Capitulo 12- Paixão ardente

444 23 18
                                    

Olá, pessoal. Para quem gosta dessa fic, mais um capítulo postado. Espero que me deixem seus comentários se assim o desejarem. Beijos

ANNE E GILBERT

Estar apaixonada por Gilbert mudou as perspectivas de Anne sobre tudo, e lhe mostrou que estava diante de um grande problema. Como pudera permitir que aquilo acontecesse? Como fora tola o suficiente para se encantar por aqueles olhos verdes de novo? Nada de bom iria resultar daquele sentimento, especialmente porque não estava disposta a enfrentar a contrariedade de uma comunidade inteira e principalmente, não estava disposta a enfrentar John Blythe e suas crenças ultrapassadas. Sua vida ali já era difícil o bastante para desejar acrescentar uma carga extra a seus infortúnios.

Sem contar que havia Winnie. Uma pedra enorme no seu sapato, e que grudava em Gilbert feito carrapato. Ela o queria e não fazia segredo disso para ninguém, e pelo que Anne pudera observar desde que chegara ali, a loira azeda tinha plena aprovação de John Blythe, que se pudesse tomar a decisão pelo filho, na certa já teria casado os dois.

Anne detestava sentir ciúmes, mas isso vinha se tornando frequente nos últimos dias desde que admitira seus sentimentos por seu tutor. Era absurdo o tanto de vezes que Winnie procurava por Gilbert o dia todo. Ela parecia saber todos os horários em que ele estaria livre, e o que irritava Anne era que ele não fazia nada para desencorajar as investidas dela. Parecia se sentir lisonjeado e até satisfeito por ter aquela garota oferecida o tempo todo atrás de si.

Seu relacionamento com ele estava estranho, pois ela não sabia bem como nomear o que estava acontecendo entre eles. O rapaz parecia querê-la por perto, mas mantinha uma distância segura entre os dois. Ele continuava ajudando-a com Caramelo, lhe dando suas costumeiras ordens, usando seu lado mais irritante para deixá-la estressada, o que rendia as costumeiras discussões entre os dois,e a fazia ao mesmo tempo se questionar como podia ter se apaixonado por um homem tão intransigente.

No entanto, havia outros momentos em que ele não tirava os olhos dela, lhe sorria com extrema facilidade, compartilhava lembranças do passado, fazia piada de tudo, a chamava de cenourinha, e a fazia descobrir porque tinha se rendido tão completamente ao charme dos Blythes.

Ele nunca mais a tinha abraçado ou tentado beijá-la como acontecera no dia em que estavam no estábulo, mas invariavelmente, Anne percebia aquela chama do desejo nos olhos dele, assim como ela queimava dentro de si, e como havia inúmeras barreiras que os separavam, era melhor que nenhum dos dois a deixasse sair do controle, pois Anne pressentia que as consequências seriam imensas.

Porém não era fácil levar aquela história adiante, enxergar Gilbert apenas como tutor e deixar seus sentimentos guardados quando Gilbert e ela viviam na mesma casa. Por mais que se esforçassem para ter uma convivência pacífica dentro da amizade que sempre tiveram desde criança, a tensão sexual entre eles estava presente o tempo todo. Anne fingia que não ligava para o fato de se sentar a mesa do jantar tendo o rapaz como companhia onde seus cotovelos se esbarravam acidentalmente, ou ele lhe sorria descontraidamente, fazendo o coração dela se acelerar loucamente, ou quando se sentia completamente concentrada no som daquela voz rouca enquanto ele discutia algum assunto de negócios com seu pai.

No entanto, Anne aprendeu a deixar sua expressão neutra nesses momentos, como se a presença de Gilbert tão perto de forma nenhuma lhe afetasse, pois John Blythe, apesar de a tratar com gentileza parecia estar sempre à espreita, observando seus movimentos e de Gilbert como se assim pudesse monitorar qualquer aproximação mais íntima entre os dois. Era um fardo pesado aquele, ter se apaixonado por seu primo e não poder viver esse amor. Estavam separados por milhões de coisas que não permitiriam que ficassem juntos sem que tudo se tornasse uma catástrofe.

The Tutor- Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora