Refúgio - BokuAka

22 • O trauma

🚨⚠️ ESSE CAPÍTULO PODE SER SENSÍVEL PARA CERTAS PESSOAS QUANTO A ATAQUE DE PÂNICO. LEIAM COM CUIDADO! ⚠️🚨
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Akaashi acordou, mas não abriu os olhos. Passando a mão pelos lençóis, não encontrou Hoshi. Estranhando aquilo, também percebeu que Bokuto não estava mais deitado atrás dele.

Era comum que Bokuto fosse correr de manhã, quando o dia estava nascendo, mas ele nunca levava Hoshi.

Com medo e adrenalina se espalhando por seu corpo na mesma velocidade, Akaashi levantou apressado e correu para checar o banheiro em frente ao quarto, depois olhou superficialmente a cozinha, mas foi chegar na sala que o pavor de fato consumiu seu corpo.

— P-Por que está aqui? — Sua voz era trêmula e a respiração tão acelerada quanto seus batimentos. Akaashi odiava se sentir tão impotente perto dela.

— Sabe, Akaashi — começou a sra. Sato com seu tom cético —, acho que mudei de ideia. Estive pensando e seria muito arriscado te deixar ficar com essa criança. Até mesmo para o bem dele, imagine só o que as pessoas diriam de uma criança filha de um ômega masculino?

— M-Mas eu assinei o contrato, v-você não pode fazer isso!

— Ah, não? — Ela o encarou séria e ergueu uma sobrancelha. — Então, assista.

A mulher permaneceu encarando-o por mais alguns segundos, então, deu meia volta e se dirigiu a porta do chalé levando Hoshi com ela.

— Não! — Akaashi tentou ir atrás, mas sentiu algo o segurando. Eram mãos e ao virar-se, deu de cara com Ryo, o guarda costas que tinha sido encarregado de vigiar seu apartamento meses atrás, no mesmo dia de sua fuga. — Não! Me solta!

Akaashi se debatia na tentativa de se soltar, mas o homem apenas o segurava mais forte. Ele se virou para frente outra vez e lá estava aquela mulher odiosa levando seu amado filho embora sem que Akaashi conseguisse sair do lugar.

— Não! Por favor! Hoshi! Hoshi!

Ela não se virou e Akaashi não conseguia mais ver sua estrela.

— Hoshi! — Gritou assustado.

Era noite, ele estava em sua casa, seu quarto, sua cama... mas, novamente, estava sozinho. Não sentia a pequena mão de Hoshi segurando um de seus dedos, nem mesmo o calor e proteção do corpo de Bokuto atrás do seu.

Uma onda fria desceu por seu corpo e o desespero tomou conta. Aquilo não podia ser real.

Ele empurrou e chutou os lençóis e cobertas, indo apressado para qualquer outro cômodo.

— Hoshi! Bokuto-san! — Gritou pelo corredor e correu para a sala, onde as luzes estavam acesas.

— Kaashi? — Ouviu baixo enquanto se aproximava e lá estava Bokuto no sofá com Hoshi em seu colo.

Ele viu Akaashi paralisar ao chegar na sala e, logo em seguida, o exato momento em que seus olhos desesperados se encheram de água.

Bokuto ficou de pé, enquanto Akaashi se aproximava lentamente. Suas mãos tremiam ao silenciosamente pedir para pegar Hoshi. Ele o apoiou em seu peito, que subia e descia por conta dos soluços, e afundou-se no abraço de Bokuto que o puxou para o sofá.

— Estamos aqui, não se preocupe. Era um sonho — Bokuto continuou repetindo calmamente, enquanto acariciava as costas de Akaashi.

A pior parte de tudo aquilo era que não era a primeira vez que acontecia.