Twenty Dollars Bet

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Algumas semanas se passaram e dezembro logo chegou. Não foi o tipo de semana que passava lentamente, o tipo de lento que Gabriela sentia sempre quando costumava a viver em seu antigo apartamento, quando ela não tinha um motivo real para acordar no dia seguinte, exceto para a potencial surpresa de encontrar Juliana do outro lado da cama depois de um dia cansativo de trabalho.

Estas semanas foram fáceis, voaram tão rapidamente por ser aqueles tipos de dias que eram preenchidos de coisas boas ao invés de coisas que Gabriela fazia apenas porque tinham que ser feitas. Ela acordou em volta de cobertores quentes (Já que o tempo estava começando a esfriar drasticamente), em uma cama confortável, na qual ela era tentada a ficar lá o dia todo. Mas Sheilla estaria na cozinha e Gabriela ficaria feliz em se arrastar para fora da cama para poder compartilhar um café com a morena, antes que ela saísse para trabalhar. Na maioria das vezes, Sheilla já iria ter feito o café de Gabriela, é claro e sempre do jeito que ela gostava, todas as vezes que ela entrava na cozinha de manhã o cheiro doce de sua bebida favorita iria animá-la instantaneamente.

Então Sheilla iria sair para o trabalho e Gabriela iria poder ir ver e ajudar na galeria, ou talvez ela iria se encontrar com Rosamaria para um almoço. Havia os dias que ela teria que ir para o trabalho, mas até esses dias perderam um pouco sua repugnância, quando ela sabia que ao voltar para casa, Sheilla iria ter encomendado um jantar do The Grille, e ela iria ter uma noite agradável relaxando no sofá com sua anfitriã e talvez assistindo a um filme ou apenas ficar conversando, não que isso importasse.

Para ser honesta, Gabriela estava começando a ter a sensação de quanto mais tempo ela gastava com Sheilla, mais feliz ela ficava. Era muito fácil relaxar e se sentir confortável em torno da morena e hey, Gabriela estaria mentindo se ela dissesse que nunca se pegou olhando para Sheilla um pouco mais que o habitual, ou já encontrou seus pensamentos perdidos em algum lugar dentro daqueles olhos castanhos, quando ela estava ocupada com alguma coisa ou no trabalho.

Okay, talvez se Gabriela estivesse sendo totalmente honesta com ela mesma, ela iria admitir que sentia seu pulso acelerar quando a pele dela escovava com a de Sheilla, quando elas estavam na cozinha, ou quando ela estava sentada perto dela no sofá, possivelmente isso significava algo mais do que apenas sentimentos de boas amigas, muito boas amigas. Em privado ela pensou que talvez não seria uma coisa terrível ser amiga de Sheilla. Se isso significasse que ela iria poder ficar perto de Sheilla, ou que ela pudesse passar a mão sobre a pele de Sheilla e segurar ela para mantê-la por perto e não a deixar ir, não ter que quebrar essa conexão de calor e conforto que ambas tinham, então hey, Gabriela seria uma amiga feliz. Porque de alguma forma, ao longo de todas essas semanas felizes desde a conversa com Sheilla, tudo começou a mudar, ela avançou de apenas querer esboçar a linha da curva da garganta e queixo de Sheilla, e foi para querer passar seus lábios na curva da garganta, queixo e até a boca da morena. Saborear o gosto da pele dela ao invés de só pintar. Sim, e se Gabriela ainda estava sendo completamente honesta com ela, naquele momento após mostrar suas pinturas para Sheilla, na sala de estar, no momento que elas estavam tão perto, com um misto de emoções correndo entre elas depois de um dia estressante, ela teria certeza que iria perder totalmente seu controle e se inclinar para a frente e fechar a distância entre elas com um beijo.

Mas então a realidade alertou ela e Gabriela se afastou, se rastejando para o seu quarto de hóspedes. Porque aquela sensação fria tinha alertado e lembrado ela. "A única a razão pela qual você está aqui, são os bebês. Não faça as coisas ficarem estranhas" ela disse a si mesma. Era muito fácil se convencer que talvez Sheilla sentisse o mesmo, quando a morena ficava olhando para ela por muito tempo, com aquele olhar morno e feliz em seus olhos. Mas hey, talvez ela realmente sentisse o mesmo, mas isso ainda não muda o fato que depois que esse bebê nascer, Gabriela iria estar nas ruas novamente.

Feels Like Home | SHEIBIOnde histórias criam vida. Descubra agora