Quando Gabriela percebeu o quão tarde já estava, ela pediu desculpas a todas, pegou o número de Rosamaria com Paula e fez seu caminho para fora do prédio. Todas se despediram carinhosamente dela, até mesmo Roberta deu seu adeus amigável. Ela dispensou a oferta de Natália para deixá-la em casa. A pobre garota parecia exausta, ela não iria fazê–la conduzir esse longo caminho até o lugar que ela chama de casa. Ela fez seu caminho pela rua, em direção ao ponto de ônibus. O local era muito bonito à noite, sombras negras nas ruas e luzes iluminados os prédios. Mas logo as luzes começaram a piscar, enviando uma sensação de mal estar nela. Gabriela puxou as mangas de seu suéter para tentar se manter quente, colocando os braços em torno de si mesma.
O ponto de ônibus não era muito longe e para alegria de Gabriela, era uma área bem iluminada. Ela podia ver uma lista de ônibus com seus horários, o próximo que estava indo para onde ela queria, deve passar as dez e quinze. Gabriela pegou seu celular para olhar a hora.
9 chamadas não atendidas.
– Merda. – Gabriela sussurrou, abrindo as notificações para ver que todas as chamadas tinham vindo de Sheilla. Ela clicou no número, apertando o botão de chamada e colocou em seu ouvido.
Isso era sério, mal completou um toque e Sheilla atendeu. – Onde você estava? – Ela parecia preocupada e irritada. – Te liguei o dia todo!
– Eu estava na casa de uma amiga. – Gabriela disse, franzido a testa sem entender a preocupação de Sheilla. – Qual é o seu problema?
– Meu problema. – Sheilla bufou, com a voz irritada. – Eu estava preocupada. – Gabriela ouviu Sheilla tomar uma respiração profunda. – Onde você está agora? Em casa?
– Não. – Gabriela disse. – Eu estou no caminho. – Ela fez uma careta assim que as palavras saíram de sua boca. Ela realmente devia ter mentido e dito que já estava em casa
– Espera, o que? – Sheilla gemeu. – Você está dirigindo?
Gabriela suspirou. Não adiantava mentir agora. – Não. Eu estou em um ponto de ônibus.
– Gabriela! Você tem alguma ideia de como tarde já é? – Sheilla rosnou. Ela suspirou mais uma vez. – Me manda o endereço por mensagem. Me dê o nome da rua.
– Não!
– Gabriela!
– Não! Eu estou bem! – Gabriela bufou.
– Gabriela – Sheilla disse, dessa vez sua voz estava soando cansada. – Por favor, me diga aonde você está para que eu possa te pegar.
Gabriela soltou o ar que respirava lentamente. – Ok, eu vou te mandar uma mensagem com o endereço.
Gabriela realmente estava desejando que Sheilla não demorasse tanto tempo para chegar. Estava congelando aqui fora. Ela se viu desejando ter colocado algo mais quente, mas normalmente ela não fica na rua até tarde. Gabriela sabe que foi bastante irresponsável ficar fora e tão longe de casa, à essa hora. Ela disse a si mesma que iria tomar mais cuidado de agora em diante. Enquanto ela esperava, seu ônibus apareceu, dobrando a esquina. Gabriela se viu considerando pegar ele e mandar uma mensagem para Sheilla, mas logo atrás do ônibus, ela viu o carro de Sheilla. Ela acenou para ela e Sheilla parou nas proximidades.
Gabriela abriu a porta e entrou.
– Oi. – Sheilla disse.
– Olá. – Gabriela respondeu, enquanto Sheilla tirava seu carro do meio-fio e ia em direção da estrada principal. Gabriela ficou em silêncio por alguns minutos, olhado para a rua. – Eu sinto muito.
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Feels Like Home | SHEIBI
FanfictionTodos acreditam que Sheilla Castro não nasceu para ser mãe. Ela é fria, rígida e inflexível, mas ainda sim, quer ter um bebê. Gabriela Guimarães, é uma artista sem sucesso que precisa desesperadamente de dinheiro para poder impulsionar sua carreira...