Maria Luísa D'vilaa de vinte dois anos, estudante de medicina veterinária, já no seu último ano de faculdade, sonha em abrir uma ONG de animais de rua. Mas para isso ela tem que batalhar bastante, já que não gosta de depender de seus pais, afinal, e...
Eu me considero um cara sinceramente de boa, em relação a tudo, não gosto de nada com pressa, agonia, gosto de desfrutar o melhor desse mundão, até por que estamos aqui para isso. A Malu é a minha piveta, a maluquinha que amo pra caralho, que tá comigo sempre e é a que topa tudo, acredito que nossa união só veio a melhorar depois do separação dos meus pais.
Faço educação física e já era pro pai tá dando aula naquela faculdade, mas como não sou o melhor pra estudo, tô aqui e já faz dois anos. Foda maluco! Conheço meus manos desde que entrei na faculdade, e hoje em dia considero família mermo, tá ligado? Já o Dante é irmão, estudei com ele moleque ainda, mas o cara foi pro outro lado e acabou que nos afastamos, mas o bom foi saber que mesmo depois de tanto tempo, a nossa amizade permanece intacta.
Estava sentado fumando um cigarro maneirinho, alguns estavam ao redor falando umas resenhas, a Babi estava na minha frente conversando com a minha irmã, e eu fiquei só observando a mesma e todos os movimentos dela, as vezes ela ria de jogar a cabeça para trás, as vezes ela só colocava a mão na boca rindo. Sentir um tapa no pescoço e olhei pro lado, vendo o Dante rindo.
- Levar tiro hein, puto. - Falei sério mas na zoeira.
- Apaixonado dá tiro? - Ele me gastou e eu feião pra ele.
- Brinca muito, maluco. - Traguei o cigarro e soltei a fumaça no ar. - Qual foi do tapa?
- Pra você disfarçar, tá babando na nega pô. - Acabei rindo do jeito que ele falou e neguei com a cabeça.
- Que mané babando, ela tá na minha frente ué. - Ele riu me encarando.
- Mas namoral, você ainda não se resolveu com ela? - Ele perguntou e eu neguei. - Desde que eu fui embora? - Concordei.
- A bárbara amadureceu cara, não tá fácil como antes, e isso é bom pra ela, mas a gente tá em fases diferentes. - traguei o cigarro. - Milagre foi esse que você e a Maria não se alfinetaram? - Joguei um verde.
- Nem eu sei, tua irmã é maluca. - Dei uma risada. - Pensa que eu sou os nego dela pra me tratar toda marrenta e ignorante, se liga. - Olhei pra ela e ela tava fofocando de alguém com a Bárbara que só ria dela, duas bêbadas.
- Se liga. - Olhei pra ele. - Apostei duzentão com ela, que ela não iria discutir contigo hoje. - Ele abriu maior olhão, e depois riu alto. - Brigou mesmo não? - Ele negou ainda rindo. - Me fudi pra arranjar o dinheiro. - Ele balançou a cabeça em negação.
- Bom saber disso, vou botar pra foder hoje. - Ele pegou a garrafa de whisky misturando com qualquer coisa que tinha alí na mesa, e colocando no seu copo.
- Só cuidado, se tiver facada a culpa já não é minha. - Ele deu de ombros levantando e pegando seu copo saindo, foi na direção delas e a Barbara levantou rindo e saindo de lá.
Ela olhou ao redor e acabou me achando e me encontrando sozinho, ela andou na minha direção e sentou na cadeira que antes era ocupada pelo Dante.
- Tá sozinho? - Ela perguntou me olhando no fazendo um coque no cabelão dela.
- Abandonado. - Ela riu. - Te expulsaram de lá? - Apontei na direção da Malu e do Dante.
- Sim. - Ela respondeu apenas. - Já tô afim de ir pra casa, afim da minha cama. - Ela bufou olhando pra qualquer coisa, menos pra mim.
- Também tô afim da tua cama, mó saudade. - soltei fazendo ela me olhar.
- Atá. Você podendo ir pra cama de qualquer uma, você tá com saudades da minha? - Concordei. - Até parece.
- Qual foi Babi, você só faz embaçar o esquema do cara, parceira. - Ela riu.
- Talvez seja por isso, por que eu não sou um esquema. - Ela desviou o olhar do meu.
- Sei disso, eu que fui cuzão de certa forma. - Falei jogando o cigarro e pisando em cima. - Se naquele tempo eu soubesse que você realmente sentia algo por mim, não ia te machucar não pô, nunca foi minha intenção de fazer isso, ainda mas contigo.
- Olha, não vamos voltar a discutir isso, nem tem mais sentindo. - Disse ela apoiando os braços no joelho e jogando o corpo um pouco para frente.
- Não tem sentido por que tu não quer, já te falei o que acho sobre isso. - Falei bebendo um pouco da lata de cerveja, mas já tava quente e amarga pra porra. - O foda é que tu fica fujindo do assunto toda v...
- Eu não fujo do assunto, eu só não quero e nem gosto de tá relembrando algo que me machucou, é diferente. - Ela disse um pouco impaciente.
- Tudo bem então, só não quero acabar a amizade contigo tá ligado? - ela concordou. - Tu é importante demais pra mim.
- Apesar de tudo, tu também é foda demais. - Ela falou e eu acabei puxando a mão dela e ela levantou vindo pro meu lado, abrir as penas deixando ela entre elas e na minha frente.
- Mas bem que tu podia me chamar pra dormir contigo, mó saudade da dona Ângela. - ela riu dando um tapa na minha cabeça, quando abracei sua cintura.
- Muito otário mesmo. - Ela murmurou baixo, mas deu pra escutar.
Fiquei abraçado alí com ela, mas logo ela se soltou voltando a sentar na cadeira ao meu lado, mudamos de assunto e ficamos fofocando sobre a galera da festa, apesar de tudo a Babi é uma boa companhia pra tudo, muito foda a amizade que a gente tem. Troco essa feiona por nada.
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