Feels Like Home

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Organizar uma exposição, foi talvez uma das coisas mais estressantes que Gabriela já tenha feito em sua vida. Porém, ela tem o prazer adicional de assistir esse tipo de estresse nas suas três companheiras de exposição, na verdade, era bem interessante observar elas pirando. Na noite antes da exposição, as quatro estavam na galeria observando o último polimento do salão principal e admirando todo o trabalho que foi feito na galeria ao longo desses nove meses.

Paula estava inquieta, ela se movia sem parar, quase compulsivamente. Sempre estendendo a mão para endireitar uma pilha de panfletos ou para mover o tapete que ficava embaixo de um vaso de plantas no hall de entrada. Então seus braços iriam voltar para baixo e ela ficaria perfeitamente imóvel, antes de voltar a procurar alguma coisa para fazer, evitando morrer de estresse. Ela tinha um tom ligeiramente verde em seu rosto, como se estivesse pronta para vomitar a qualquer momento.

Natália parecia ter sofrido algum tipo de metamorfose, ela iria ficar zumbido como inseto enquanto rodava toda a galeria, sem contar que sempre resmungava para si mesma quando encontrava uma coisa que ela achava melhor mudar e sobre o quanto elas ainda tinham que fazer antes da abertura. O óbvio, elas já tinham feito tudo, não havia mais nada a fazer, mas aparentemente o termo "Se ocupando com problemas inexistentes" era um mecanismo de ansiedade da Natália. Ela já tinha dado um monólogo tenso sobre como todas deveriam prestar atenção no que usar para amanhã à noite, e sempre enfatizando que tem que ser algo especial. Porque um desastre "Fashion" poderia arruinar toda produção, o que não era verdade, claro. Nenhum crítico daria a mínima para o que os artistas estavam vestindo, mas Natália parecia pensar que as coisas mais simples poderiam arruinar tudo.

Roberta também foi completamente afetada pelo estresse, porém ela ainda era a mais calma das três. Ela andava pela galeria devagar e assentindo pensativamente enquanto olhava para as pinturas. – Elas ficam bem juntas. – Ela sussurrou para Gabriela, gesticulando em volta para as pinturas.

E elas ficam. Elas realmente ficam. O nome da exposição "Seasons" fazia todo o sentido, quando você olhava para todas as pinturas penduradas no mesmo lugar, alimentando uns aos outros de uma forma interessante e surpreendente, até mais do que Gabriela poderia ter esperado. Com explosões brilhantes de ouro e vermelho, a arte de Natália era Verão. As obras de Paula Primavera, com rajadas de cores vivas e grossas pinturas texturizadas com uma sensibilidade decididamente floral. Roberta tinha tons em sépia melancólicas, em formas de quedas Outono. E o trabalho de Gabriela? As pinturas dela representavam o Inverno, para o verão da Natália, sombria e em um azul desesperado, ela ficou subitamente chocada com o quão diferente sua vida era na época que ela tinha pintado.

Talvez aquele tenha sido o seu próprio inverno, seu próprio tempo frio de fome e escuridão. Talvez isso significasse que ela estaria indo para a primavera agora. Gabriela sinceramente esperava por isso.

– E se ninguém aparecer, – Paula disse, assim que apareceu ao lado de Gabriela. Seus nervos estavam a flor da pele. – E se der o tempo de início da abertura amanhã e ninguém aparecer? Ou pior, se tiver uma ou duas pessoas?

Gabriela olhou para ela, uniformemente. – Você distribuiu os folhetos?

Paula deu de ombros. – Centenas deles.

– E você colocou os cartazes? Pendurou os folhetos nas escolas de artes e perto de outras galerias?

– Sim. Mas tem uma grande diferença entre ver um panfleto e ir para uma abertura. – Paula disse exasperada.

Gabriela levantou uma sobrancelha. – Nós fomos pare centenas de aberturas na faculdade, Paula. E você sabe o porquê?

Paula suspirou. – O vinho

Feels Like Home | SHEIBIOnde histórias criam vida. Descubra agora