Dante Drumond
24 anos
(Fisioterapia Pediatra)Assim que entrei em casa tirei a mochila das costas e joguei no sofá ao meu lado, ouvir pisadas e olhei pra escada vendo o meu pai descendo as escadas, respirei fundo e me joguei no sofá ouvindo ele falar.
- Finalmente, pensei que não voltaria mais. - Revirei os olhos afim de bufar, mas respirei fundo tentando manter a paciência.
- Acho engraçado você falar desse jeito, mas quem me obrigou ir pro outro lado do mundo foi você. - Alterei um pouco a voz e ele me encarou sério.
- Olha tom dentro da minha casa. - Bufei impaciente. - E se eu te mandei pra lá foi para o seu bem, você sabe que as coisas aqui não estavam tão boas. - Abrir um sorrisinho sem humor e esfreguei a mão no rosto.
- Custa assumir que as coisas não estavam boas por sua causa? - Falei ainda rindo a ele que colocou a mão na cintura, enquanto me encarava puto.
- Olha o jeito que você fala comigo moleque, não pense que agora que voltou de lá, você vai falar de qualquer jeito comigo, eu ainda sou teu pai. - Ele levantou o tom de voz, enquanto eu estava bem tranquilo sorrindo debochado.
- Pai? Desconheço dessa palavra vindo de você. - Levantei do sofá e fui chegando mais perto dele. - Sério que não dói nem um pouco, saber que você foi o culpado de tudo ter dado errado na minha vida? - Falei com a voz carregada de ódio.
- Não foi bem assim, Dante, você sabe que não foi bem assim. - Ele falava enquanto tentava disviar o olhar do meu. - Eu sei que você sente raiva da Andressa... - Interrompi.
- Raiva? Tenho ódio daquela vagabunda que distruiu nossa família e você deixou. - Apontei pra ele. - Eu sinceramente tenho nojo de ser seu filho. - Falei indo pegar minhas coisas e saindo, enquanto ouvia ele me chamando.
- Dante meu filho, não vai embora assim. - Entrei no carro e joguei a mochila no banco do passageiro. - Dante, espera. - Sem muita demora, liguei o carro e arranquei o mesmo dali o mas rápido que pude.
Minha vida nunca foi aquele conto de fadas só por que meu pai tem condições, é totalmente o oposto disso, tudo que tenho hoje foi com o meu suor e esforço, por que se eu fosse depender de pai e mãe, com certeza eu morreria de fome.
Nasci no Rio de janeiro, e fui criado aqui até meus 16 anos, já que meu pai me obrigou ir embora pra Califórnia assim que completei 17. Me lembro até hoje o tanto que fugir daquela viagem, tudo que pude fazer pra atrapalhar, eu fiz, mas não adiantou.
Minha vida é realmente uma bela de uma fudida e tudo graças ao meu pai, que fez questão de trair minha mãe doente de câncer. Assim que descobrir que ia ser promovido a irmão mais velho, fiquei até feliz de começo, mas aparti do momento que soube que meu irmão era fruto de uma traição, acabei me revoltando contra meu pai.
Eu e o Daniel somos bem parceiros, pelo menos foi assim esses sete anos que fiquei fora, não deixamos o erro do meu pai interferir na nossa relação de irmãos. Quando fui embora ele só tinha 14 anos, e foi bem difícil ter que deixar tudo aqui e ir embora , tudo por que o meu pai achava que tinha domínio sobre a minha vida.
E hoje já com 24 anos, voltei e estou disposto a fazer da vida dele um inferno se possível, esse sempre foi a minha vontade enquanto eu estava morando na Califórnia, mas agora o jogo mudou.
Assim que cheguei no endereço em que o Daniel me mandou, falei com o porteiro que liberou minha entrada, peguei o elevador e subir indo bater no apê do Daniel.
- Caraí, cê veio mesmo mané. - Assim que ele abriu já me puxou pra um abraço.
- Eu disse que tava chegando porra. - Ele riu fechando a porta atrás dele.
- Caralho, tô nem acreditando nisso. - Dei uma risada do jeito que ele falou. - Já foi no pai? - Fiz cara de ranço assim que ele chamou o Raul de pai.
- Sim, sim. Mas vem cá, como que tu chama aquele cara de pai? - Perguntei e ele deu uma risada dando de ombros.
- Sei lá, costume já. - Neguei com a cabeça e tirei a mochila das costas deixando de lado. - Mas como que cê tá, brother? - Ele perguntou sentando numa poltrona ficando de frente pra mim.
- Feliz, finalmente de volta a minha casa. - Falei abrindo um sorrisão. - Mas vou sentir uma falta da porra de Los Angeles.
- Ih, todo metido falando essas paradas. - Ele me gastou e eu mostrei o dedo do meio. - Mas coé, muitas gringas gatas por lá?.- Ele perguntou me fazendo concordar e eu acabei rindo lembrando de algumas coisas.
- Pá caraí fi, inclusive saudades. - Falei com um sorriso de canto e ele veio todo euforia pulando em cima de mim no sofá.
- Ter irmão gringo é só pro meu patamar mesmo, esquece fio. - Ele se gabou rindo e eu gargalhei alto.
- Tava com mó saudade minha, fala aí. - Falei pra ele que concordou com a cabeça. - Eu tô ligado cara, sou teu irmão favorito porra.
- Se só tem tu viado, deixa de caô. - Ele gastou rindo.
- Fala isso, mas tá ligado que o Raul é metido a pica de mel, vá que ele tenha mais filhos espalhados por aí.- Falei tentando ficar sério, mas o Daniel gargalhou.
- Brinca muito, mané. - Ele deu um tapa na minha cabeça e foi pra cozinha pegar qualquer coisa lá. - Mas já sabe por onde vai ficar? - Neguei olhando pra ele. - Então a gente pode se ajeitar por aqui. - Ele falou pegando um pacote de biscoito e vindo se sentar no sofá.
E o resto do dia foi bem tranquilo, fiquei conversando com ele e contando como que funciona os esquemas por lá, e ele todo idiota eufórico falando de como foi esses anos por aqui.
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Sobre nós
FanficMaria Luísa D'vilaa de vinte dois anos, estudante de medicina veterinária, já no seu último ano de faculdade, sonha em abrir uma ONG de animais de rua. Mas para isso ela tem que batalhar bastante, já que não gosta de depender de seus pais, afinal, e...