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𝐎𝐁𝐒𝐄𝐑𝐕𝐎 os portões familiares da mansão abrirem para mim, sinto meu coração esquentar com a visão tão nostálgica. O jardim estava exatamente do mesmo jeito que me lembro, olho para as plantações e os arbustos perfeitamente polidos.
Assim que dou a volta pela entrada grandiosa, vejo os carros da minha família estacionados em suas respectivas vagas reservadas. Eu sempre me gabei sobre como o meu lugar era o mais fácil de estacionar, lembro da vez em que decidimos isso, Camila e Dylan apenas me deixaram pegar a melhor vaga.
Me irritou, eu não queria que eles fizessem coisas para mim por pena, odeio quando as pessoas ao meu redor fazem coisas para mim por pena.
Balanço os pensamentos negativos para trás enquanto abro a grande porta de madeira da mansão, o interior familiar é revelado para mim junto com uma brisa comum, vindo de todas as gigantes janelas abertas.
Caminho até a sala de estar, me deparando com minha mãe mexendo em seu computador enquanto fala ao telefone. Me senti com dezesseis anos novamente, chegando em casa depois da escola, querendo falar para ela o quão boa minha nota em matemática foi.
— Oh, querido! — assim que ela me vê, a mulher desliga seu telefone imediatamente.
— Oi, mãe — sorrio enquanto recebo seu abraço caloroso.
— Tão arrumado — ela sorri para mim enquanto arruma minha camisa social branca.
— Onde está meu pai?
— Em uma audiência, mas estará de volta para o jantar — essa frase me fez me sentir ainda mais como um adolescente.
— Ah, sim — assinto.
— Sua irmã e amiga estão na cozinha — ela abre ainda mais o sorriso.
— Mãe, nem vem... — protesto.
— Eu gosto dela — minha mãe me corta — Lili. Ela é bonita, determinada, independente.
— Lili?
— Sua amiga — ela diz e pisca para mim.
Lili.
O nome dela é Lili.
Esse nome combina com ela, é curto e bonito. Gosto do fato de ser curto, imediatamente penso em apelidos que posso usar.
Tento silenciar minhas fantasias enquanto me encaminho a cozinha. Vejo minha irmã apoiada no balcão, junto a seu noivo e Lili. Foco na loira por alguns segundos, ela está em uma saia amarela clara que batia em sua canela, uma blusa branca que caia extremamente bem nela e que tinha um decote bem discreto. Nos pés usava um sandália nude de salto, deixava ela bem mais alta que minha irmã.
