20 • A invasão

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Os canteiros nos fundos do chalé não tinham recebido quase nenhuma atenção desde o dia em que Akaashi tinha se mudado para lá.

Ele os havia arrumado quando fez a primeira faxina geral por todo o local, no entanto, acabou não plantando nada, pois naqueles meses frios, seriam pouquíssimas as chances de que algo nascesse.

Agora, com temperaturas tão agradáveis e várias árvores ganhando folhas novas, Akaashi achou que cultivar alguns legumes seria um bom passatempo.

— Assim? — Bokuto perguntou afofando a terra depois de ter colocado algumas sementes ali embaixo.

— Isso mesmo — concordou, ajoelhado ao lado dele. Um pequeno sorriso começou a se formar no rosto de Bokuto e Akaashi nunca conseguia resistir àquele gesto, então, inclinou-se e deu-lhe um beijo na bochecha, o que fez aumentar ainda mais o sorriso de Bokuto. — Acho que já está bom por hoje. Plantamos bastante coisa.

— Foi uma boa ideia começarmos essa horta, quando crescerem, vamos acabar economizando no mercado.

— Espero que sua mãe não fique chateada.

— Como se fosse possível, em algum momento, ela ficar chateada com você. Às vezes acho que ela gosta mais de você do que de mim — falou brincando, enquanto organizava as ferramentas que tinham usado.

— Não diga isso — Akaashi se levantou e o ajudou a levar os materiais para o pequeno galpão ali perto. — É óbvio que ela te ama.

— Eu sei — seu tom afirmava que ele realmente não tinha dúvidas quanto a isso.

Eles guardaram as ferramentas e também tiraram os macacões e luvas de jardinagem antes de saírem do cômodo que mal cabia uma pessoa dentro.

— Mas também é verdade que todo mundo que te conhece, te adora — continuou Bokuto, abraçando-o pela cintura. Akaashi deu um sorriso tímido e desviou um pouco o olhar ao sentir suas bochechas esquentarem. — O que é muito sensato, já que você é a pessoa mais incrível desse mundo.

Agora todo o rosto de Akaashi tinha ficado vermelho e ele o escondeu na curva do pescoço de Bokuto como sempre fazia quando ele o deixava assim.

— Sabia que eu te amo? — Sua voz saiu um pouco abafada, mas o sorriso de Bokuto era nítido. Mesmo que Akaashi não estivesse vendo, ele sabia e o aperto dos braços dele ao redor da sua cintura só comprovava isso.

Fazia poucos dias que eles começaram a se sentir confortáveis e prontos para dizerem aquelas três palavras, ainda assim, sempre que ouviam ou diziam, o impacto era como se fosse o da primeira vez.

— Eu sei — ele suspirou e acariciou as costas de Akaashi, trazendo-o para ainda mais perto — e isso me faz a pessoa mais feliz do mundo... não, do universo!

Uma das coisas que Akaashi mais gostava sobre a relação deles era que, a cada segundo, tornava-se mais fácil e ainda mais prazeroso amar todos os detalhes de Bokuto.

Quando sentiu que seu rosto não estaria mais igual aos futuros tomates que cresceriam na horta, Akaashi se afastou um pouco para poder encontrar aqueles enormes olhos dourados que sempre carregavam tanta alegria.

Não havia nenhuma dúvida que o ponto fraco deles eram os olhos um do outro. Bokuto sempre se perguntava como seria poder mergulhar naquele azul esverdeado tão límpido. Já Akaashi ficava fascinado por alguém conseguir ter a honra de carregar o sol daquela maneira.

Eles poderiam ficar horas paralisados apenas contemplando um ao outro, mas algo dentro deles, uma vontade absurda ou como um impulso elétrico, fez com que acabassem com a distância, desta vez não com um abraço, mas, sim, um beijo.

Refúgio - BokuAkaOnde histórias criam vida. Descubra agora