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𝐎𝐋𝐇𝐎 para o teto, bufando com o tédio. Hoje eu realmente não tinha energia para encarar o clube, quando acordei e tentei fazer uma caminhada acabei caindo no meio do caminho e ralando meu joelho. Depois, eu fui no Starbucks para comprar algo que eu gosto e me sentir um pouco pior, mas a noiva perfeita do Mark apareceu — aparentemente eles voltaram para Nova York —, ela estava em uma roupa de academia, o relógio dela marcava que ela havia corrido 10 km e não tinha um pingo de suor nela. Me escondi atrás do balcão e esperei ela sair, não faço ideia se ela lembra do meu rosto daquela única vez que nos encontramos quando ela estava com o Mark no shopping, não queria correr riscos.
No momento, estava com o joelho ardendo pelo remédio, com um curativo nada pequeno, querendo desparecer do mundo. A campainha tocou, o que me confundiu bastante, não esperava por ninguém. Me levantei devagar, indo em direção a porta enquanto Milo latia ao meu lado em ansiedade.
Cole estava no corredor quando eu abri, os cabelos estavam bagunçados e o terno ainda meio alinhado. Estava do mesmo jeito que ele costumava me pegar as quartas após um longo dia de trabalho. Minha barriga vibrou com a visão dele, não podia acreditar que ele realmente estava batendo na minha porta com o rabo entre as pernas uma semana depois de tudo.
— O que você quer? — sou breve.
— Eu sei que está brava — sua voz é baixa, fraca, o que é bem diferente do seu tom usual — E tem direito de estar porque eu fui um babaca gigante com você.
— Sim — afirmo.
— Aquela foi a primeira vez que eu dormi na mesma cama que uma mulher, eu não soube reagir quando você acordou no meio da noite. A verdade é que você me viu, mesmo que tenha sido uma figura embaçada e fraca de mim, mas você me viu — ele suspira — E isso me assustou, eu fiquei morrendo de medo porque...você realmente não quer me ver, Lili... — ele diz, sério — Eu sei que acha que quer, mas você não quer.
Franzo as sobrancelhas e meu coração se contrai, me deixa triste que ele pensa assim sobre ele mesmo. A verdade é que Cole se odeia, odeia mesmo, odeia a sua história. Mas e a ex dele? Por que...
— Por que nunca dormiu com a sua ex? Por que nunca conheceu os pais dela? Que merda houve entre vocês dois? — deixo as palavras saírem e percebo que estou chorando quando acabo.
Ele suspira surpreso, acho que não pensou que perguntaria sobre ela. Ele não tem ideia do quanto esses segredos me assombram, o tanto de tempo que eu passo pensando sobre o porque de tanta coisa, qual é o problema dele com a camisa, por que ele é tão obcecado em ser saudável, por que demônios esse homem fumava aos 18 anos?
— O que houve, Cole? — envolvo minhas mãos em seu pescoço.
