Malu 💣
O Bruno saiu me arrastando as forças do banheiro, tentei lutar com ele por várias vezes, mas estava praticamente impossível, já que seu físico era bem mais forte e maior que o meu.
- Me solta. - Gritei tentando esmurrar seu braço.
- Calma Luli, prometo não te machucar. - A sua voz saiu fria e totalmente calma, me fazendo ficar com mais medo.
- Mano, de que caralho você saiu? - Perguntei, tentando entender um pouco a situação.
- Isso não importa, o que importa é que voltei pra te ver novamente. - Ele me olhou, apertando ainda mais o meu braço.
Sentir o impacto de algo extremamente duro nas minhas costas, e percebi ser a parede que ele tinha me jogado contra. Olhei rápido ao redor, tentando pensar em algo para sair daquela situação. Com o show era impossível gritar, não havia ninguém além de nós dois alí.
Sentir a mão do Bruno subindo pela minha coxa, e chegar na minha bunda, apertando a mesma, me causando total desconforto. Empurrei seu ombro mais uma vez, mas ele nem se mexia, apenas tentava segurar minha nuca por várias vezes, tentando me beijar.
- Para porra, eu não te quero mais. - Gritei mais uma vez, estapeando ele. - Me solta caralho, me solta. - Gritei eufórica mais uma vez.
- Fica quieta sua filha da puta. - Ele levou a mão até a minha boca, tapando a mesma. - Você querendo ou não querendo, você vai me dar aqui e agora. - Arregalei os olhos negando com a cabeça. - Eu estou te fitando faz mó tempo, tu u ficou com geral nesse caralho, e tá me negando? - lembranças rápidas se passavam na minha cabeça.
Ao lembrar daquela cena, novamente me desesperei e comecei a estapear seu rosto, fazendo ele segurar meu braço com mais força. Sentir algo ardido na minha bochecha e então percebi que ele tinha me dado um tapa, involuntariamente as lágrimas se formaram em meus olhos e começaram a descer.
Suas mãos eram como facas afiadas passando pelo meu corpo, minha saia que era de tule, já estava rasgada e no chão a muito tempo. Suas rápidas mãos, puxaram meu top para baixo, deixando meus seios totalmente expostos.
Sentia meu coração cada vez mais acelerado, a mistura de medo e desespero era notável em meu rosto. Aos poucos as esperanças de alguém chegar e me livrar daquilo foi se acabando cada vez mais, e a única solução seria aguentar tudo de novo mais uma vez, só que dessa vez menos bêbada.
- Eita porra. - Escutei uma voz diferente, e em um movimento rápido, sentir as mãos do Bruno me largarem. - Tu tá louco caralho. - Tentei reconhecer a voz familiar rapidamente.
Era o Dante, ele puxou o Bruno pela camisa e socou seu rosto, assim que ele virou ficando de frente para o mesmo.
- Malu. - Olhei em direção a voz, e reconheci o Mathias, e logo as minhas lágrimas começaram a descer incontrolavelmente. - Calma, eu tô aqui. - Ele me puxou para seu peito, e rapidamente tirou a camisa me entregando a mesma. - Vem, vamos até o pessoal.
- E ele? - Apontei para o Dante, ainda empurrando o Bruno. - Ele não pode ficar aqui sozinho com o Bruno.
- Vamos até o pessoal, e chamamos o resto da galera. - O Mathias simplesmente saiu me arrastando.
O caminho de volta até o pessoal, foi silencioso, só se ouvia as minhas lágrimas e soluço. Assim que nos aproximamos mais de onde era o show, encontramos o Vinicios, Kaio e ícaro vindo na nossa direção. Assim que meu irmão notou o meu estado, ele correu se aproximando, puxou meu ombro para seu peito, me abraçando com toda força que ele podia.
- O que aconteceu, caralho?- O Vinicios perguntou sério e alto. - Onde você estava?
- O Bruno está aqui. - O Mathias foi o único que respondeu. - Eu e o Dante escutamos alguém gritando, e quando nos aproximamos, era o Bruno em cima dela. - O Mathias explicou rapidamente.
- E cadê eles? - O Kaio falou. - Onde o Dante está?
- Ele tirou o Bruno de cima da Malu e acabou socando ele, apenas puxei a Malu e trouxe pra cá. - O Kaio não terminou nem de ouvir, apenas correu na direção em que saímos e o ícaro foi atrás.
- Porra Malu, esse maluco de novo? - O Vini falou baixinho pertinho do meu ouvido, ainda me abraçando forte.
- Foi horrível... - Sussurrei baixinho.
- Passou, agora eu tô contigo. - Ele disse mais uma vez, me fazendo balançar a cabeça positivamente.
Não sei exatamente quanto tempo demoramos alí, mas só sei que fui arrastada pelo Vini e pelo Mathias, para encontrar a Flávia e a Barbara. Assim que me viram, apenas me abraçaram e procuraram saber o que tinha acontecido, mas o Vinicios e o Mathias se encarregaram de explicar o ocorrido.
A Babi se ofereceu para ir embora comigo, e o Mathias e Vinicios disse o mesmo, então voltamos para casa em silêncio e apenas algumas lágrimas escorriam pela minha bochecha, me fazendo ficar totalmente aérea.
Chegamos na casa da família do Dante, e não tinha ninguém. A Babi me levou até o quarto que estávamos, sentei na cama e respirei fundo, esfregando as mãos no rosto.
- De novo, Babi? - Perguntei, sentindo o nó na garganta. - Ele nunca vai me deixar em paz? -
- Oh irmã. - Ela se aproximou de me na cama, e me abraçou, passando a mão pela minha cabeça. - Estou aqui contigo, isso não vai voltar acontecer. - Ela baixou, beijando minha cabeça e eu apenas continuei calada e imóvel.
Depois de alguns minutos tentando me acalmar, a Babi me levantou e me ajudou a tomar um banho e tirar toda aquela angústia que estava presa em meu peito.
Troquei de roupa, vesti apenas uma camisa larga e grande, e um shortinho molinho, deitei na cama e a Babi apenas beijou minha cabeça, se afastando e entrando no banheiro mais uma vez.
Fechei o olho algumas vezes, mas foi algo totalmente impossível tentar dormir ou ignorar o que aconteceu por hoje. A Barbara saiu do banheiro minutos depois, já trocada de roupa, e em silêncio se deitou na cama ao lado, fiquei quase uma hora encarando ela na cama a minha frente, mas sem dizer uma palavra se quer. Como não estava conseguindo dormir, apenas levantei e fui na direção da porta do quarto.
- Vai descer? - Ouvir a voz baixa da Barbara.
- Não tô conseguindo dormir, acho que vou tomar um ar. - Falei e não obtive resposta, apenas abrir a porta e sair, fechando a mesma atrás de mim.
No corredor dos quartos, só se ouvia minhas passadas no chão, não fazia ideia de onde estava todo mundo. Como a casa era bastante iluminada pelas grandes janelas, não foi nescessário acender luz alguma. Desci as escadas e não encontrei ninguém na sala, caminhei até a cozinha, abrir a geladeira e peguei uma garrafa pequena, bebericando um pouco da água.
Encostei na grande bancada de mármore que tinha no meio da cozinha, e fiquei encarando a fruteira que tinha em cima da ilha. No canto direito da cozinha, uma pequena frespinha de luz se passava por debaixo da porta do banheiro, o que indicava ter gente dentro.
E tive essa certeza, quando segundos depois a porta se abriu e o Dante saiu de dentro, com a toalha amarrada em seu tronco, todo molhado e com suas roupas na mão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobre nós
FanfictionMaria Luísa D'vilaa de vinte dois anos, estudante de medicina veterinária, já no seu último ano de faculdade, sonha em abrir uma ONG de animais de rua. Mas para isso ela tem que batalhar bastante, já que não gosta de depender de seus pais, afinal, e...