Running Away

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Gabriela se encontrou tentando decidir o que devia fazer.

Ela definitivamente não iria ficar no apartamento, isso já estava claro para ela. Ela não aguentava ficar nesse lugar que tinha a cara dela. Ela também não queria estar aqui quando ela voltasse, uma hora ou outra ela iria voltar e o pensamento de ver seu rosto cínico estava fazendo ela se sentir mal.

Falando em se sentir mal, logo após sua ligação com Isabelle, ela pediu para alguém substituir o turno dela no trabalho. Ela sabia que era apenas a gravidez, mas depois de tudo, ela merecia esse dia para decidir o que fazer.

Olhando em volta, Gabriela percebeu que provavelmente tudo que tinha poderia caber em uma caixa. Depois ela poderia pegar um ônibus e aí o plano dela terminava, para onde ela iria?

A morena decidiu resolver um problema de cada vez, primeiro ela andou pela casa, pegando tudo que ela precisava levar com ela. Ela guardou o celular que tinha número de Isabelle, ela não sabia o porquê, talvez fosse porque o aparelho era bom e ela se sentiu no direito de ter ele. Talvez porque ele era sua ligação com Isabelle, de qualquer forma, ambas as opções eram reconfortantes.

Ela empilhou seus próprios produtos de higiene pessoal em uma caixa e então começou a embalar suas roupas. As roupas estavam se encaixando perfeitamente, até ela olhar de relance para o outro lado da sala, que tinha sua caixa de pinturas. Ela não podia deixar suas pinturas. Não aqui.

Então o novo plano era, tentar colocar o máximo de coisas possíveis em sua caixa de pinturas. Mas aí, olhando de relance ela viu uma caixa maior, e foi colocando tudo lá. Com tudo empacotado, claro se referindo a todos os quadros, os produtos de higiene e algumas roupas, Gabriela encarou a caixa por alguns segundos, a caixa de papelão que continha toda a sua vida.

Segundo passo: Encontrar um lugar para ficar.

Gabriela usou o telefone de Isabelle para fazer uma pesquisa na internet e tentar encontrar um hotel barato. Isso levou apenas dois minutos, porque é claro que não havia nada barato em uma distância razoável para quem estaria transportando uma caixa de ônibus. Ela tinha o dinheiro de Sheilla em sua conta, ela podia ficar em um lugar de luxo, mas ela iria precisar de cada centavo que estava ali para pagar a Natália.

A próxima opção era Sheilla, mas Gabriela descartou rapidamente, como ela também descartou Natália. Estas eram pessoas que ela absolutamente não poderia colocar nessa posição. Ela não queria que Natália soubesse que ela estava desesperada e não queria preocupar Sheilla.

E então ela fez a única coisa que restava fazer, ela ligou para Rosamaria.

– Musinha? Oque houve?

Gabriela limpou a garganta. – Eu... Pink, eu realmente sinto muito, eu não queria ter que te pedir...

– O que está acontecendo? Você tá me deixando preocupada, Gabi.

– Eu preciso de um lugar para ficar. – Sua voz quebrou enquanto ela estava dizendo essas palavras. – Eu preciso de ajuda... – Soluços. – Não é por muito tempo, eu prometo! Eu só preciso de um lugar. Por favor.

A resposta de Rosamaria foi instantânea. – Eu tenho um sofá, ele não é confortável, mas você pode ficar o tempo que quiser.

– Obrigada – Gabriela respirou, apertando a ponta do nariz e torcendo para não ter uma dor de cabeça.

– Eu tenho que ir para o trabalho, mas eu vou deixar a chave com o meu vizinho, apenas diga o seu nome e ele vai entregar pra você. – Rosamaria disse gentilmente. – Gabizinha, você está bem? Você não está machucada né?

Feels Like Home | SHEIBIOnde histórias criam vida. Descubra agora