Capítulo 5

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Malu 💣

Sair da fila com o lanche na mão e fui até a mesa onde tava a Duda, Mathias, Kaio, Vini, Flávia e o tal garoto novo. Assim que cheguei todos os olhares vieram parar em mim, sentei do lado do Mathias, ficando de frente pro garoto novo.

- Mas você veio pra ficar, né?- A Duda perguntou ao novato e ele concordou com a cabeça olhando pra ela. - Gosta de sair? - A Eduarda perguntou novamente a ele que novamente só balançou a cabeça mastigando algo.

- Ih dudinha, esse aqui era o maior festeiro antes de viajar. - O Vini tocou no ombro dele, que apenas dava risada. - Incluse, precisamos marcar alguma coisa pra sua chegada.

- É só marcar que eu tô colando. - O Dante respondeu e pela primeira vez ouvir a voz dele.

- Se liga. - Sentir o Mathias catucar minha coxa.- A Duda tentando chamar atenção do cara. - Ele apontou discretamente para a Eduarda me fazendo olhar, dei risada ao encontrar a Eduarda literalmente babando e sorrindo atoa.

- Tá feião já. - Olhei novamente pro Mathias rindo e ele concordou. - A tal da emocionada é foda, véi.

- Eu lembro de você nessa época. - Encarei ele séria, enquanto o palhaço ria.

- Ah, vai se foder. - Dei um tapa no ombro dele que não parou de rir. - O engraçado é que você fala como se fosse super desapegado. - cruzei os braços encarando ele.

- Não sou super desapegado, mas não chego a esse ponto.- Ele apontou novamente pra Eduarda e acabamos rindo juntos.

Neguei com a cabeça voltando minha atenção pra mesa, sentir algo me encarando e assim que levantei o olhar pra procurar quem era, acabei cruzando o olhar rápido com o tal novato, mas ele não sustentou e voltou prestar atenção na Eduarda que perguntava mais alguma coisa a ele.

O intervalo foi aquilo rápido de sempre, voltei pra sala e passei a aula quase toda fingindo escutar a Eduarda falar do garoto, já estava perdendo a paciência com tanta falação de macho. As horas se passaram até rápidas, depois da faculdade o Vini me deixou na clínica veterinária antes de ir pro trampo dele.

Entrei na clínica, falei com a Rose que é recepcionista e com alguns clientes na recepção, seguir meu caminho até chegar na sala do Kauê, um colega de trabalho.

- Bom dia, gatinha. - Ouvir a voz dele assim que entrei na sala.

- Bom dia, lindo. - Fui até ele e dei um abraço de lado, voltando até minha mesa e colocando minha bolsa em cima. - Chegou faz tempo?

- Não, faz nem cinco minutos. - Ele respondeu enquanto mexia em algo no celular. - Viu a quantidade de paciente pra hoje? - Ele perguntou bloqueando o celular e me olhando.

- Bastante amiguinhos para serem atendidos. - Falei dando um sorrisinho alegre.

- Te olhando falar assim, nem parece que você é totalmente diferente daquela porta pra fora. - Fiz um mais ou menos com a mão.

- Aqui é algo que me faz bem, quando tô trabalhando eu não penso nos meus problemas, consigo ser a Malu transparente e super fofa com meus dogs. - Falei sincera e ele concordou se sentando e pegando as fichas que estavam sua mesa.

- Dessa vez eu concordo com você, trabalhar com eles é uma experiência e tanto. - Ele apontou pra porta.

- Diria que uma das melhores experiências. - Concordamos juntos.

Alguém bateu na porta e logo em seguida abrindo a mesma, a Rose colocou a cabeça no pequeno espaço da porta e da parede e nos olhou.

- Já posso começar a chamar? Tem gente reclamando na recepção. - Revirei os olhos sem ninguém vê e o Kauê balançou a cabeça dizendo que sim.

A Rose sorriu em confirmação e saiu fechando a porta, olhei pro Kauê e ele bufou ainda encarando alguns papéis.

- É, o trabalho nos chama. - Sorrimos juntos e eu sentei na minha mesa, já vendo quais casos seria pra hoje.

Comecei a trabalhar aqui quando já tinha 1 ano de faculdade, e foi uma das melhores coisas que fiz, trabalhar aqui me deu a certeza que escolhi a profissão certa.

E é como o Kauê falou, assim que entro dentro dessa clínica, a Malu birrenta, teimosa, fria, desapegada e marreta fica lá fora, pois, aqui consigo mostrar quem realmente é a Malu veterinária, a Malu apaixonada pela sua profissão, é muito louco tudo isso.

Começamos os atendimentos e como sou apenas uma estagiária, fico só uma auxiliar do Kauê, mas já é alguma coisa pra mim que depende 100% de mim.

- Nossa, o ballu não tem essa confiança que tem com você, em outros lugares. - A dona de um cachorro falou pra mim, enquanto eu fazia carícias no cachorro.

- É por que o ballu é meu paciente fiel, né? - Falei com voz fofa fazendo carícias Golden retriver.

- Pode ter certeza que sim. - A mulher falou sorrindo. - Bom, agora precisamos ir, ainda tenho que deixar ele no pet shop. - Levantei do chão olhando pra mulher.

- Olha, vai ficar gatão, as namoradinhas vão cair em cima. - Falei olhando pra ele que sentou prestando atenção.

Me despedir da dona Solange e fechei a porta assim que ela saiu, fui até a minha mesa e sentei pegando minha marmita e caindo em cima, tava passada de fome. Enquanto comia, via os burburinhos no grupo da faculdade e já tinha gente querendo marcar rolê novamente pra hoje, e claro que eu iria.

Chegou notificação e vi ser meu pai, abrir a mensagem dela toda felizinhaa. Confesso que sou muito babona do meu pai, por que ele é o único que fica do meu lado e me apoia em tudo, além do Vinícius.

📨

Papis: Boa tarde filha, desculpa não responder antes, estava ocupado com alguns clientes.
Papis: Mas sim, acredito que eu vá visitar vocês esse final de semana.
Eu: Boa tarde, papis. Já estou ansiosa pra te ver.
Eu: É só colar lá em casa que estamos te esperando.
Papis: Colar Maria Luísa? Você sabe que não entendo dessas gírias.
Eu: Ah pai, é só vim.
Papis: Então tá marcado.
Eu: Tudo certo, meu coroa.
Papis: Coroa não, olha o respeito kkkk. Tenho que ir filha, o trabalho me chama. Amo vocês.
Papis: Belê papis, até mais. Te amamos também.

📨

O fim da tarde trabalhei até mais animada, já estava morrendo de saudades do meu pai, como ele trabalha com econômica, ele nunca tem tempo pra nada, e o tempo que ele tem, ele dedica aos filhos, por isso que sou babona desse velhinho

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