Capítulo 25

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Bárbara 😈

Despejei mais cerveja no meu copo e peguei o mesmo dando um gole longo, oh negócio gostoso é uma cerveja gelada, tem nem estresse. Arrumei a alça da minha blusa e olhei pra Malu escutando ela falar do dia maravilhoso dela aguentando a Duda e o Dante.

- E quando ele te agarrou assim tu nem pra se aproveitar? - Perguntei incrédula, sacanagem perder a oportunidade.

- Claro que não Babi, em qual mundo você está? - Ela perguntou olhando pro teto. - Pensei que você estaria fechada comigo, não com aquele idiota.

- Primeiramente para de chamar o cara assim. - Dobrei as pernas  e apoiei um braço na cadeira. - Ele não te fez nada pra você ficar desse jeitinho aí. - Apontei pra ela.

- Ah, o fato dele ser folgado não é um problema? - Neguei.

- Ele sabe que isso te afeta, e você deixa transparecer. - Maria Luísa pegou seu copo bebendo do líquido que havia nele. - Sabe do que mais, as vezes acho que teu irmão tá certo. - Ela me olhou sem entender. - Coé luli, o Dante é um cara maneiro, você deveria deixar essa grosseria de lado. - Ela abriu um sorrisinho debochado.

- Ih, nem vem hein. - Ela fez gesto com a mão, abanando a mesma no ar. - Você não pode falar nada, teu lance com o Vini nem resolvido foi.

- Mas é lance diferente, teu irmão e eu nos conhecemos, sabemos bem cada coisa um do outro. - Ela me encarou calada. - vocês dois parecem criança as vezes, não consegue ficar dois segundos sem brigar.

- Na boa babi, não te chamei pra cá pra escutar sermão, e ainda de uma coisa que nem é importante. - Acabei rindo de lado pela forma que ela falou. - Falando sério agora, o que foi aquele jogo na casa da Elisa?

- Aí amiga, aquela menina gosta de chamar atenção, sempre fazendo o favor de tá no meio dos assuntos mais falado da faculdade. - A Malu balançou a cabeça. - Por mim, nem tinha jogado, ainda bem que não caiu pra mim.

- Se safou. - Malu fez careta juntando as sobrancelhas. - Aquele Mathias gosta de uma baixaria né?

- Quem manda contar tudo pra ele e me deixar de lado, achei bem merecido. - Fingir ter ciúmes dela e do Mathias, ela riu arrumando o cabelo de lado.

- Parou de ciúmes, gatinha? Tem Malu pra todo mundo. - Ela levantou os dedinhos indicador no ar, gesticulando.

- Até pro Dante? - Gastei ela com um sorriso de lado, fazendo ela bater na minha mão. - Aí puta.

- Vim do mesmo puteiro que você. - Ela fez cara de poucos amigos, e rir olhando de lado - Tava pensando aqui. - Olhei pra ela. - Amanhã meu pai vai almoçar lá em casa... - Interrompi ela.

- Sério? Nem pra convidar cara. - Cruzei os braços fingindo está emburrada.

- Deixa eu terminar de falar. - Ela bateu na minha mão novamente. - Talvez minha mãe chegue por lá. - Ela falou um pouco baixo e eu já sabia o que isso queria dizer.

- Aí amiga, sério que você vai deixar isso interferir agora? -  Retruquei a ela que não mexeu um músculo.

- É por que é difícil Babi, dói saber que não tive um amor de uma mãe. - ela mexeu no guardanapo tentando disfarçar, mas conhecendo bem ela, eu sabia que ela queria chorar.

- Olha, desde que cheguei na tua vida e na do Vini, eu tenho vocês como irmãos, de verdade. - Ela riu sem me olhar. - Eu sei que não é fácil crescer e notar que a sua mãe não deu a mínima importância pra vocês, mas cara. - Ela me olhou. - Olha tudo que vocês conquistaram só vocês dois, sabe o quanto isso deve orgulhar o seu Vicente? - E ela abriu mais o sorriso. - Eu sei que a Malu que eu conheço, não deixa qualquer coisa afetar ela. - Abrir um sorriso. - Tu e o Vini é foda, não permite que isso estrague o dia com o pai de vocês, pode ser? - Ela balançou a cabeça e cruzou nossas mãos.

- Obrigada minha Babi. - Soltei um beijinho no ar pra ela, e ela fez o mesmo. - Te amo, gatinha.

- Eu também, nega. - Sorrimos juntas.

Minha amizade com a Malu foi algo tão inesperado, mas que eu nunca trocaria por nada. Sabe aquela amizade que todas se foram, e só ela restou? Cinco anos de amizade, coisa que pra mim parece mais. Mudamos de assunto e pedimos mais uma garrafa de cerveja, essa era a quarta já.

Depois de uns belos e longos minutos fofocando sobre a vida, que aliás é muito bom. Do nada ficou uma movimentação estranha no bar, olhei pra porta e encontrei a gangster de macho entrando no bar, todos suados, descabelados, provavelmente fedendo e com roupa de futebol.

- Alá amiga, tão nos rastreando. - Comentei com a Malu que ficou sem entender, mas logo virou pra onde eu estava olhando.

- Ah não, tava tudo muito bom. - Ela virou o rosto pra mim e cruzou os braços me encarando.

- Pior que sim, ami. - Fiz biquinho.

- Bem que poderíamos vazar antes que eles vejam, né? - Concordei e olhei de novo pra eles, mas o Ícaro já estava apontando na nossa direção, fazendo todos os olhares parar na nossa mesa.

- Ixi, tarde demais. - Olhei pra Malu de novo e ela negou com a cabeça e olhou de lado. - Tão vindo pra cá.

A Malu continuo quieta na dela, enquanto os meninos viam na nossa direção, assim que eles chegaram perto o discarado do Vini abriu um sorrisinho pra mim.

- Eu falei a vocês que hoje é nosso dia de sorte. - O Kaio pegou uma cadeira na mesa ao lado e girou, sentando na mesma.

- Meninas vão fortalecer hoje, esqueça tudo. - O Dante falou tocando no Túlio que riu concordando.

- Atá, confia mesmo. - Abrir um sorriso debochado e eles todos riram.

- Perdeu a língua, Maria Luísa? - O Vini foi até a irmã e tocou no ombro dela que continuou séria.

- Antes fosse. - Acabei rindo disfarçadamente pro Vini que riu como de quem já tinha entendido. - Vem cá, tão seguindo a gente? - Ela virou olhando pro irmão.

- Sim, não viu o rastreador na tua roupa? - O Dante falou encarando ela. - Nossa cara, pensei que você fosse mais esperta. - Ele falou super debochando da cara dela.

- Não vem de deboche comigo que você perde. - Ela apontou pra ele, fazendo ele rir debochando mais ainda.

- Será, Maria Luísa? - Ela revirou os olhos e ia responder, mas o Vini foi mais rápido.

- Olha, vamos parar vocês dois? - Eles olharam por Vini. - Se for pra ficar nesse clima eu vazo em dois tempos.

- E eu em um. - Maria Luísa como sempre não sabe ficar quieta.

- Tá esperando a autorização? - O Dante provocou a mesma e ela ia levantando pra falar algo, mas o Vini segurou ela e puxou a sentando novamente.

- Na boa gente, parou? - O Vini indagou autoritário.

- Clima pesou, hein. - O Túlio comentou olhando pro Kaio, mas ele falou um pouco alto, fazendo o Vini apenas olharem pra ele.

- Nós vamos sentar de boa e beber uma breja tranquilamente, se forem brigar é melhor vazar daqui. - O Vinícius declarou cruzando os braços, todo mundo acabou ficando quieto. - Pega umas cadeiras aí Túlio, vou providenciar umas mesas alí. - Ele apontou pro canto do bar e os meninos assentiram, o Vini sustentou o olhar um pouco mais pro Dante e pra Malu e depois deu as costas saindo.

A Malu levantou e arrastou a cadeira pro meu lado, os meninos fizeram como o Vinícius pediu e o Dante acabou ficando quieto do lado do ícaro. O Vini não demorou e voltou com duas mesinhas de madeiras, desmontada uma em cada mão. Depois de tudo montadinho, eles pediram mais bebidas e eu fiquei só terminando a última garrafa que tinha pedido, junto com a Malu.

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