Capítulo 3

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Dante Drumond
24 anos
(Fisioterapia Pediatra)

Assim que entrei em casa tirei a mochila das costas e joguei no sofá ao meu lado, ouvir pisadas e olhei pra escada vendo o meu pai descendo as escadas, respirei fundo e me joguei no sofá ouvindo ele falar

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Assim que entrei em casa tirei a mochila das costas e joguei no sofá ao meu lado, ouvir pisadas e olhei pra escada vendo o meu pai descendo as escadas, respirei fundo e me joguei no sofá ouvindo ele falar.

- Finalmente, pensei que não voltaria mais. - Revirei os olhos afim de bufar, mas respirei fundo tentando manter a paciência.

- Acho engraçado você falar desse jeito, mas quem me obrigou ir pro outro lado do mundo foi você. - Alterei um pouco a voz e ele me encarou sério.

- Olha tom dentro da minha casa. - Bufei impaciente. - E se eu te mandei pra lá foi para o seu bem, você sabe que as coisas aqui não estavam tão boas. - Abrir um sorrisinho sem humor e esfreguei a mão no rosto.

- Custa assumir que as coisas não estavam boas por sua causa? - Falei ainda rindo a ele que colocou a mão na cintura, enquanto me encarava puto.

- Olha o jeito que você fala comigo moleque, não pense que agora que voltou de lá, você vai falar de qualquer jeito comigo, eu ainda sou teu pai. - Ele levantou o tom de voz, enquanto eu estava bem tranquilo sorrindo debochado.

- Pai? Desconheço dessa palavra vindo de você. - Levantei do sofá e fui chegando mais perto dele. - Sério que não dói nem um pouco, saber que você foi o culpado de tudo ter dado errado na minha vida? - Falei com a voz carregada de ódio.

- Não foi bem assim, Dante, você sabe que não foi bem assim. - Ele falava enquanto tentava disviar o olhar do meu. - Eu sei que você sente raiva da Andressa... - Interrompi.

- Raiva? Tenho ódio daquela vagabunda que distruiu nossa família e você deixou. - Apontei pra ele. - Eu sinceramente tenho nojo de ser seu filho. - Falei indo pegar minhas coisas e saindo, enquanto ouvia ele me chamando.

- Dante meu filho, não vai embora assim. - Entrei no carro e joguei a mochila no banco do passageiro. - Dante, espera. - Sem muita demora, liguei o carro e arranquei o mesmo dali o mas rápido que pude.

Minha vida nunca foi aquele conto de fadas só por que meu pai tem condições, é totalmente o oposto disso, tudo que tenho hoje foi com o meu suor e esforço, por que se eu fosse depender de pai e mãe, com certeza eu morreria de fome.

Nasci no Rio de janeiro, e fui criado aqui até meus 16 anos, já que meu pai me obrigou ir embora pra Califórnia assim que completei 17. Me lembro até hoje o tanto que fugir daquela viagem, tudo que pude fazer pra atrapalhar, eu fiz, mas não adiantou.

Minha vida é realmente uma bela de uma fudida e tudo graças ao meu pai, que fez questão de trair minha mãe doente de câncer. Assim que descobrir que ia ser promovido a irmão mais velho, fiquei até feliz de começo, mas aparti do momento que soube que meu irmão era fruto de uma traição, acabei me revoltando contra meu pai.

Eu e o Daniel somos bem parceiros, pelo menos foi assim esses sete anos que fiquei fora, não deixamos o erro do meu pai interferir na nossa relação de irmãos. Quando fui embora ele só tinha 14 anos, e foi bem difícil ter que deixar tudo aqui e ir embora , tudo por que o meu pai achava que tinha domínio sobre a minha vida.

E hoje já com 24 anos, voltei e estou disposto a fazer da vida dele um inferno se possível, esse sempre foi a minha vontade enquanto eu estava morando na Califórnia, mas agora o jogo mudou.

Assim que cheguei no endereço em que o Daniel me mandou, falei com o porteiro que liberou minha entrada, peguei o elevador e subir indo bater no apê do Daniel.

- Caraí, cê veio mesmo mané. - Assim que ele abriu já me puxou pra um abraço.

- Eu disse que tava chegando porra. - Ele riu fechando a porta atrás dele.

- Caralho, tô nem acreditando nisso. - Dei uma risada do jeito que ele falou. - Já foi no pai? - Fiz cara de ranço assim que ele chamou o Raul de pai.

- Sim, sim. Mas vem cá, como que tu chama aquele cara de pai? - Perguntei e ele deu uma risada dando de ombros.

- Sei lá, costume já. - Neguei com a cabeça e tirei a mochila das costas deixando de lado. - Mas como que cê tá, brother? - Ele perguntou sentando numa poltrona ficando de frente pra mim.

- Feliz, finalmente de volta a minha casa. - Falei abrindo um sorrisão. - Mas vou sentir uma falta da porra de Los Angeles.

- Ih, todo metido falando essas paradas. - Ele me gastou e eu mostrei o dedo do meio. - Mas coé, muitas gringas gatas por lá?.- Ele perguntou me fazendo concordar e eu acabei rindo lembrando de algumas coisas.

- Pá caraí fi, inclusive saudades. - Falei com um sorriso de canto e ele veio todo euforia pulando em cima de mim no sofá.

- Ter irmão gringo é só pro meu patamar mesmo, esquece fio. - Ele se gabou rindo e eu gargalhei alto.

- Tava com mó saudade minha, fala aí. - Falei pra ele que concordou com a cabeça. - Eu tô ligado cara, sou teu irmão favorito porra.

- Se só tem tu viado, deixa de caô. - Ele gastou rindo.

- Fala isso, mas tá ligado que o Raul é metido a pica de mel, vá que ele tenha mais filhos espalhados por aí.- Falei tentando ficar sério, mas o Daniel gargalhou.

- Brinca muito, mané. - Ele deu um tapa na minha cabeça e foi pra cozinha pegar qualquer coisa lá. - Mas já sabe por onde vai ficar? - Neguei olhando pra ele. - Então a gente pode se ajeitar por aqui. - Ele falou pegando um pacote de biscoito e vindo se sentar no sofá.

E o resto do dia foi bem tranquilo, fiquei conversando com ele e contando como que funciona os esquemas por lá, e ele todo idiota eufórico falando de como foi esses anos por aqui.

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