Meu Brasil brasileiro (capítulo bônus)

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(OBS: Esse capítulo é uma experiência de tentar imergir em um pouco da cultura popular brasileira. Se der certo, talvez eu faça de novo. Vou tentar não adicionar nada muito importante para quem quiser pular por não curtir o estilo musical e afins. Se gostarem, me digam nos comentários ou favoritem, pls❤)

(S/N)

Acordei com o sol ainda nascendo. Minha coluna doía por ter dormido no sofá, então levantei para me esticar. Minhas vistas escureceram e eu precisei sentar de novo. Droga de pressão.

Olhei para o sofá e Kai ainda dormia sem nem ter mudado de posição. Fui ao banheiro fazer xixi e tomei um susto com meu próprio reflexo.

- Ainda bem que acordei primeiro. Se ele levanta e me vê assim, é capaz de chamar um exorcista.

Fucei pelo armarinho embaixo procurando uma escova de pentear, mas só achei um pente de plástico com os dentes finos. 

- Essa porra machuca, nem a pau vou passar isso na minha cabeça!

Arrumei o máximo que pude com os dedos e lavei o rosto. Não sou louca de usar escova de dente dos outros (quer dizer, sou, mas não a esse ponto), então enchi a boca com água e bochechei na intenção de ajudar em alguma coisa. 

Saí do banheiro e Kai ainda dormia.

- Se eu fosse outra pessoa, já teria te matado. Mas gosto de ver esse rostinho bonito, e você cozinha bem. - Sussurrei.

Fui para a cozinha para preparar um café bem preto, no estilo brasileiro. Esses gringos fazem algo que está mais pra chá de tão fraco. Peguei o pó que estava ao lado das garrafas de vinho e fui em direção à cafeteira elétrica, adicionei 4 colheres de sopa bem cheias e água que a própria máquina esquentaria. 

Enquanto esperava, vi uma caneta na prateleira e tive uma linda ideia.

- Ele não vai me matar só por isso. Eu acho...

Peguei a caneta e andei quase na ponta dos pés até o sofá. Destampei a caneta e me inclinei para desenhar um bigode em Kai.

- Se fizer o que estou imaginando, vou sim te matar. - Disse ainda de olhos fechados, mas logo abriu.

- Estraga prazeres. Achei que estivesse morto. - Comentei voltando para a cozinha.

- Por que não me matou então? Meu rostinho bonito e saber cozinhar é mais válido que te fazer de prisioneira? - Disse com a voz rouca se sentando.

Gelei de vergonha, porém não olhei para trás, então ele não percebeu.

-É apenas um modo de expressão. E... você estava me ouvindo?! - Desviei o assunto.

- Estou te ouvindo desde que fechou a porta do banheiro. Você não é nada delicada, a propósito. - Ria à medida que vinha até mim.

- O que é isso?

- Café!

- Você está fazendo café?!

- Já fiz! - Respondi enchendo a caneca.

-Qual seu problema em agir como uma vítima comum? - Perguntou incrédulo.

- Já passei por isso. Não vou agir como uma histérica, não vai resolver. E você não vai querer lidar comigo sem café! 

- Isso tá escuro demais, não sabe nem fazer café?

- Vocês que não sabem! Isso aqui é café de verdade. Até fiz um pouquinho a mais pra você. Mas, pelo amor de Deus, pega minha mala ali fora antes. - Pedi virando um pouco do líquido na boca e queimando a língua. 

Cara ou coroa?Onde histórias criam vida. Descubra agora