Sweetie

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Gabriela ainda estava dormindo quando Sheilla se levantou para o trabalho na manhã seguinte. Ela pensou por um momento sobre o que deveria fazer, não eram muitas as vezes que alguém ficou para dormir em seu apartamento. Na verdade, foram só membros de sua família, e isso nunca mais aconteceu. Pelo menos não desde Marianne, que era algo que Sheilla não queria pensar no momento. Ela pegou o pote de café instantâneo, uma caneca e fez uma nota de onde Gabriela poderia encontrar cereais e outros alimentos na cozinha, ela colou a nota no balcão. E com isso, ela tomou um banho, se vestiu, pegou sua bolsa e saiu.

O caminho para o trabalho foi de alguma forma relaxante, comparado os últimos dias. O trânsito não a irritou, o estacionamento sempre cheio, também não irritou ela. Ela estava estranhamente, calma e serena.

Ela ponderou em ligar para seu apartamento assim que se sentou em sua mesa, mas percebeu que ela provavelmente deveria deixar Gabriela dormir um pouco mais. Ela precisava disso, depois de tudo e ela estava dormindo por dois. Ela resolveu que iria ligar para a morena na sua pausa para o almoço. E assim ela fez seu trabalho durante a manhã, com um novo tipo de felicidade que tinha sido ausente nela durante esses últimos dias.

Seu trabalho não progrediu muito, no entanto, porque houve uma batida na porta que tirou sua concentração. Ela franziu o cenho para o relógio. Sua próxima reunião era só depois do almoço. – Entre – Ela disse.

A porta se abriu e a cabeça de Rosamaria Montibeller apareceu através dela. – Uhm, Oi Senhorita Castro. Você tem um segundo?

Sheilla pensou na última vez que ela tinha falado com Rosamaria, ela estava em um estado de raiva, dentro do apartamento dela e tentando sequestrar sua amiga. Mesmo antes disso, Rosamaria era uma das pessoas que tinha sofrido com o mal humor de Sheilla no período de sumiço de Gabriela. Chegava a ser bizarro o jeito que a situação mudou. Gabriela parecia ter esse tipo de poder estranho, que transformava Sheilla e fazia a vida dela virar de cabeça para baixo. – Montibeller – Sheilla disse, esperando que sua voz tenha saído de forma agradável. – O que eu posso fazer por você?

– Bom – Rosamaria disse, claramente desconfortável. – Eu... é que não se trata de trabalho, já avisando. É sobre a Musi... é sobre Gabriela.

Sheilla não se surpreendeu com isso e a sombra de um sorriso apareceu em seu rosto quando Rosamaria quase chamou Gabriela pelo apelido. – Feche a porta e se sente. – Rosamaria fez o que lhe foi dito, fechou a porta e se sentou em frente a Sheilla em sua mesa. Claramente desconfortável. – Então, sobre Gabriela?

Rosamaria levantou uma sobrancelha, como se ela não acreditasse que realmente estava falando sobre isso com sua chefe. – Ela está bem? Um minuto ela está em uma grande confusão emocional dormindo no meu sofá e então você aparece do nada e leva ela embora. Eu me senti culpada durante a noite toda, como se eu não devesse ter deixado ela ir com você.

Sheilla também levantou uma sobrancelha. Ela se lembrou de quando tinha contratado Rosamaria para fazer estágio de um ano. Assim que os nervos foram embora, ela era um poço de fogo, surpreendeu Sheilla. – Você não confia em mim?

– Bom, o que você teria feito se fosse você em meu lugar? Não se trata de confiança, é sobre querer o melhor para minha amiga. – Rosamaria atirou de volta, em forma de desafio. Quando Sheilla não respondeu, Rosamaria suspirou e se encostou na cadeira. – Eu só reencontrei Gabriela recentemente. Ela era minha melhor amiga na faculdade e com certeza absoluta ela continua minha amiga agora, mas eu não... eu não sei no que eu não posso me meter no que ela acha que é melhor para ela. Mas eu me importo e quero que ela fique bem. – Ela olhou para Sheilla. – Tem alguma coisa nessa história toda que não faz sentido. Como é mesmo que você conhece Gabriela?

Feels Like Home | SHEIBIOnde histórias criam vida. Descubra agora