Sadie
Antes de sair da casa, estico a cabeça fora da janela e observo o céu. Cinzento claro definia a sua cor, então achei por bem trazer o guarda-chuva. Guardei-o na mochila e desci as escadas preparando uma simples taça de cereais.
Assim que deslizo a taça para o lava-loiça, despeço-me do meu pai com um grito de até logo e fecho a porta principal.
Caminho pelo paralelo da minha rua estreita e encosto-me mais para a beira assim que, (mesmo com a música no máximo) oiço um barulho de carro. Deixo o mesmo passar por mim e quando olho para a frente apercebo-me que não é um carro normal, mas sim um da polícia.
Começo a juntar todas as peças, e a palavra pai surge na minha cabeça vezes sem conta. A minha mente começa a hiperventilar e tento regularizar a minha respiração. Tento agir como uma adolescente vulgar, como quem não quer a coisa, e falo ao polícia.
"Bom dia!" Sorri-lhe e o mesmo olha para fora da janela.
"Bons dias! Dirige-se para a escola, estou a ver?"
"Sim mas vi o seu carro passar e não pude ficar indiferente. Aconteceu algo?"
"Não, não se preocupe. Apenas suspeitas, nada demais."
"Bem, eu vivo aqui desde sempre e posso jurar que toda a gente aqui vive uma vida pacata."
Ele riu e apoiou o seu cotovelo na porta do carro.
"Nem tudo o que parece é, minha filha. Mas já lhe disse que são apenas suspeitas. Mas já agora, onde vives?" Meto as minhas mãos aos bolsos que suam desgraçadamente.
"Sempre me disseram que não devia falar com estranhos."
"Engraçado. Mas foi a menina que veio falar comigo." Porra.
"Estava a brincar." Sorri. "É aquela." Minto. Como é óbvio, não lhe posso dizer qual é a minha verdadeira casa visto que o meu pai ainda lá está.
"A cinzenta?" Anui. Precisamente, a casa do Luke. "Fantástico. Tenho que começar por algum lado."
Dou uns passos para trás assim que a sua porta se abre e as suas botas batem no chão.
"Não podemos deixar isto para outro dia? As minhas aulas começam daqui a 5 minutos, e eu não tenho carro." Tento enquanto ando atrás do polícia de cabelos brancos.
Eu estava tão bem quieta! Agora para além de me (tentar) safar desta, ainda vou ter que explicar tudo ao Luke. Eu sabia que ia ter que o fazer de qualquer das maneiras, não pensei é que fosse tão cedo!
"Vive sozinha? Pais, avós...?"
"Irmão." Engulo em seco e ele assente. Abro o portão da casa do Luke e subimos as escadas até ao alpendre. Toquei na campainha e olho para dentro da janela da cozinha, onde não vejo ninguém.
"Não tem chaves?"
"Não há necessidade pois ele é sempre o primeiro a chegar a casa, faz mais sentido ficar ele com ela."
Tento pensar em algo para não deixar o Luke estragar tudo assim que abra aquela porta, e lembro-me da chave suplente no remédio dos ratos. Procuro pela caixa e avisto-a atrás de um vaso.
Abro a porta de casa, pedindo ao polícia para ficar à vontade, o que é totalmente mentira, pois tudo o que eu quero é que ele se ponha a milhas daqui.
Corro praticamente pela casa adentro.
"Luke! Luke!" Abro a porta do seu quarto e encontro-o a vestir umas calças quase tropeçando assim que ele me vê.
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maybe ; lrh
FanfictionHá quem lhe chame amor á primeira vista, mas também há quem lhe chame ódio.