Capítulo 15 - Proposta indecente

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Kakashi

Depois da conversa com o Obito eu realmente não consegui dormir. Levantei da cama e o resultado foi que passei a noite inteira redigindo o documento de uma nova empresa. Sim. A empresa fantasma que vai fazer a Susanoo Publicidade sobreviver. Não me sinto nem um pouco orgulhoso disso, mas já não consigo enxergar outra opção.

Cheguei na empresa bem cedo. Li e reli o documento diversas vezes. Era aquilo que eu precisava fazer para não correr o risco de perder a presidência, e principalmente a empresa criada pela minha própria família. Se meus pais estivessem vivos eu com certeza seria a maior decepção deles.

— Kakashi! — Parece que sai de um transe quando senti uma caneta atingir meu peito. — Tô te chamando há um tempão.

— Bom dia, Rin — cumprimentei minha noiva histérica.

— Bom dia?! É isso que tem pra me dizer? — Ela soltou a bolsa em cima da mesa. — Eu te liguei um milhão de vezes ontem a noite. Onde você tava? Por que não me atendeu?

— Fui em um bar com o Obito.

— É só isso? — Rin deu a volta na mesa e ficou de frente para mim. — O que aconteceu pros pagamentos dos funcionários não terem caído? O que tá acontecendo nessa empresa, Kakashi? O que tá acontecendo com você? Anda todo distraído, preocupado...

Levantei da cadeira e caminhei pela sala, ficando de costas para ela. Não podia contar tudo, mas precisava falar algo para acalmá-la.

— Perdemos o contrato com o Kenichi. Estava contando com o dinheiro dessa campanha pra pagar a folha, foi o que aconteceu. Mas não se preocupe, Rin, hoje mesmo os pagamentos serão feitos.

— Se precisamos do pagamento de um cliente pra sobreviver é claro que não estamos bem. Você tá me escondendo alguma coisa.

Cheguei mais perto dela e segurei suas mãos.

— Não tem nada de errado, querida. Foi só um imprevisto que já está resolvido. — Beijei cada uma de suas mãos. — Não estou escondendo nada. Essa semana mesmo é o evento de lançamento da campanha da Mei. Inclusive, tá tudo certo com isso?

— Claro. Sabe como sou competente organizando festas, amor. — Ela pareceu convencida com as minhas palavras. — E por incrível que pareça, Obito está ajudando bastante. Não é tão inútil quanto eu pensei.

— Quem é você e o que fez com a minha noiva? — brinquei.

— Tão engraçadinho, né? — Rin deu um leve empurrão no meu peito. — Mudando de assunto, vamos jantar juntos hoje?

— Pode ser amanhã? Hoje vou ficar até tarde resolvendo umas coisas com a Sakura.

Ela revirou os olhos.

— Sempre essa garota.

— Sem ciúmes, querida. — Dei um beijo no pescoço dela.

— Ciúmes daquela mal-vestida? Até parece, Kakashi. Sei que você tem bom gosto.

— Eu só tenho olhos pra você, meu bem.

Rin soltou uma risada.

— Nem você acredita nisso.



O restante do expediente na empresa foi uma tortura. Ver a Sakura passando de lá para cá, sorrindo para mim cada vez que entrava no escritório... Não sei se os sorrisos continuariam quando eu pedisse o que estava planejando pedir desde a noite anterior. Imprimi o documento que havia redigido e o coloquei em uma pasta.

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