67 - this is my daughter, summer

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𝐒𝐔𝐁𝐓𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 — 𝐢 𝐰𝐚𝐧𝐭 𝐭𝐨 𝐬𝐜𝐫𝐞𝐚𝐦

𝐄𝐍𝐅𝐈𝐎 as mãos nos meus bolsos quando o vento frio de Nova York em novembro bate no meu rosto com toda a força

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𝐄𝐍𝐅𝐈𝐎 as mãos nos meus bolsos quando o vento frio de Nova York em novembro bate no meu rosto com toda a força. Reviro os olhos, amaldiçoando Camila por ter essa ideia idiota de ir jantar em um restaurante em família para Ação de Graça, mesmo que nós não comemoremos.

O ar quente do restaurante claro faz meus músculos relaxarem um pouco, o homem silencioso pega meu casaco, me deixando apenas com meu terno grafite, minha gravata era a verde que uma vez eu amarrei Lili na cabeceira de sua cama. Me lembrando dela, ando até a bancada da frente.

— Meus olhos só podem estar me enganando. Matthew Sprouse! — escuto uma voz estranha chamar pelo meu pai.

— Edmond Evans! — ele abraça o homem idoso que nunca vi antes.

Antes que eu possa sequer processar o sobrenome, meus olhos viajam para o lado do homem, encontrando o Diabo em pessoa bem na minha frente.

Com os cabelos pretos longos caindo por seus ombros, Summer Evans parecia exatamente igual o jeito que era no Ensino Médio. Com um vestido longo de seda ela mantinha uma postura perfeita ao cumprimentar meus pais, como se nunca tivessem se conhecido.

— Esses são meus filhos, Cole e Camila — minha mãe nos apresenta com um sorriso.

Eu não acho que consigo respirar quando Summer abre um sorriso simpático e minha irmã abraça ela. Se apresentando como sempre costuma, sem entender que acabou de tocar em alguém capaz de marcá-la. Alguém que me marcou.

— Summer Evans — ela estende a mão para mim como se eu fosse um parceiro de negócios dela.

Eu não consigo me mexer, só sei que quero colocar meu almoço para fora, acho que comecei a tremer visivelmente e estava longe de ser de frio. De repente eu diminuo diante da garota, parecia que eu tinha 15 anos de novo, perguntando para ela o que eu deveria fotografar no baile.

— Cole — minha irmã me cutuca com o cotovelo e o toque parece me queimar.

Não aperto a mão de Summer, acho que se deixar ela me tocar eu provavelmente nunca mais vou sair do banho.

— É um prazer em conhecê-la — mantenho minhas mãos apertadas no bolso, tento sorrir, não consigo.

— Cole Sprouse. Que honra! — desta vez é o pai de Summer que fala comigo — Vocês criaram um geniosinho — ele diz a meu pai.

Estou em espiral, não consigo me lembrar que sou um CEO com a carreira formada e um patrimônio maior que o dos meus pais. Quase posso sentir a cordinha que segurava minha câmera ao redor do meu pescoço durante todo período em que namorei Summer.

O nó da minha barriga só aumenta quando eu respondo o homem de maneira cordial e não ouso a olhar para a mulher na minha frente, mesmo sabendo que seus olhos queimam minha bochecha.

Por um segundo quase passo a me perguntar se Summer não foi uma alucinação, que, na verdade, ela não está aqui de verdade. Essa aqui, na minha frente nem sequer é ela, na verdade, é apenas outra pessoa que realmente não me conhece.

— Afinal, o que fazem aqui? Achei que estavam na Costa Oeste — meu pai questiona.

— Summer queria ver Nova York no inverno, eu tinha que tratar de alguns negócios aqui —  o homem bem-humorado responde — Não vamos ficar muito tempo, entretanto.

— Vocês têm que vir a nossa casa, adoraríamos oferecer um jantar — minha mãe convida, um sorriso simpático.

Não. Eu quero gritar.

Fique longe deles, fique longe da minha família.

Meu corpo inteiro está pegando fogo, uma ardência sobe por minha garganta e para em meus olhos, eu não vou chorar, não aqui.

Respira.

Respira Cole, é só uma mulher, você não é mais uma criança.

As conversas se misturam e eu não consigo ouvir mais nada corretamente enquanto minha visão fica cada vez mais turva. Só sei que acompanhei meus pais até a mesa e deixei Summer e seu pai para trás.

Não consigo mesmo respirar.

A ideia de estar no mesmo cômodo que Summer após todos esses anos é o suficiente para me fazer surtar completamente. Eu ainda não consigo acreditar que ela está mesmo aqui, em Nova York.

— Tenho que ir — consigo apenas dizer isso, para ninguém específico, antes de sair correndo daquele restaurante.

Quando entro no carro, dou uma ordem silenciosa para que Arthur me leve de volta para casa. Penso em ligar para Lili, mas não quero arruinar o jantar de Ação de Graças dela e de sua familia. Depois, penso em ligar para minha terapeuta, porém realmente não quero atrapalhar o tempo dela com a família também, mesmo que ela houvesse me dito para ligar durante emergências.

Eu estou quase rastejando para fora da minha própria pele enquanto me lembro do que fazer quando tenho um ataque assim. Inspiro e expiro umas cem vezes antes de enterrar minha cabeça nas mãos e deixar as lágrimas caírem devagar. Esse sentimento me lembra de eu voltando para casa no táxi depois da noite na casa de Summer.

Com muita calma a ardência em meu peito se transforma em apenas dor, a familiar dor de Summer, o buraco que ela deixou ali e que nunca mais fechou.

Uma dor que eu não deixo mais me consumir, minha terapeuta me disse uma vez.

Summer não me consome mais. Eu não a dou poder para tal.

Assim que paramos na frente de casa, o ataque de pânico já tinha passado. Arthur não disse absolutamente nada, o silêncio é reconfortante.

Assim que entro em casa, garanti que tomasse meu remédio para quando tenho crises, tentasse relaxar e não ficar pensando demais sobre o que aconteceu, distrair a mente. Essas eram as instruções que minha terapeuta havia me dado para quando eu tivesse um ataque como esse. Logo depois tomo um banho quente e tenho que lutar muito para não esfregar minha pele com força. Ainda podia sentir as mãos dela em mim, por toda a parte, mesmo que ela não tenha me tocado esta noite.

Não olho no espelho enquanto coloco a blusa, sabendo que ver minhas cicatrizes agora só vai piorar a situação. Tenho vontade de ligar para Lili de novo quando me deito na cama, mas desisto da ideia idiota.

Não ousei dormir naquela noite.

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maratona da reta final
01/06

ANABELLE ☆ SPROUSEHARTOnde histórias criam vida. Descubra agora