Capítulo 8 - Quebrando regras

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Olá, para quem gosta de the tutor mais um capítulo atualizado. Espero que após lê-lo me deixem seus comentários e votos. Muito obrigada por tudo. Beijos.

ANNE E GILBERT

Era mais um dia de céu azul e quente naquela sexta-feira do mês de maio, e as chuvas anunciadas pela meteorologia no dia anterior e tão esperadas pelos fazendeiros locais mais uma vez provaram ser alarme falso, e todas as esperanças de terem uma colheita farta foram por água abaixo, forçando os proprietários das plantações da região trabalharem dobrado para que nada fosse perdido e acabasse em prejuízos astronômicos.

Era uma vida doce e amarga ao mesmo tempo, Anne se lembrava de William usar essas palavras quando em alguma conversa rara sobre Terracota ele mencionara o que vivera e vivenciara na fazenda, trabalhando ao lado do pai e dos irmãos. Ele também dizia que era necessário ter muita paixão por aquele estilo de vida, e não se deixar abater pelo revés da natureza que ao mesmo tempo em que oferecia tudo também tirava tudo em seu momento de fúria, levando em questão de dias ou minutos a bancarrota o trabalho duro de meses.

O padrasto de Anne fora um homem do campo, nascido e criado em Terracota, ele lembrava com saudade de seus tempos de meninice e mocidade em que passara ao lado de seus irmãos e de seus pais. Porém, quando fora obrigado a deixar aquelas terras, ele se adaptara relativamente bem às facilidades que a vida na cidade grande lhe proporcionará, e nunca mais pensara em voltar a morar em outro lugar.

Anne por sua vez, vinha fazendo um esforço enorme para se adaptar enquanto estivesse por ali, mas não pretendia fazer de Terracota um lar para si mesma, mesmo que fosse para Ruby. Sua vida não era ali, e seus sonhos estavam em outro lugar, por isso cada dia que passava na fazenda ela via apenas como um período de férias que tinha prazo para terminar.

Entretanto, não podia negar que se afeiçoara às pessoas dali, e sentiria falta de cada uma delas quando fosse embora e das quais levaria com elas boas lembranças. A única pessoa da qual não fazia questão nenhuma de sentir qualquer tipo de simpatia era Winnie, cuja raiva por Anne parecia ter aumentado depois do rodeio, pois ela passara a ver a ruivinha como sua rival em potencial.

Anne considerava aquela situação totalmente injusta, pois não era sua culpa se Gilbert resolvera se aproximar mais dela. Não fora ela que pedira uma trégua e sim o rapaz , e ela não pudera dizer não ao pedido dele que lhe propusera com isso uma convivência melhor. Ela devia isso a si mesma e a Ruby que vivia constantemente tensa por causa do mau humor da irmã e suas discussões com o primo, e em nome de uma paz de espírito para as duas, Anne estava disposta a tentar ter uma relação mais pacífica com seu tutor.

Mas apesar disso, ela ainda se mantinha em alerta toda vez que ele estava por perto, pois Gilbert era capaz de lhe despertar coisas que ela não queria e não podia sentir. Ter feito as pazes com ele era tão ou mais perigoso do que quando só discutiam, por isso toda cautela era necessária quando aquele sorriso maravilhoso dele entrava em ação.

Naquela tarde, ela estava sentada na cozinha, tomando uma taça de sorvete de morango para se refrescar do calor quando Gilbert entrou, pegando-a de surpresa. Ele parecia exausto, tinha a testa suada, e os cabelos estavam levemente desalinhados, mas nenhum desses pequenos detalhes diminuíam a beleza dele que a deixava atordoada.

Assim que ele se sentou na mesa, ela perguntou, apontando para a taça de sorvete:

-Quer um pouco? Você parece que está precisando.

- Não, obrigado. Só preciso de cinco minutos de descanso. - ele disse, apoiando o rosto entre as mãos.

- Dia difícil? - ela perguntou, observando as linhas de cansaço ao redor dos olhos dele.

The Tutor- Anne with an eOnde histórias criam vida. Descubra agora