Amigos de verdade vão para o inferno

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(Narradora)

Ultimamente, dormir não vinha ajudando em nada. S/N gostava de usar isso como uma forma para descansar a mente, já que o corpo não era afetado por cansaço. No entanto, os pesadelos que já estava acostumada haviam mudado, e para piorar acordava sem conseguir lembrar de nada, eram como um vazio que pregava em sua cabeça e a deixava mais estressada que o normal.

Em mais uma tentativa, falha, mas que sua cabeça implorava até ela ceder e se deitar, a garota sentiu tocar-lhe seu braço, e pelo instinto auto protetivo derrubou o indivíduo com as pernas para o chão, ficando por cima de suas costas enquanto segurava o braço para trás.

Caroline: - Pode abrir a merda dos olhos, por favor? — Reclamou entredentes.

S/N: - Care?! —  Indagou com voz sonolenta, e soltou o braço da loura para esfregar os olhos - Tá fazendo o que aqui?

Caroline: - Responderei assim que sair de cima de mim, dominatrix.

S/N: - Ah, é... —  Cedeu ao pedido.

Caroline: - Tem algum momento que você relaxa?

S/N: - Tem, mas ultimamente tá difícil.

Caroline: - Era um pesadelo? Você estava choramingando.

S/N: - Provavelmente sim, mas nunca tenho certeza desde que voltei do País das Maravilhas. Tudo o que sobra é um borrão preto assim que abro os olhos.

Caroline: - Seu subconsciente deve ter se apegado ao que viveu.

S/N: - É, mas já foi. Estava vivendo uma história que não é minha. Digo, não deste meu eu.

Caroline: - Tentou fazer aquilo de "viajar" de novo pra pelo menos recuperar certas memórias?

S/N: - Tentei, mas alguma coisa dentro da minha cabeça ainda custa acreditar que fiz isso, e acho que é o motivo de eu não estar conseguindo. E não lembrar pra onde fui dificulta ainda mais. Como vou saber pra qual vertente do universo devo ir se não lembro de nada?

Caroline: - Você contou pra sua amiga bruxa? E se ela puder ajudar?

S/N: - Ela está ocupada demais, não vou botar mais um problema nos ombros dela. Quando estivermos mais relaxados eu me viro.

Caroline: - Cabeça dura, como sempre... — Riu fraco.

S/N: - Enfim... o que veio fazer aqui?

Caroline: - Lembra que a Sybil entrou na cabeça do Stefan e disse que tem uma irmã? Pois é, ela sumiu e dessa vez desconfio que não tenha sido os meninos. Eles ainda estavam desacordados quando ela desapareceu e Kol estava com você.

S/N: - Ele diz que não sente mais ela conectada com ele, mas ainda estou em alerta.

Caroline: - Espera um minuto. — Pediu ao notar seu celular vibrando no bolso - Alaric?

Alaric: - Caroline, acabei de chegar em casa e as meninas não estão aqui. Você as pegou?

Caroline: - Não, deixei elas com a Seline. Tentou ligar para ela?

Alaric: - Tentei várias e várias vezes, ela não atende.

Caroline: - Ela não deixou nenhum recado para onde pode ter ido?

Alaric: - Se tivesse deixado eu não estaria te ligando, Caroline.

S/N: - Quem é Seline? — Murmurou.

Caroline: - Nossa babá. — Respondeu em sussurros tampando o microfone para o outro não ouvir. — Estou indo agora mesmo.

Alaric: - Ok, não enrole! — Desligou.

Cara ou coroa?Onde histórias criam vida. Descubra agora