20 [ ups ]

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Sábado
Luke

Acordo com o som de portas a bater na casa da esquerda.
Não poderiam, ou pais da Sadie, ou a própria Sadie, fazer menos barulho?

Afundo a cabeça na almofada e pequenas memórias de ontem vão surgindo.
Ao fim do sexo que tive com a Arabella mandei-a embora no momento a seguir.

Inventei uma desculpa á última da hora sobre ter que ir buscar a Elsa ao colégio e que já estava muito atrasado.

Honestamente, é uma boa desculpa, agora entendo o porquê de o Calum a ter dito á uns dias atrás quando eu estava com a Sadie.

Espera, ele fez de propósito para nos deixar sozinhos!
Eu já achava estranho ele estar sempre a perguntar por ela ou a falar sobre ela. Mas pensei que fosse ele o interessado, quando no fundo era apenas uma forma de saber o que eu penso sobre ela.

Calum, se me estás a ouvir, e deus queira que não!, eu adoro-te meu.

Outra situação é: eu tenho que falar urgentemente com a Sadie e explicar-lhe o porquê de eu a ter enxotado.

Fico á janela de um modo discreto para que os vizinhos não reparem na minha espionagem.
Se tenho que falar com ela terá que ser a sós.

Anne e Spencer entram no carro e arrancam. Nenhum sinal da Sadie dentro daquele automóvel portanto tento ganhar tomates e sair desta porta.

Quando ponho a mão na maçaneta, paro.

Ela não me quer ver nem pintado de ouro portanto, eu tenho que arranjar uma tática melhor.
Eu podia...mandar um aviãozinho de papel? Não.
Eu podia...mandar mensagens? Também não.
Ou eu podia falar com ela janela a janela por cartões!
Ah-ah! Sim.

Corro até ao quarto e levanto o estore da janela dando-me uma visão para a dela.
E lá está a Sadie.
Sentada na sua cama a ler, com o cabelo despenteado e com os seus óculos postos.

Pego numa folha e começo a escrever.

Preciso de falar contigo

Acho que serve.
Olho de novo para a sua janela mas ela continua concentrada no seu livro. Eu tenho que bater com algo no vidro, acho?

Pego na coisa que está mais á mão, que por acaso é o meu porta lápis, e atiro-o contra a sua janela fazendo-a sobressaltar.

Ela levantasse com o seu pijama azul de calções e t-shirt que lhe assenta perfeitamente e algo lá em baixo, dá sinal de vida. ups.

Foi até janela zangada e cruzou os braços acima do peito.

Mostro-lhe o papel fazendo-a ajeitar os óculos para ler melhor.
Quando acaba de o ler, olha para mim, começa a virar-se e quando eu penso que ela vai buscar um papel para me responder, não.

Fecha-me o estore na cara.

Caramba, isso magoou.
Passo as mãos freneticamente pelo cabelo e visto-me para ir a casa dela pois assim terá de ser.

Toco á campanhia e espero pacientemente que ela venha á porta.

Quando esta é aberta ela tenta fecha-la assim que me vê mas o meu pé impede esse acontecimento. Revira os seus olhos perante o meu acto e entra pelo hall a dentro sentando-se no sofá na sala.

Sento-me num sofá diferente do dela para não haver proximidade, nem primeiras intenções, descanço as minha mãos em cima dos joelhos e olho para ela.

maybe ; lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora