Capítulo 7 - Jantar em família

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Sakura

Eu lembro de cada uma das vezes que fiz uma entrevista de emprego e fui rejeitada pelo fato de não ter experiência ou não ter o visual "correto". Inclusive na Susanoo, fui dispensada na entrevista pelo chefe do RH. O senhor Hatake foi a primeira pessoa a me dar uma oportunidade real e acreditar no meu potencial, ele me viu além da aparência. Meus pais me ensinaram a prezar coisas assim. Por mais que no fundo eu estivesse realmente tentada a aceitar a proposta do Uchiha — apenas pelo salário —, eu sabia que suas intenções eram ruins. Eu poderia muito bem aceitar e no dia ou na semana seguinte ser demitida. Ele não inspira nenhuma confiança. E é óbvio que seu único intuito ao me oferecer uma vaga dessa magnitude, é prejudicar o irmão de criação.

Arrastei o contrato em cima da mesa, recusando sua oferta.

— Não posso aceitar, senhor.

Ele segurou minha mão, me impedindo de levantar.

— Está cometendo um erro.

— E você se importa?

Puxei minha mão de seu aperto e ele sorriu.

— Pelo visto não é tão inteligente quanto parece. — Levantei e ele fez o mesmo. Deixou dinheiro em cima da mesa e abotoou o paletó. — Oportunidades assim aparecem raramente para pessoas como você, Sakura. Se acha que ser secretária do Kakashi vai te fazer crescer profissionalmente, então você é tão tola quanto aparenta. Quando se arrepender de ter dito não para mim, será tarde demais.

O Uchiha deu as costas e saiu do restaurante. Engoli em seco e fiz o mesmo, retomando meu caminho para a estação de metrô.

Quando ele falou que oportunidades para mim são raras, eu tive certeza que tomei a decisão certa. Suas palavras tinham muitos significados implícitos, que eram facilmente notados pela sua expressão de desprezo ao falar com pessoas como eu.

Peguei o metrô e fui direto para o Ichiraku, o restaurante de lámen que fica no nosso bairro e que eu e Naruto frequentamos desde a infância.

— Boa noite, Sakura! — Ayame me cumprimentou. — Mesma mesa de sempre?

— Sim, Ayame. Naruto deve estar chegando.

Acenei para o senhor Teuchi, que estava atendendo clientes em outra mesa, e fiz os pedidos com sua filha.

Estava entretida lendo sobre a empresa do Uchiha caçula quando Naruto me abraçou e deixou um beijo na minha bochecha.

— Oi, Fiona. — Ele deu a volta e sentou de frente para mim. — Por que está lendo sobre a Sharingan?

— Você conhece?

— Sim, já mandei um currículo meu pra lá. É uma boa empresa de investimentos. E enquanto nós não abrirmos a nossa própria empresa, eu preciso muito de um emprego que não seja num caixa de supermercado, onde eu uso meu diploma de economia pra contar moedas. Mas enfim, nunca fui chamado pra uma entrevista. O que eu até entendo, o dono daquele lugar é um riquinho nojento.

Não segurei a risada e contei para ele sobre a situação do salário de Hinata e sobre a oferta do riquinho nojento.

— Como assim você não aceitou? É uma vaga de economista sênior em uma empresa reconhecida na área. Você tá bem? Bateu a cabeça?

— Ele não tava interessado nos meus serviços excepcionais, Pateta. Só queria me tirar da Susanoo e prejudicar meu chefe.

— E o que isso importa? Você ia ganhar muito mais dinheiro do que como secretária.

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