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  Levantei as pressas, pois o Rafael estava desesperado.

- Você vai acordar as crianças.- Chego na cozinha, e vejo ele escorando na bancada de mármore, e a yummy com o corpo pregado na geladeira.

- A-a yummy ela está viva.- rafa olha na minha direção com os olhos vermelhos, e fiquei com dó pelo choque que ele está.

- C-calma Rafael.-  a yummy se aproxima, mas ele se afasta.

- Não se aproxima.- Seus olhos estavam sedentos de Raiva, e irá. Eu nunca vi ele desse jeito em toda nossa convivência.

- Rafa se acalma.- vou até ele e pegando um copo de água.

- Não sn, eu não quero machucar você.- Ele se afasta.

Olho incrédula para o mesmo, e abro a boca já com um tom bastante elevado.

- RAFAEL VIRA HOMEM! E BEBE A PORRA DESSA ÁGUA LOGO.

Ele parece estar assustado com o meu tom de voz, e toma rapidamente a água. Olho para a yummy que também me olhava espantada.

- Vocês vão sentar e conversar como dois adultos, e eu vou arrumar as crianças para a gente sair. Se eu ouvir um chiado eu vou ficar muito puta - Falo seria, e fiquei  impressionada comigo mesma - Vocês não querem ver eu puta? Ou querem?.- Pergunto cerrando os punhos.

- Não.- Eles responde em uníssono.

- Ótimo.- Dou um sorriso satisfeita, e saio dali.

  Sinto um grande alívio ao fazer isso, esses dois parece duas crianças. Eles precida conversar e se acertar, não da para ficar um negando o outro, e eu sei que se eu não fizesse isso, eles ia ficar ignorando um ao outro.  Eu não suporto ver duas pessoas que se ama tanto,uma ignorando a outra. Isso é doloroso.

Dou um banho no wico, e na yuna. Pego  a bolsa e saio com eles. Passo pela cozinha, o Rafa não estava mais ali, e nem a yummy.

  Coloquei as crianças dentro do carro, e fomos para a padaria tomar um café da manhã bem gostoso.

Hoje não vou para o trabalho de novo. Sinto que eu não devo ir, não agora.

- Tia.

- Sim pequena.

- Eu quero conversar com você sobre algo importante.

- pode falar.- Limpo a boquinha do wico, suja de chocolate. E presto atenção na yuna.

- A minha tia soyui, ela disse que eu posso morar com ela... e posso ficar perto da minha mãe. 

Engulo seco aquelas palavras da yuna, ela parece uma adulta falando assim.

- Eu quero morar com a tia soyui.

- Yuna querida...você não acha que...

- Eu sei que você não gosta dela, e ninguém gosta. Mas eu quero morar com ela, por que é a única pessoa que tem o meu sangue.

Arregalo os olhos, e aquela é a yuna que eu criei? A yuna que eu cuidei?.

Por que ela está fazendo isso comigo?

- Eu não sou sua filha, e bem filha do tio tae, muito menos irmã do wico. Eu também quero ter uma família.

- Você tem uma família, todos nós te amamos. O sangue não importa.- Falo sem expressar alguma sensação.

- Não tia.

- Quando você quer ir?.- Pergunto seca, a yuna é uma garota que sofreu muito durante a infância, e obviamente entende as coisas melhor que um adulto. Se ela quer ficar com a tia biológica dela, tudo bem. Eu não sou impedir, quem sou eu para impedir isso.

- Amanhã.

- Tá bom.- Encaro aquela garotinha no fundo de seus olhos, e mordo o lábio inferior para não querer chorar ali. Eu lembro dessa pequena quando a vi na rua sem ninguém, eu cuidei dela. Mas a vida é assim, eu estou tentando aceitar isso, aceitar que ela vai, e depois o wico, e a perda volta, e eu não vou conseguir esquecer.

Eu sei que o wico vai, a mãe sempre ganha a guarda.

Deixei a yuna  na escola, e vi a soyui lá esperando ela.  Yuna  correu até os braços da sua tia biológica, que automaticamente abriu os braços pegando a garota.

Eu já não sabia a onde eu ia, estava sem direção para os meus pensamentos, isso aconteceu muito rápido. Acho melhor resolver tudo isso logo de uma vez, e aceitar de vez que vou ficar sem os dois. Eu e o taehyung.  Ele se apegou muito também com a yuna.

Meu celular toca, e atendo pelo aparelho do carro.

- Oi meu amor, está tudo bem?.

- Taehyung oi, está.- nem percebi que a minha voz estava embargada.

- Não você não está, o que houve?.- Quando ele fica todo preocupado assim, não tem ninguém que tira essa preocupação além de mim. Não quero ser uma coitadinha, não. Eu já superei a morte da minha bebê, eu superei. Mas tem algo que eu consigo entender, eu não consigo superar, e como se eu tivesse com uma ligação. Eu não sei direito. Mas só de ver o rosto da minha bebê no caixão, eu tento me convencer. Eu passei a mão, ela estava sem vida.

- SN!

- O-oi desculpa, eu estou no transito.

- Vem aqui na empresa.

- Nem pensar taehyung, lá vai está cheio da paparazzi.- Nego na hora.

- Confia em mim meu amor, quando os seguranças verem o final da sua placa, eles vão deixar você estar sem autorização.

- Mas isso pode ficar suspeito.

- Não vai. Não vai ter provas de que tem uma mulher encantadora e sexy dentro do carro junto com um simples bebê inocente. 

   Só o taehyung para me fazer rir nesse momento. Faço o que ele mandou, e vou para a empresa.

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Meu vício II - Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora