Capítulo 36

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Malu 💣

O Bruno saiu me arrastando as forças do banheiro, tentei lutar com ele por várias vezes, mas estava praticamente impossível, já que seu físico era bem mais forte e maior que o meu.

- Me solta. - Gritei tentando esmurrar seu braço.

- Calma Luli, prometo não te machucar. - A sua voz saiu fria e totalmente calma, me fazendo ficar com mais medo.

- Mano, de que caralho você saiu? - Perguntei, tentando entender um pouco a situação.

- Isso não importa, o que importa é que voltei pra te ver novamente. - Ele me olhou, apertando ainda mais o meu braço.

Sentir o impacto de algo extremamente duro nas minhas costas, e percebi ser a parede que ele tinha me jogado contra. Olhei rápido ao redor, tentando pensar em algo para sair daquela situação. Com o show era impossível gritar, não havia ninguém além de nós dois alí.

Sentir a mão do Bruno subindo pela minha coxa, e chegar na minha bunda, apertando a mesma, me causando total desconforto. Empurrei seu ombro mais uma vez, mas ele nem se mexia, apenas tentava segurar minha nuca por várias vezes, tentando me beijar.

- Para porra, eu não te quero mais. - Gritei mais uma vez, estapeando ele. - Me solta caralho, me solta. - Gritei eufórica mais uma vez.

- Fica quieta sua filha da puta. - Ele levou a mão até a minha boca, tapando a mesma. - Você querendo ou não querendo, você vai me dar aqui e agora. - Arregalei os olhos negando com a cabeça. - Eu estou te fitando faz mó tempo, tu u ficou com geral nesse caralho, e tá me negando? - lembranças rápidas se passavam na minha cabeça.

Ao lembrar daquela cena, novamente me desesperei e comecei a estapear seu rosto, fazendo ele segurar meu braço com mais força. Sentir algo ardido na minha bochecha e então percebi que ele tinha me dado um tapa, involuntariamente as lágrimas se formaram em meus olhos e começaram a descer.

Suas mãos eram como facas afiadas passando pelo meu corpo, minha saia que era de tule, já estava rasgada e no chão a muito tempo. Suas rápidas mãos, puxaram meu top para baixo, deixando meus seios totalmente expostos.

Sentia meu coração cada vez mais acelerado, a mistura de medo e desespero era notável em meu rosto. Aos poucos as esperanças de alguém chegar e me livrar daquilo foi se acabando cada vez mais, e a única solução seria aguentar tudo de novo mais uma vez, só que dessa vez menos bêbada.

- Eita porra. - Escutei uma voz diferente, e em um movimento rápido, sentir as mãos do Bruno me largarem. - Tu tá louco caralho. - Tentei reconhecer a voz familiar rapidamente.

Era o Dante, ele puxou o Bruno pela camisa e socou seu rosto, assim que ele virou ficando de frente para o mesmo.

- Malu. - Olhei em direção a voz, e reconheci o Mathias, e logo as minhas lágrimas começaram a descer incontrolavelmente. - Calma, eu tô aqui. - Ele me puxou para seu peito, e rapidamente tirou a camisa me entregando a mesma. - Vem, vamos até o pessoal.

- E ele? - Apontei para o Dante, ainda empurrando o Bruno. - Ele não pode ficar aqui sozinho com o Bruno.

- Vamos até o pessoal, e chamamos o resto da galera. - O Mathias simplesmente saiu me arrastando.

O caminho de volta até o pessoal, foi silencioso, só se ouvia as minhas lágrimas e soluço. Assim que nos aproximamos mais de onde era o show, encontramos o Vinicios, Kaio e ícaro vindo na nossa direção. Assim que meu irmão notou o meu estado, ele correu se aproximando, puxou meu ombro para seu peito, me abraçando com toda força que ele podia.

- O que aconteceu, caralho?- O Vinicios perguntou sério e alto. - Onde você estava?

- O Bruno está aqui. - O Mathias foi o único que respondeu. - Eu e o Dante escutamos alguém gritando, e quando nos aproximamos, era o Bruno em cima dela. - O Mathias explicou rapidamente.

- E cadê eles? - O Kaio falou. - Onde o Dante está?

- Ele tirou o Bruno de cima da Malu e acabou socando ele, apenas puxei a Malu e trouxe pra cá. - O Kaio não terminou nem de ouvir, apenas correu na direção em que saímos e o ícaro foi atrás.

- Porra Malu, esse maluco de novo? - O Vini falou baixinho pertinho do meu ouvido, ainda me abraçando forte.

- Foi horrível... - Sussurrei baixinho.

- Passou, agora eu tô contigo. - Ele disse mais uma vez, me fazendo balançar a cabeça positivamente.

Não sei exatamente quanto tempo demoramos alí, mas só sei que fui arrastada pelo Vini e pelo Mathias, para encontrar a Flávia e a Barbara. Assim que me viram, apenas me abraçaram e procuraram saber o que tinha acontecido, mas o Vinicios e o Mathias se encarregaram de explicar o ocorrido.

A Babi se ofereceu para ir embora comigo, e o Mathias e Vinicios disse o mesmo, então voltamos para casa em silêncio e apenas algumas lágrimas escorriam pela minha bochecha, me fazendo ficar totalmente aérea.

Chegamos na casa da família do Dante, e não tinha ninguém. A Babi me levou até o quarto que estávamos, sentei na cama e respirei fundo, esfregando as mãos no rosto.

- De novo, Babi? - Perguntei, sentindo o nó na garganta. - Ele nunca vai me deixar em paz? -

- Oh irmã. - Ela se aproximou de me na cama, e me abraçou, passando a mão pela minha cabeça. - Estou aqui contigo, isso não vai voltar acontecer. - Ela baixou, beijando minha cabeça e eu apenas continuei calada e imóvel.

Depois de alguns minutos tentando me acalmar, a Babi me levantou e me ajudou a tomar um banho e tirar toda aquela angústia que estava presa em meu peito.

Troquei de roupa, vesti apenas uma camisa larga e grande, e um shortinho molinho, deitei na cama e a Babi apenas beijou minha cabeça, se afastando e entrando no banheiro mais uma vez.

Fechei o olho algumas vezes, mas foi algo totalmente impossível tentar dormir ou ignorar o que aconteceu por hoje. A Barbara saiu do banheiro minutos depois, já trocada de roupa, e em silêncio se deitou na cama ao lado, fiquei quase uma hora encarando ela na cama a minha frente, mas sem dizer uma palavra se quer. Como não estava conseguindo dormir, apenas levantei e fui na direção da porta do quarto.

- Vai descer? - Ouvir a voz baixa da Barbara.

- Não tô conseguindo dormir, acho que vou tomar um ar. - Falei e não obtive resposta, apenas abrir a porta e sair, fechando a mesma atrás de mim.

No corredor dos quartos, só se ouvia minhas passadas no chão, não fazia ideia de onde estava todo mundo. Como a casa era bastante iluminada pelas grandes janelas, não foi nescessário acender luz alguma. Desci as escadas e não encontrei ninguém na sala, caminhei até a cozinha, abrir a geladeira e peguei uma garrafa pequena, bebericando um pouco da água.

Encostei na grande bancada de mármore que tinha no meio da cozinha, e fiquei encarando a fruteira que tinha em cima da ilha. No canto direito da cozinha, uma pequena frespinha de luz se passava por debaixo da porta do banheiro, o que indicava ter gente dentro.

E tive essa certeza, quando segundos depois a porta se abriu e o Dante saiu de dentro, com a toalha amarrada em seu tronco, todo molhado e com suas roupas na mão.

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