Capítulo 2 - O presidente

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Kakashi

Já era a décima vez que Fugaku chamava minha atenção por estar batendo a caneta na mesa de reuniões. A ansiedade por saber quem seria o novo presidente da agência estava me consumindo.

Rin segurou minha mão com carinho, como se quisesse dizer para que eu não me preocupasse pois o cargo já era meu. Apenas sorri para ela, mas meu coração palpitava forte dentro do peito.

Ser presidente da empresa que meus falecidos pais fundaram tem sido meu objetivo desde que me entendo por gente. Afinal, essa é a lembrança mais forte que eles deixaram na Terra — além de mim, é claro — e gostaria de que onde eles estivessem, pudessem sentir orgulho do filho que não puderam criar.

Meus pais criaram a Susanoo Publicidade junto com os Uchiha há anos atrás e quando Sakumo e Aika Hatake morreram em um acidente de carro, seus amigos mais próximos e sócios, Fugaku e Mikoto Uchiha, ficaram com a minha guarda. Eu tinha apenas 7 anos e fiquei devastado, chorava todos os dias e ficava a maior parte do dia trancado no quarto.

Quando eu não estava no quarto, ficava sentado no balanço do quintal. Foi assim que conheci Rin, ela era vizinha dos Uchiha. Mikoto e Fugaku são muito amigos dos pais dela e acabaram se tornando padrinhos da garota. A Nohara tentou se aproximar de mim e eu permiti. Nós nos tornamos amigos e aos poucos eu fui melhorando e criando laços com Mikoto, Fugaku e Itachi. Comecei a amá-los como se fossem da minha família e eles sempre fizeram tudo por mim, com o tempo isso se tornou um problema.

Dizem que os filhos mais novos sempre são os mais mimados e Sasuke se encaixa perfeitamente nesse estereótipo. Ele começou a implicar com cada coisa que eu fazia e todos falavam que era apenas por ciúmes, só que crescemos e nunca nos tornamos amigos, mal nos falamos na verdade. Tivemos algumas discussões sérias, principalmente depois que Itachi saiu de casa para mochilar pelo mundo. Nós não nos gostamos e isso não é segredo de ninguém, Mikoto insiste para que nós façamos as pazes e sejamos "irmãos" como deveríamos ser, mas nem eu nem ele estamos dispostos a isso.

Para completar, a presidência da agência está entre nós dois. O presidente deve ser um Hatake ou um Uchiha e para decidir quem fica com o cargo é realizada uma reunião entre os acionistas da empresa, que devem votar em quem acham mais apto para o cargo.

Sasuke e eu apresentamos um plano de negócios para a agência e agora estamos na votação.

Rin faz parte do corpo de acionistas, seus pais compraram algumas ações e a deixaram como representante. Ela foi a primeira a votar. Não foi surpresa para ninguém quando ela disse meu nome. Tinha que existir alguma vantagem em estarmos noivos. Sorri para ela, teria que compensá-la com um jantar e uma data para o casamento. O último com certeza não iria rolar, não pretendo me casar tão cedo. Mas eu sei muito bem como amansar a fera.

O próximo a votar foi Itachi, que apareceu em uma videoconferência e votou no irmão mais novo. Mikoto também votou no filho. Era óbvio que os dois votariam no engomadinho.

Em seguida, Obito Uchiha, meu melhor amigo. Ele também é acionista minoritário, assim como a Rin, economizou durante algum tempo e com a ajuda dos pais, conseguiu comprar algumas ações. Ele sorriu para mim e disse meu nome. Claro que diria, não queria levar uma surra depois da reunião. E por mais que seja primo do Sasuke, eles nunca se deram bem.

Fugaku seria o responsável por definir a presidência. Fiquei ainda mais nervoso, quem ele iria escolher, o filho biológico ou o adotivo?

Depois de um silêncio ensurdecedor, ele proferiu:

— Kakashi.

Demorei um tempo para digerir aquilo. Realmente me tornei presidente da empresa que meus pais ajudaram a construir.

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