[Esse capítulo foi um pouco mais trabalhoso, tanto que ficou extenso. Tudo do ponto de vista do nosso Bruxinho. Então peço - no mínimo - 20 comentarios, e de presente vem o hot no próximo]
-----------------------------------------------------------(Kai)
Apressei os passos no exato momento em que meus olhos conseguiram distinguir a forma dela. Estava tão calma, tão serena.
Até aproveitava a luz do sol que acariciava seu rosto com os tentáculos dançantes, aqueles que transpassavam entre as copas das árvores para a tocar.
— Posso te trazer ao menos um café, senhorita? — Foi o que pude ouvir do garçom que parou ao lado da mesa dela com a caderneta — É que não quero te mandar sair, mas não pode permanecer se não consumir. — Ele parecia desconfortável em sentenciá-la.
Porém, ao contrário do que ambos esperávamos, ela sorriu doce e simpática.
— Me desculpe, querido, é que estou esperando alguém. Não era minha intenção atrapalhar. Faz o seguinte: traz dois cappuccinos gelados, por gentileza. Ele deve estar chegando.
Quem ela esperaria aqui?
Os 27 passos de distância se tornaram 1 em segundos. Minha sombra impediu os raios solares de chegar até ela, a cobrindo totalmente enquanto ela virava a página do livro em sua mesa redonda de pedra branca polida.
Ela ergueu o rosto para encontrar o meu, e não pareceu surpresa.
— Boa tarde, senhor atrasadinho. Quase fui expulsa por tua culpa. — Falou com o mesmo sorriso doce de antes.
— Você estava me esperando?
— Claro, meu amor. Quem mais eu estaria esperando?
— O Kol, ou... seu pai? Afinal, tudo não passa de mais uma...
— Ah, não, bobo. Kol não vem, — Ela me interrompeu — e Héktor não vem aqui faz tempo, não gosta muito dessa versão. Somos só nós dois. — Inclinou-se levemente e me alcançou um beijo rápido e carinhoso.
— Que versão?
— Veja, eu acabei de terminar de ler "A mitologia grega" pela terceira vez. Estou tentando arrumar umas ideias para o meu próximo livro, mas quero algo autêntico. Algo que leiam e pensem: "Oh, esse foi mesmo escrito pela Miker".
— Miker seria você? Espera, é meu sobrenome e do Kol junto? — Soava bem estranho, mas optei não dizer nada pra não chateá-la. Era fofo o jeitinho como mostrava entusiasmo por esse seu lado literário.
Não imaginei que ainda desejava seguir com a profissão que se formou. Nunca tocava no assunto. Fui um tremendo idiota a ponto de não perceber que abandonou mais um de seus sonhos. O que me fez questionar se Kol sabia disso e, se sim, o porquê de não ter me dito. Bem, talvez por isso ele tenha dito tantas vezes que gosta de ler e não peguei o recado.
Eu gosto de ler, romances ruins, estórias fantasiosas — tipo a bíblia — e... principalmente grimórios antigos. Não imaginei que precisaria afirmar em voz alta.
— Meu nome fantasia, sim. Qual a melhor representação de mim se não esse amor insano por vocês que me faz completa? Pensei em Parkelson, mas ficaria como "mal de Parkinson" e me deixou brava. Não gosto de ficar brava. — Ela explicava sem desviar os olhos do meu — Isso é coisa da outra.
Não era ela. Não a original. Os olhos brilhavam demais, repleto de nada mais que amor e ternura. Quase inocente. Quase.
Era estranho não encontrar um toda a malícia que nos conectava tão bem na íris linda daquele olhar incompleto. Mesmo a ira aleatória estava fazendo falta.
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Cara ou coroa?
FanficQuem diria que em um simples dia e em um bar qualquer, sua vida poderia virar de ponta cabeça? Quem diria que com tantos poderes, o constante risco de vida pareceria inexistente? E quem diria que uma garota poderia deixar dois seres poderosos de joe...