28 [ Raio do jornal ]

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Eu e o Michael passeamos até á sala de braço dado enquanto ele contava a continuação do seu sonho que, como eu disse, iria ser ainda mais intenso caso ele comesse aquela fatia de pizza fria. E foi.

O Professor gordo apenas bufou quando batemos á porta e entramos descontraídamente. Eu odeio este professor, perdoem-me mas em 1 mês de aulas que eu já tive com ele, não o consigo ver mais á frente.

Caminho por entre os dez pianos na vertical até chegar ao penúltimo sendo ele, o meu e do Luke.

Tenho que agir naturalmente, ele não gosta de mim, mas continuamos melhores amigos. Ok, Certo. Expiro profundamente pelo caminho e sento-me tirando o material.

"Estava a ver que tinha que te ir buscar." Luke sussurrou quando peguei no seu caderno para copiar o sumário.

"Perdi algo?" Questiono. "Em relação à matéria claro."

"Sim. O tempo para fazer a música foi adiantado e terá que ser feita daqui a 2 semanas."

Duas semanas? Eu vou conviver as próximas duas semanas com o Luke? A criar uma música?
Uma música á qual nem sequer sabemos o tema, nem tão pouco começamos?

"Duas semanas, hum? Um bocado apressado mas tudo bem." Murmuro.

"Aquela cena sobre ganhar uma viagem a uma cidade a determinar, que é bem determinada agora, já tem estadia marcada e isso tudo, daí as músicas terem que estar prontas. Nem que estejam a meio, com uma só frase ou com um só verso. Tem que haver um par que se distinga para ganhar a viagem."

Explicou e pelo canto do olho consigo ver que ele olha para mim mas eu continuo focada no professor gordo e a pensar que ele quer mesmo me estragar a vida.

Duas semanas? Caramba, eu preciso quase de dois meses para me esquecer da tampa, mas não tão tampa visto que ele não sabe dos meus sentimentos por ele, mas é como se fosse uma tampa!, que levei do Luke.

Porra para o raio da música e porra para si professor! Mas porquê é que sua excelência se lembrou de adiantar a estadia no hotel? Vai-me dizer que não ia haver vagas em Maio ou Junho?! Estamos no dia 31 de Março por amor a mim!

"Ouviste-me?" Passou as mãos á frente dos meus olhos e eu acordo.

"Sim. E onde é a cidade então?"

"Praga."

"Praga? Isso é onde?"

"Dinamarca? Eu sei lá, é lá para o oeste de França."

"Republica Checa, burro!" Alguém sussurra e olhamos para trás vendo Calum a fazer face palm.
"Dinamarca, Luke? Logo mais é na Russia, não?"

"Desculpa se não quero saber das cidades europeias para nada!" Luke sussurrou-lhe de volta agitado.

"Deixem-se disso rapazes! É irrelevante saber onde fica ou deixa de ficar. Sabemos que se chama Praga, boa!" Reviro os olhos e puxo Luke levemente para a frente pelo braço.

"Ás vezes ele irrita-me tanto, Sadie. Pensa que sabe tudo, ugh, que ódio." Murmurou fazendo-me rir.

"Aposto que há algo que tu sabes e ele não sabe. Por isso não penses assim." Ri-o.

Isto de estar naturalmente com ele, até não está a ser difícil.
Talvez, porque eu sempre fui natural quando estava com ele. Sempre fui eu própria. Dependente, ou independentemente de ele gostar ou não de mim.

"Bem visto." Riu-se. "Então, hoje á tarde em minha casa?"

"Por mim tudo bem." Dou de ombros e começo a passar os exemplos sinfónicos de Mozart no quadro.

maybe ; lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora