Chapter Fifty Seven ~Inake!~

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— Por Merlin, qual o seu problema, Draco?! Eu não posso sair por dois minutos que você perde o Scorpius de vista? – Malfoy bufou.

Era sábado e como Hagrid havia pedido pra vê-lo, Harry deixou o garroto com Malfoy e foi até cabana do Velho amigo.

E mais uma vez, o garoto tinha fugido.

— Ele deve ter saído com a sua miniatura de vassoura. – o loiro disse aflito.

— Claro, porque o querido pai dele, o ensinou a montar na vassoura enquanto leva ele para os treinos. – Harry resmungou — Não é possível, Draco!

— Para de gritar comigo, merda! Que culpa eu tenho de que nosso filho quer viver andando pelo castelo agora?! Deixa ele fazer isso.

Harry riu incrédulo.

NÓS somos os pais dele, Malfoy. NÓS é que temos que cuidar e olhar pra onde ele vai. Não é porque todo mundo paparica ele que vamos deixar que os outros olhem.. – Draco suspirou passando a mão no rosto. Ele sabia que o namorado estava certo, por mais que ele também soubesse que era impossível sair do castelo sem ser visto.

Mas Harry tinha razão em estar aflito e furioso, por mais que tivessem se passado três meses desde a briga pela marca negra, a ideia de Voldemort voltar ainda gritava na mente do moreno, e deixar Scorpius a mercê dos demais alunos era como se eles estivessem entregando o garoto de bandeja.

Draco suspirou se aproximando do outro.

— Me perdoa por ter me exaltado, amor. – o loiro disse com a voz baixa — Eu perdi a cabeça com isso, mas eu entendo sua preocupação e medo.. Sinto muito. – Draco o abraçou beijando seu rosto brevemente, antes de voltarem a sair do quarto, a procura do filho.

— Tudo bem, eu também peguei pesado com você. Vamos falar com o pessoal, ele deve estar com a Hermione ou Ron – Draco assentiu e entrelaçou seus dedos enquanto saíam do quarto.

Enquanto isso, Snape estava em sua sala, entretido no seu – como Sirius chamava – kit de química, resmungando consigo mesmo e fazendo anotações, mal percebendo a chegada do novo herdeiro dos Malfoy.

— Inake! Inake! – o cabeludo franziu o cenho, rodeando a mesa onde estava, pra encontrar o garoto de pé e balançando as mãos com um sorriso largo no rosto, antes de se inclinar e puxar as vestes escuras do homem, como geralmente fazia em suas aulas.

— Por que os seus pais não te amarram em algum lugar, uh?

Scorpius caiu da risada esticando os braços pra ele.

— É impossível ficar sossegado agora com esse pentelho andando pelos corredores de Hogwarts.. – Scorpius fez bico ainda com os braços esticados.

— Inake? – Snape bufou desistindo de todas as poções que estavam em sua mesa, era arriscado pra alguém tão inquieto como ele, ficar em sua sala.

— Dois pais e os dois igualmente incompententes em mantê-lo perto deles... Isso não é lugar pra você, Potter! – os olhos de Scorpius encheram de lágrima e ele esfregou o rosto com as costas das mãos.

— Inake bavo com icop? – o choro repentino e alto deixou o homem imóvel, e revirando os olhos ele curvou-se sobre o pequeno, envolvendo-o nos braços tentando inutilmente acalmá-lo.

— Vamos lá, você não pode chorar, não comigo aqui... – Scorpius continuou esfregando os olhos enquanto as lagrimas rolavam incessantemente — Um dia, seus pais vão me pagar por isso.. – resmungou começando a se mover de um lado pro outro com ele.

    — Inake bavo... – o menor soluçou outra vez e colocando uma das mãos atrás da sua cabeça. Snape suspirou.

     — Eu não estou bravo, pentelho. – o loiro franziu o cenho indicando que voltaria a chorar e sem paciência, Snape bufou de novo — Tudo bem, não chore, não chore. É comigo que voce quer ficar? – ele assentiu — Okay, mas primeiro você precisa parar de chorar.

    — Inake bom? – o riso involuntário saiu de seus lábios e antes que pudesse voltar a carranca de sempre, Scorpius segurou no rosto do homem e abriu um sorriso ainda com as bochechas vermelhas e os olhos inchados de chorar.

  — É por aí, mini Malfoy, é por aí... – Scorpius riu outra vez e então olhou para a mesa onde o homem estava minutos atrás.

— Sopa? – questionou vendo que alguns caldeirões ainda emanavam bolhas e fumaça. — Icop gosta sopa. – Snape não conseguiu segurar a o riso dessa vez.

— Aposto que aprendeu a tagarelar assim com o Black – o homem bufou — E não, não é sopa, são poções.

— Pocao? O que é pocao?

— Um dia você vai aprender, agora vamos atrás dos irresponsáveis dos seus pais antes que eu perca todo meu trabalho aqui.

— Icop num quer ir. Icop quer ficar!

— Oh, não, definitivamente não. – Scorpius voltou a fazer o bico enquanto seus olhos enchiam de lágrima outra vez — Ora, vamos lá, você não pode comprar todo mundo com esse choro falso. – e antes que pudesse continuar reclamando, o loiro abriu a boca prachorar vendo o homem revirar os olhos impaciente — Tudo bem, eu deixo você comigo se não chorar mais – o menor assentiu sorrindo. — Ótimo, então vamos procurar seus pais agora..

  Snape não pôde negar a semelhança que o garoto tinha com antiga sua paixão; mas claro, ele também tinha o sangue de Potter, era obvio que os traços de Lilian estariam com ele. Os olhos verdes e brilhantes, o enrugar embaixo dos olhos sempre que ele sorria, o modo como ficava emburrado com facilidade, e claro, a persistência em suas conquistas, eram sem dúvidas, características dela... e de Harry.

  Ele não entendia a cisma do garoto em si mesmo, por mais que nunca demonstrasse interesse, ou mesmo, respondesse seus "chamados", ele não cansava de tentar chamar sua atenção, era irritantemente inacreditável que ele não conseguisse "se livrar" de uma criança de três anos.

  — Scorpius? Professor Snape? – Rony exasperou ao ver o homem entrar na biblioteca onde ele estava com Hermione e Gina.

  — Tio uon! – o loirinho gritou animado antes da voz firme de Snape soar outra vez.

  — Onde está o Potter?

— Eu... Eu não sei. – retrucou engolindo seco — Não o vemos desde o café da manhã.. – ele não respondeu e apenas se virou pra sair da sala enquanto Scorpius acenava por cima dos ombros do outro e assim que a porta se fechou, os três se entreolharam assustados.

O olhar de espanto não fora somente dos garotos na biblioteca, todos olhavam incrédulos com a cena de Snape andando pelos corredores com a criança no colo.

  — Você quer parar de balançar essa mão pra todo mundo?! – sussurrou vendo Scorpius franzir o cenho.

  — Tio Blass! – o menor gritou e então Snape parou vendo o moreno correr em sua direção meio ofegante.

  — Senhor Zabini?

   — O Harry e o Draco estão ficando loucos de procurá-lo. – suspirou respirando fundo e assim como fez com Rony, Scorpius sorriu e acenou a mão pro garoto.

   — Deviam cuidar melhor dele, então. – Blaise engoliu seco — O que está esperando? Leve-me até eles, oras.

Enquanto andavam, Blaise não deixou de olhar a expressão de felicidade no rosto do sobrinho, era inexplicável que alguém tivesse tanto interesse em estar com alguém como seu professor. O loiro segurava firme no pescoço do outro enquanto caminhavam às pressas, todo mundo continuava olhando e assim que chegaram no dormitório da Sonserina, Harry levantou da cama.

— Papai! Papai! Eu tô com Inake.. – Harry travou o maxilar e encarou Draco que  continuava ao seu lado, imóvel.

— Professor, eu...

— Sem desculpas, Potter. Você e o Malfoy deviam cuidar melhor do seu filho, entendam que é perigoso deixá-lo andando sozinho pelos corredores de Hogwarts, mesmo sabendo que todos adoram ficar com ele, alguém pode machucá-lo sem querer, ele é muito pequeno. – Harry estava sem ação. Talvez pelo fato de ter perdido seu único filho por algumas horas, ou por vê-lo tão confortável com seu professor de poções, ou talvez por ver Snape falando daquele jeito. Sem piadas, reclamações ou xingamentos.

O que diabos tinha acontecido naquelas horas antes?!

𝙰𝚌𝚌𝚒𝚍𝚎𝚗𝚝𝚊𝚕𝚕𝚢 𝙸𝚗 𝙻𝚘𝚟𝚎 - 𝙳𝚛𝚊𝚛𝚛𝚢Onde histórias criam vida. Descubra agora