Mais alto (Part II)

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(Narradora)

O parque estava instalado do outro lado de Nova Orleans, mas uma corrida vampírica sempre adiantava qualquer missão.

As estrelas começavam a apontar no céu, e por mais que algumas pessoas vagassem pelo gramado do local, o esperado seria que não lotasse tanto. Afinal, ainda era quarta-feira.

Contudo isso não afetaria o funcionamento das atrações, e os rapazes chegaram no exato momento em que os brinquedos acenderam num espetáculo de luzes coloridas e cintilantes, refletindo nos olhos divertidos do herege e fazendo Kol rir do garoto que pareceu ainda mais jovem por alguns segundos.

Kol: — Vai me dizer que nunca foi a um parque antes? — Ainda assistia às expressões do outro.

Kai: — Uma vez, mas era menor e não pude ficar muito tempo porque fui escondido do meu pai.

Kol: — Que triste. Um brinde aos pais cuzões! — Tomou dois copos de milkshake de uma adolescente que passava e entregou um a Kai — Vaza! — Mandou a garota a embora.

Kai: — Órfãos, graças a Deus! — Brindou o copo de plástico com o Mikaelson e bebeu — Uh, cereja.

Um grito próximo tomou a atenção dos dois, em seguida um grupo de adolescentes saíram apavorados do que seria um castelo do terror.

Kol: — Assustar um grupo desse tipo não é fácil, geralmente vão nesses lugares pra badernar. — Comentou ouvindo a conversa do grupo com o funcionário responsável.

A garota de cachos louros chorava ao dizer que o palhaço sangrento a perseguiu com uma faca, e o rapaz ao seu lado afirmou com olhos arregalados como o manequim sem cabeça também o perseguiu de quatro completamente retorcido.

O funcionário revirava os olhos acreditando ser mais uma pegadinha juvenil. Só resolveu verificar quando notou que uma das pessoas que entrara logo depois ainda não havia saído.

Kai, não contendo a curiosidade e levemente desconfiado, se aproximou da entrada. A garota do grupo correu até ele e aconselhou-o a não entrar, descrevendo mais uma vez o que tinha lá dentro e mostrando a marca da mão do palhaço que ficará em seu pulso.

O Mikaelson e o herege se entreolharam segurando a risada. Ambos já imaginavam o que poderia ser e não se contiveram mais quando a mesma garota informou que iriam direto para a delegacia dali.

Kai: — Eu quero ver! — Entrou no castelo. De cara teve que desviar de teias de aranhas falsas.

O original o seguia e logo viram o funcionário passar por eles como um robô, com o olhar fixado para frente sem ao menos notar a presença deles.

No canto mais escuro, uma luz vermelha brilhou e o manequim descabeçado tomou vida mais uma vez. As juntas tortas e a barriga virada para cima quando correu para o lado do herege, fez com que ele pulasse para trás de Kol num sobressalto.

Kol: — Tá brincando? Você é um bruxo E um vampiro, Parker. Tome vergonha! — Chutou o manequim quando se aproximou e o viu se partir na parede — Querida, você assustou um de nós. Se já está satisfeita, podemos ir? — Falou alto e claro.

S/N: — Estou resolvendo um probleminha. Não se preocupem, podem ir! A intenção não era te assustar, Kai. — Conforme falava, os rapazes seguiram sua voz e a encontraram ajoelhada no chão ao lado... de uma criança?

Kai: — Você está me castigando por alguma coisa? O que é... isso? — Apontou a criança.

S/N: — Isso é o Kyle. Ele está tendo uma crise de pânico. — Explicou com as mãos nos joelhos do garoto, ajudando-o a recuperar o controle da respiração.

Cara ou coroa?Onde histórias criam vida. Descubra agora