. Para sua família.

Keiji mal conseguia ficar sentado observando os aviões pousarem, suas mãos suavam, ele rodava inconscientemente a aliança no dedo anelar esquerdo. Hoshi, ao seu lado, olhava fixamente na direção do portão de desembarque, esperando, atento. Sekai estava com o rosto grudado na janela em frente aos bancos, tão perto que sua respiração chegava a embaçar o vidro.

Keiji esfregou os olhos e enterrou o rosto nas mãos, os cotovelos apoiados nos joelhos. Estava exausto. Se tivesse dormido duas horas naquela noite era muito, a ansiedade não permitia que seu cérebro descansasse.

Ficou se remexendo naquela cama enorme e vazia durante horas sem conseguir pregar os olhos. Era sempre assim quando Koutarou estava voltando para casa. A ansiedade de tê-lo presente novamente e o medo de não saber quando iria perdê-lo de novo brigavam a noite toda e acabavam com a sanidade de Keiji.

No mesmo momento em que sentiu algo como uma agulha espetar sua alma, Hoshi segurou seu braço, chamando sua atenção.

Ele levantou o rosto olhando na direção dos portões e avistou entre as pessoas uma silhueta que lembrava a de Koutarou. O homem tinha suas feições praticamente todas cobertas por um boné preto e uma máscara da mesma cor. Ele olhava para a tela do celular, digitando alguma coisa e levando o aparelho à orelha com uma mão enquanto puxava sua mala com a outra.

No segundo em que o homem levantou o rosto, Keiji sentiu seu celular vibrar no bolso, mas ele não precisava atender aquela ligação.

Depois de mais de dez anos juntos, Keiji conseguia reconhecer aqueles olhos até mesmo no escuro, afinal, eles tinham luz própria.

— Sekai — Keiji chamou a menina ao mesmo tempo em que ele e Hoshi se levantaram.

Não foi preciso dizer mais nada e os três correram ao encontro de Koutarou que não demorou para avistá-los e também apertar o passo na direção deles.

Sekai foi a primeira a chegar e rapidamente foi colocada no pescoço do pai. Hoshi foi o próximo, abraçando forte o pai pela cintura. E por último, e tão importante quanto, Keiji também abraçou o marido, assim espremendo Hoshi entre eles, o menino resmungou e eles ajoelharam-se dando, então, um pouco mais de espaço para o filho.

— É tão bom estar de volta — disse Koutarou apertando eles contra o peito e recebendo mais falsos resmungos de insatisfação.

— É maravilhoso te ter de volta — Keiji respondeu, pressionando um beijo em sua bochecha. Todo seu corpo e sua mente estavam tão aliviados por finalmente tê-lo ali presente.

— A gente tava morrendo de saudade, pabo — disse Sekai, descendo dos ombros dele e se enfiando no meio do abraço. — E de fome também.

— Você comeu dois onigiri sozinha no caminho pra cá — comentou Hoshi.

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