I Think I've Made a Decision

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Após sair para o almoço depois de mais uma manhã de trabalho estressante, Sheilla ainda tinha um pouco mais de uma hora para gastar, até ter que voltar para o escritório. Sheilla tomou um trem para o centro da cidade e fez seu caminho até um pequeno estabelecimento, famoso por seus sanduíches de carne. Sheilla fez seu pedido e caminhou até o parque ao lado e sentou-se num banco.

O parque era tranquilo naquele horário, somente alguns trabalhadores e pessoas fazendo ioga. Ela observava as pessoas ao seu redor, havia uma fonte não muito longe e claro, uma mulher segurando um bebê e Sheilla se encontrou olhando pra eles.

E lá estava ela, Sheilla ouviu a voz antes mesmo de visualizar sua dona. A voz que tinha atiçado seus cabelos na parte de trás do seu pescoço. Ela virou a cabeça e engoliu a seco, com a visão de duas pessoas andando pelo parque. Uma mulher desconhecida para ela e uma mulher de cabelos castanhos bem familiar. Ela não sabia sobre o que Gabriela e a mulher estavam falando, mas o caminho que elas estavam fazendo, sim, elas estavam indo em direção ao banco que ela estava. Não teria nenhuma maneira que Sheilla iria escapar de ser vista.

Antes de chegarem perto do banco onde ela estava, elas fizeram uma pausa e o rosto de Gabriela parecia cada vez mais animado. Aqui, onde ela não era presa por uma entrevista, tinha uma nova luz de felicidade que coloriu o rosto da morena e de alguma forma, ela parece muito mais bonita. Sheilla pensou, mas logo tratou de afastar o pensamento de sua cabeça.

Em seguida, Gabriela e a mulher apertaram as mãos e acenaram um adeus. Sheilla viu Gabriela assistir a mulher ir, com um sorriso no rosto e uma espécie de comemoração com seus punhos no ar. Sheilla sorriu pra isso, entretanto em seguida, Gabriela estava de volta em seu caminho e um olhar preocupado atravessava seu rosto. Sheilla começou a olhar fixamente para seu sanduíche, elas nem precisavam fazer contato visual, Sheilla estava escutando os passos dela cada vez mais perto.

– Olá.

Sheilla olhou para cima. Gabriela estava do lado do banco, em pé, tão longe quanto possível. Sheilla engoliu sua comida antes de falar.

– Oh, olá.

– Ah, você provavelmente não se lembra, eu sou a Gabriela. Uma das pessoas que você entrevistou para ser sua barriga de aluguel. – Gabriela falou, com toda sua confiança e sem remorso. E ainda assim, ela pensava que Sheilla não se lembrava dela.

– Eu me lembro. – Disse Sheilla, levantando o queixo. – Você gritou comigo.

Gabriela fechou um pouco seus olhos e chegou a ficar corada – Era eu... eu sinto muito por isso – Sheilla podia falar que o pedido de desculpas não foi sincero, mas era algo a se dizer para contribuir na conversa. Sheilla desejou que Gabriela falasse com ela, como ela falou com a outra mulher mais cedo, com toda sua felicidade e não dessa forma sem sentido.

– Está tudo bem – Sheilla disse rigidamente.

– Isso não me ajudou em nada.

Sheilla deu de ombros – Eu suponho que não. Especialmente quando eu sei que você não é uma médica.

Os olhos de Gabriela ficaram surpresos. – Como você...?

– Eu recebo os arquivos de todas as candidatas em potencial, a agência envia. – Sheilla disse calmamente. – Eu sabia.

Gabriela fechou os olhos e respirou fundo, e quando ela abriu os olhos de novo, eles estavam vidrados e com um toque de amargura. – Bem... eu acho que você tem outras candidatas para escolher – Ela trocou de pé para pé, olhando para longe, como se ela não queria nada mais do que acabar com essa conversa e correr para as montanhas. – Ela deu de ombros e começou a se mover para fora. – Bom, mesmo que eu não faça parte do processo, eu espero que você consiga seu bebê, Castro.– Ela acenou, antes de começar a se afastar. – Tenha um bom dia.

– Você também. – Sheilla observou Gabriela Guimarães começar a se afastar e algo a atingiu em cheio, ela não sabe muito bem o que foi.

– Gabriela!! – Sheilla chamou

Gabriela fez uma pausa, virando e franzido a testa para Sheilla. As duas começaram a andar uma em direção a outra. – Eu acho que você deveria vir jantar no meu apartamento para conversarmos.

As sobrancelhas de Gabriela subiram. – Sobre ser a sua barriga de aluguel?

– É, talvez... – Sheilla assentiu.

Gabriela ficou olhando para ela, olhos castanhos brilhando com algo que Sheilla não conseguia decifrar. Finalmente, Gabriela quebrou o encanto falando. – Okay. Estarei lá.

Sheilla soltou um suspiro que ela não tinha percebido que ela estava segurando. – Legal.

– Eu não posso fazer isso hoje, amanhã, no entanto estou livre.

– Perfeito. As sete?

– Okay.

– Okay. – Sheilla assentiu. Ela puxou um caderno de sua bolsa, rabiscando seu endereço e entregando a Gabriela.

Sheilla observou Gabriela ir, observou ela até que ela desaparecesse de sua vista, por trás de alguns arbustos.

Só então Sheilla pegou seu telefone e pressionou o botão de discagem, segurando o aparelho no ouvido. – Carol?

– Hey, Sheillinha, qual é a boa?

– Eu acho que tomei uma decisão. 

Feels Like Home | SHEIBIOnde histórias criam vida. Descubra agora