A bruxa tá solta

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(Caroline)

— Calma, mais devagar. Você foi acordada pelo Kai; o pai de S/N trouxe todos de um portal que dava pra outro plano, o qual foi criado por Bonnie; Freya e Davina ajudaram o Héktor, ou sei lá, escapar sem querer; e você simplesmente foi pra uma balada de monstros com a S/N? Sério, Elena?

— Não porque eu quis, Caroline. Ela aproveitou o exato momento que tirei o colar pra tomar meu banho.

— Esse não é o ponto principal, ela não te machucaria.

— Diz isso com muita confiança.

— E o Stefan? Ele sequer se importou em me ligar. — A última frase era quase um pedido pra que ela me desse alguma desculpa por parte dele.

— Eu... não sei bem o que dizer nesse caso. Talvez ele imaginou que quisesse passar o tempo com suas filhas em Dallas antes da bomba. Veja, eu não falei com você antes pois ainda estava atordoada essa semana e passei 2 dias inteiros me recuperando da ressaca. Meu corpo é humano agora, Care. O único que eu talvez consiga acompanhar sem entrar em coma alcoólico, é o Matt. Estou indo visitá-lo agora.

— No cemitério? — Perguntei sem pensar e me apavorei no mesmo segundo.

— Como assim? Ele está visitando alguém?

— É... Alaric também é humano, sabe disso, não é? — Mudei o assunto subitamente, rezando pra que ignorasse meu deslize. Ela não precisava saber agora, e não queria que fosse eu a responsável pela notícia.

Damon pode tranquilizar ela melhor nesse caso.

— Alaric? Nem você consegue acompanhá-lo, e você é uma vampira.

— Isso é porque eu não gosto tanto.

— Que seja. Quero fazer um jantar com todos os nossos amigos pra me atualizar em como está a vida. Pode conversar com Tyler? Damon me disse ontem que ele não está na cidade, e eu ainda tenho que ligar para o Jeremy. — Ai meu Deus, Damon Salvatore!

—  hn... — A saliva desceu por minha garganta como espinhos rasgando por dentro — Vou ver o que posso fazer. — Abracei ela mais uma vez só pra ter certeza de que era real, mas logo que a afastei um pouco, ainda segurando seus ombros, notei as marcas de expressão aparecendo em seu rosto quando sorriu. — Isso é um começo de pés de galinha? — Passei os polegares por cima de cada um pra confirmar.

— Ah, a Caroline de sempre. — Ela desviou de mim e soltou um leve riso desconfortável.

— Não, Elena, não foi o que eu quis dizer. É que era pra cura supostamente retardar esse processo, não? Katherine só começou a degradar quando a cura não corria mais em seu sistema. — Tentei me explicar, o que pareceu não adiantar muito.

— Degradar. — Fechou os olhos e suspirou por demorados segundos — Eu já os tinha antes do Kai me adormecer, Caroline. Algumas pessoas recebem esse presentinho natural mais cedo que outras. — Mas não você, Elena, me lembro bem como seu rosto ainda não possuía nenhum sinal do tempo. De qualquer forma, preferi não prolongar o assunto já que a incomodou — De qualquer jeito, isso aqui ia acontecer uma hora ou outra, não serei mais eternamente jovem com pele de boneca, vou envelhecer cada vez mais. E você terá que lidar com a minha cara de laranja chupada. — Fez careta quebrando o gelo entre nós e caímos na risada — Te vejo amanhã às 20h.

— Elena, moramos na mesma casa agora.

— Ah... verdade. Te vejo daqui a pouco então. — Pegou a jaqueta jeans do gancho para sair.

— Elena...? — Ela parou na porta e me olhou por cima do ombro — É muito bom te ter de volta. Sentimos muito sua falta.

— Também senti a sua, Care. — Sorriu pouco antes de sair.

Cara ou coroa?Onde histórias criam vida. Descubra agora