Feels Like Home | SHEIBI

It's Happening!

Gabriela estava desempacotando suas caixas com produtos de higiene pessoal que estava bloqueando a entrada para o banheiro, o menor banheiro do universo. Esse era de longe o menor apartamento que elas já tinham ficado em um tempo. Lugares como esse tinha colocado o relacionamento delas em jogo muitas vezes, principalmente porque Gabriela odiava ficar enfiada em um local pequeno e se tornava muito mal humorada, o que tornava Juliana mal humorada, e as duas então discutiam sem parar.

Elas foram para a cama cedo, cansadas da mudança, e quando Gabriela acordou no dia seguinte, Juliana já tinha saído.

Ela suspirou, Gabriela realmente não se surpreendia mais com esse tipo de coisa. Ela tomou café da manhã lentamente, fazendo uma pequena agenda do que faria no dia. Ela trabalharia no McDonalds pela a maior parte do dia, e também tinha conseguido um bico em um supermercado, um dos trabalhadores tinha ficado doente, então esperava terminar tudo às quatro horas e estar em casa às cinco. Conseguindo assim, pelo menos, uma hora para se arrumar e ir jantar com Sheilla. Claro que ainda tinha mais uma hora só pra chegar lá. Ia ser difícil, mas ela iria gerenciar.

Antes de sair para o trabalho, ela estava tentando decidir o que iria vestir, também procurou em sua bolsa um pouco de maquiagem, deixou tudo em cima da cama, pois sabia que não teria tempo de procurar se deixasse pra fazer isso quando chegasse do trabalho.

O dia terminou por ser longo, e Gabriela só conseguiu escapar do trabalho por volta das cinco e quinze. De lá, suada e gordurosa, ela teve que esperar uma eternidade pelo ônibus e, em seguida, sentar-se impacientemente e ansiosa, enquanto o ônibus parecia levar séculos para chegar onde ela queria. Gabriela saltou do ônibus e correu o resto do caminho para sua casa, invés de pegar outro ônibus. Ela supôs que iria demorar mais, levando em consideração o jeito que o trânsito estava.

Ela invadiu o apartamento, e Juliana já estava lá. A mais velha olhou para ela com horror. – Oh meu deus, você vai ter tempo pra se arrumar?

Ela verificou o tempo, já eram seis e dez. Seria uma hora só pra chegar onde Sheilla morava. Ela optou por correr até sua cama e pegar o vestido que ela havia separado, ela deixou a maquiagem de lado, não iria sobrar tempo pra isso. Gabriela jogou o vestido sobre a cabeça, pegou sua bolsa e correu pra fora, ela nem teve tempo de dizer tchau para Juliana, mas ela ouviu o "seja boa pra ela, pense no dinheiro" antes de descer correndo escada abaixo novamente. Ela olhou para o relógio, já haviam se passado vinte minutos, com um ruído estrangulado ela correu para chegar logo no ponto de ônibus.

O ônibus estava atrasado, é claro. As outras pessoas à espera dele estavam olhando para ela com perplexidade enquanto ela andava de um lado para o outro, murmurando baixinho. Ela sabia muito bem o quão insana ela parecia, quando o ônibus apareceu na esquina ela soltou um grito de alívio. Bom, o trânsito não tinha melhorado o que fez ela chegar vinte minutos atrasada pro seu jantar.

Sheilla vivia em uma rua cheia de fileiras e mais fileiras de casas com terraços de cor creme a vista, a sombra de grandes árvores verdes. Era um lugar pacífico, Gabriela teve que parar de admirar a arquitetura e se concentrar no endereço de Sheilla. O lugar era lindo, ela podia facilmente voltar aqui para desenhar o lugar.

O endereço que Sheilla tinha dado, levou Gabriela a um bloco de apartamentos com uma vista bem agradável, diferente das casas vizinhas, mas o lugar era igualmente incrível. Gabriela se aproximou da porta principal e franziu a testa quando olhou para o painel cheio de botões do lado da porta. Gabriela teve que olhar novamente para o enderenço no papel, para descobrir qual apartamento devia chamar. Número 6. A cobertura. Claro. Ela apertou o botão.

– Olá? – A voz metálica, mas familiar saiu da caixa do alto-falante.

– Srta. Castro, oi, aqui é a Gabriela – Gabriela disse, inquieta. – Desculpe, eu estou um pouco atrasada.