Bruxa-madrinha

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(Narradora)

Uma leve batida com o pneu na guia da calçada, e estavam estacionados. Kai correu a mão direita pela coxa de sua noiva debruçada sobre suas costas e agarrada em sua cintura, e com a esquerda tirou o capacete para pendurar no retrovisor. Estava sorrindo, o coração palpitante por conta da recentemente aventura na estrada. Ele nunca havia pilotado uma moto antes, e pegar logo uma moto esportiva para sua primeira experiência, foi um tanto quanto radical.

Não poderia ter sido melhor, especialmente com sua garota na garupa.

S/N: — 200km por hora, Kai! Tava tentando conhecer Deus, Bruxinho? — Fingia uma bronca, porém um sorriso genuíno estampava seu rosto ao tirar o capacete e ajeitar o cabelo.

Kai: — Não rezamos por amor, rezamos por motos, minha gata. — Apertou os dedos na coxa dela e ouviu a risadinha anasalada.

S/N: — Pois então, Starboy, tua amante também está fora de alcance? — Provocou.

Kai: — Com toda certeza, até pra mim. Inclusive ele tá lá em cima de cara amarrada esperando as desculpas. — Ergueu a mão depois de pegar o celular e mostrar a mensagem do Mikaelson na tela.

"Quando chegar com ela, traga ao quarto pra gente conversar" 

S/N: — Droga, imagino que seja literalmente conversar. — Deslizou a mão pelo queixo do herege, o puxando para um beijo quente.

Kai: — Sabe que nos preocupamos, Docinho. Você tem essa mania de assustar a gente e às vezes não se dá conta de como isso nos deixa. Odeio dizer isso, mas ele passou por mais coisas contigo do que eu.

S/N: — Enquanto você tava de férias com a minha vovó?

Kai: — Hahaha, muito engraçado zoar com o trauma alheio. — Virou o tronco um pouco para trás e com um braço a enlaçou pela cintura para tirar do banco atrás de si, de sobrancelhas juntas e meio mal humorado.

S/N: — Desculpa, exagerei. — Beijou a testa dele e afagou seus cabelos, então Kai a abraçou pela cintura e riu também, com a postura mais relaxada.

Kai: — Você é má, gatinha. — A virou para a porta de entrada, onde Rebekah aguardava com os braços cruzados e uma careta fingindo nojo — Vá resolver seu outro problema, tenho uma coisa rápida pra resolver também. Já já estou de volta. — Deu um tapinha na bunda da garota e pôs o capacete de volta.

S/N deu alguns passos e encostou ao lado de Rebekah, assistindo seu noivo dar partida na Corse 848 e arrancar acelerando pelo French Quarter até virar na esquina e desaparecer.

Rebekah: — Estou levemente atraída agora.

S/N: — Eu te entendo. Só não esqueça que é meu.

Rebekah: — Ai, credo. Nem se preocupe, eu estava falando da moto. Ele não faz nada do meu tipo.

S/N: — Eu posso pedir pra ele te levar pra dar uma volta. Teu cachinhos dourados vão ficar lindos ao vento na garupa. Hum… não sei de quem fiquei com ciúmes agora.

Rebekah: — Tá brincando, garota? Garupa… — Pigarreou — Eu quero pilotar uma, minha de preferência.

S/N: — Bem, então faça o favor de adquirir uma e me deixar estrear. Eu vou adorar ser sua garupa. — Reverenciou a loura como se fosse um cavalheiro.

Rebekah: — Claro que vai. — Tomou uma das mãos da outra e depositou um beijo com classe.

Entraram para o complexo aos risos.

Klaus: — Posso perguntar o que as duas das minhas piores dores de cabeça estão aprontando? — Surgiu de algum lugar no pátio.

Rebekah: — Não, não pode. Seguir cada passo nosso não vai acelerar o processo pra acordar ela.

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