Sakura
Assim que o senhor Obito se despediu dos meus pais e de mim e saiu da nossa casa, subi para o meu quarto para pensar sobre tudo o que ele tinha falado. Não podia negar o quanto aquelas palavras tinham mexido comigo. Meu chefe estava vulnerável e na hora do desespero me pediu algo fora dos limites. Porém, não vejo outra saída para a situação em que estamos. Na verdade existe uma, aceitar a situação e deixar que Sasuke Uchiha se torne o presidente da Susanoo, me demita, demita minhas amigas e sabe-se lá mais quantas pessoas.
Eu sabia do risco em aceitar o que ele me pediu, mas acabei tomando a decisão de ajudá-lo e preencher aqueles papéis que me tornavam dona de uma empresa fictícia. Claro que minha decisão foi influenciada pelos meus sentimentos em relação ao meu chefe. Não sou tão burra a ponto de não perceber isso.
Peguei o celular e liguei diversas vezes para ele. Sem resposta. Não sabia o que tinha acontecido. Entretanto, algo me dizia que precisava insistir e que ele queria sim falar comigo e não me ignorar.
Praticamente não consegui dormir a noite pensando em como minha vida poderia mudar depois dessa decisão. Como não havia ido ao RH pedir minha demissão, me arrumei e fui para a agência como se fosse mais um dia normal de trabalho. Entrei na minha pequena sala e esperei que meu chefe chegasse para comunicar minha decisão — uma decisão muito burra e inconsequente por sinal — à ele.
Só não esperava ser abordada pela dona Rin e pela sua melhor amiga. A noiva do senhor Hatake já tinha sido ácida comigo em alguns momentos, mas nunca tinha a visto com tanta raiva. Ela gritou comigo, jogou coisas em cima de mim e me humilhou enquanto Hinata via tudo, a apoiava e ria em alguns momentos. Não entendo como existe gente tão ruim assim no mundo. Pelo que entendi, dona Rin não me queria mais como assistente do seu noivo porque achava que eu encobria os casos dele com outras mulheres. Se ela sabia das escapadas dele, por que não terminava e pronto? Não era problema meu, porém eu estava sendo atacada justamente por isso. Arrumei minhas coisas sob o olhar de ódio dela. Não consegui segurar as lágrimas, é claro. Já passei por muitas humilhações na vida, e era impossível não chorar em momentos assim, por mais que eu quisesse muito. E foi em meio a essas lágrimas que vi o senhor Hatake parado na porta, querendo saber o que acontecia ali.
— Kakashi! — dona Rin chamou. — Você não ia pra uma reunião?
— Esqueci o material de apresentação aqui e vim buscar, e agora eu pergunto novamente: O que tá acontecendo aqui?
Percebi que as duas, assim como eu, engoliram em seco.
— Estava orientando a senhorita Haruno a arrumar as coisas dela pra ir embora, já que pediu demissão — ela respondeu de forma tão educada que nem parecia que estava me atacando segundos atrás.
— Isso mesmo, queríamos garantir que...
— Cala a boca, Hyuuga! E volte pro seu posto de trabalho, você não é paga pra dar palpite em nada.
Hinata não demorou a sair com o rabinho entre as pernas.
— Não fala assim com ela, Kakashi... — ela parou de falar assim que viu o olhar furioso dele.
— Por que é que você e aquele encosto que chama de amiga estavam vigiando a Sakura como se ela fosse roubar alguma coisa? Pressionando a garota mesmo vendo que ela tá chorando! — Ele apontou para mim e percebi que estava tremendo, fiz o melhor que pude para enxugar as lágrimas e me virei em direção a pequena janela da minha sala. — Quando se tornou essa pessoa, Rin?
— Também não precisa falar assim comigo.
— Ainda não respondeu nenhuma das minhas perguntas.
— Porque sim! — Ela gritou. — Se ela pediu demissão, tem mesmo que ir embora! Não suporto mais olhar pra cara dessa sonsa que fica encobrindo seus casos. E que vá embora mesmo! — A Nohara jogou um porta canetas na minha direção, que felizmente não me atingiu. Ela me encarou e saiu da sala batendo os saltos com força no chão.
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True Disaster
FanfictionA vida de Kakashi Hatake é perfeita. Ele é presidente de uma renomada agência de publicidade, está noivo de Rin Nohara, tem as mulheres que quer e quando quer, frequenta as melhores festas da cidade; resumindo, tem tudo que qualquer homem de sua ida...