Spectrum - Sheibi

O quê você quer?

[ NOTAS INICIAIS ]
Autora sem sono? Capítulo da madrugada veio e pela primeira vez kkkk' Desculpem a demora, ainda estava me recuperando do resfriado e para melhorar, fiquei naquele período maravilhoso... Enfim, vamos à leitura? Vamos! A partir daqui, vocês vão começar a entender mais a Gabriela. É isso, boa leitura à todos!

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Gabriela POV

Eu preciso conversar com ele, eu sei disso, mas eu não estava com coragem. Meu coração acelerava só de pensar em começar esse assunto com ele, de como seria a minha reação ao escutar da boca dele que fui rejeitada, que não fui aceita por ele. Eu queria muito saber como foi a reação da Giovanna ao descobrir, se ela conversou com ele, afinal ela ainda estava no time mesmo após saber de tudo. Estava sendo difícil processar tudo isso, ainda mais depois de eu perder meus pais adotivos em um acidente de carro a caminho do meu primeiro jogo pelo Vakifbank. Eu achei que eles não queriam me ver jogar, eu fiquei revoltada e aquele dia foi o pior da minha vida, então Guidetti me adotou não só nas quadras, como em sua casa e assim eu vivi a minha vida. Mas eu sempre me senti sozinha, eu sabia que estava faltando algo e bom, agora eu sei o que é. Aquela raiva ainda estava aqui, mas não pela Sheilla ou pelo Zé, mas por mim e por saber que Giovanna passou por situações similares. Respirei fundo olhando para aquela porta de madeira e bati três vezes, a voz do Zé mandando entrar fez o meu corpo gelar e uma onda de choque  percorrer pelas minhas mãos.

- Oi. – Disse assim que abri a porta e entrei na sala de reunião. – Está muito ocupado?

- Não, estou apenas revisando algumas jogadas táticas para a final. – Ele sorriu fraco largando a caneta sobre a mesa e me olhou. – Está tudo bem?

- Entendi... – Me aproximei sentando na poltrona a sua frente. – Está tudo bem sim. – Sorri breve batendo com os dedos no braço da poltrona, eu estava muito nervosa.

- O quê você quer saber? – Olhei para o mais velho, que tinha uma expressão serena.

- Bom, huh... – Suspirei desviando o olhar, eu não vou fazer isso, ainda não. Me levantei e sorri fraco. – Desculpa, eu não... Não quero tomar o seu tempo, é uma coisa boba. – Me afastei indo até a porta.

- Se você quer saber se eu dei você e sua irmã, por não amar vocês, saiba que foi o oposto disso. – Aquela voz grave soltando essas palavras, me pegou em cheio me fazendo apertar a maçaneta com uma certa força e tremor. Olhei para trás e vi sua expressão de arrependimento e culpa. – Se eu não fizesse o que eu fiz, vocês estariam mortas em questão de dias.

- O que você... O quê? – Eu sabia que era verdade, Giovanna escreveu que ele é o nosso pai, mas ele confirmar isso, me pegou de surpresa.

- Quer saber de toda a verdade? – Ele continuava me olhando, apenas concordei e voltei a me sentar na poltrona.

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Era difícil de processar aquela história, cada palavra que saía de sua boca, cada detalhe e tudo o que ele fez para a nossa segurança, era difícil. Ele nos amava, o que ele fez foi um sacrifício por amor e se culpa todos os anos por isso e com a morte da Giovanna, ele se sente fraco, sozinho, sem esperanças. Mas eu não estava conseguindo digerir tudo isso, eu não estava conseguindo processar, analisar e pensar, a única coisa que eu quero agora é sair daqui e fazer alguma coisa.

- Desculpa, eu... – Me levantei sentindo meus olhos marejarem. – Eu preciso ir.

- Gabriela...